V. Plan

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Luke

Retirei um café da máquina e tentei esquecer-me das más notícias que pareciam assolar todos os que me rodeavam. Barry foi preso ontem. Ele foi mesmo condenado pelo assassinato do DeVoe e pergunto-me se caso ele na semana passada não tivesse perdido tempo a ajudar-me, talvez pudesse ter arranjado uma forma de escapar à sentença. A minha é depois de amanhã e admito que o medo começa a crescer dentro de mim. Via pela escola, sobretudo na turma, os olhares assustados e raivosos de todos os que passavam por mim, achando que eu sou culpado pela morte de Heather. Os boatos correm com rapidez e nunca se é colocado em causa a inocência do acusado. A pressão tem sido grande devido a todos os olhares que inclusive o diretor sugeriu eu estudar em casa até ao julgamento. A sua voz estava num tom, ainda por cima, que demonstrava que este se encontrava com raiva, como se eu fosse mesmo culpado. Como é que o mundo pode simplesmente assumir que alguém, por ser acusado, é culpado?

Eu sei que tive culpa... eu é que regressei ao passado e preveni algo que não devia de ser modificado, que foi a morte da rapariga de cabelo avermelhado, mas eu não posso ser preso. As consequências para tal são imprevisíveis. A batalha final é supostamente em Julho, até lá eu devia de treinar e me preparar para ter os meus poderes o mais desenvolvidos possível. Comigo na prisão isso torna-se quase impossível.

   — Não penses mais nisso.— Sophie deposita-me um pequeno beijo na boca, o que me faz sorrir.

  — Tu não podes invadir a privacidade das pessoas.— brinco.

  — Acho que ler mentes não pode ser considerado invadir a privacidade de alguém, uma vez que é algo inédito e tal...

 — É, sabes muito.— deposito-lhe outro beijo e ouço Zack grunhir.

 — Por favor, façam isso em outro sítio.

 — Ou em outro planeta.— Alex completa, o que nos faz olhar para ele de relance.— O que foi?

Vi a expressão de Zack mudar e olho para Sophie, que se encontrava agora chocada. De seguida, o meu melhor amigo levanta-se bruscamente da cadeira e a minha namorada fez exactamente a mesma coisa, correndo atrás dele e apanhando-o segundos depois. 

Sei que era errado e que acusei Sophie de invadir a privacidade das pessoas à uns segundos atrás, mas decidi ampliar a minha audição para ouvir a conversa deles e perceber o que se passava.

  — Estás enojado porque...?

 — Vocês são melhores amigos desde crianças, melhores amigos não se beijam, mas que raio?! Era suposto sermos os três inseparáveis, mas como amigos! 

 — O que raio te está a dar? Tu sabes que eu gosto do Luke desde que tenho uns doze anos... tu tentaste juntar-nos inúmeras vezes e agora que estamos finalmente juntos... tu estás chateado?

 — Vocês não podem!— berra. 

Levo a mão à cabeça, uma vez que o seu grito me provocou uma dor de cabeça gigante súbita que foi desvanecendo após alguns segundos.

 — Woah, estás bem, Luke?— Alex inquire com preocupação, aproximando-se de mim. 

 — Sim, sim. Shhh!— digo, tentando focar-me novamente na conversa.

TIME: Conquer of the MultiverseWhere stories live. Discover now