Untitled Part 2

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Quando acordo vejo que estou dentro de um hospital, tento lembrar por qual motivo eu estou aqui. Tento arrancar alguns fios que estão pelo meu corpo e sou impedida por uma enfermeira que me coloca de novo deitada na cama. 

- Calma querida. ainda está cedo para arrancar esses fios. Ela me olha com um olhar de pena e ao mesmo tempo cuidador. 

Me acalmo e tento analisar tudo o que aconteceu e como vim parar aqui. No mesmo instante que tento colocar meus pensamentos em ordem a porta se abre e vejo eles. Meus pais! 

- Querida, meu amor. minha filha. Meu Deus! Eu vou matar esse desgraçado. 

- O que fizeram com você filha? 

Logo atrás vejo uma moça de branco e dois agentes da polícia. 

- Senhores, mil desculpas, mas a paciente passou por um grande trauma e peço que não se alterem em sua frente. Diz a médica. 

Logo depois os agentes se apresentam e pedem autorização para fazer algumas perguntas. Ainda não consigo entender o que aconteceu comigo. Só me lembro de está em casa e depois acordar aqui. 

Conto tudo que lembro e fico tentando entender o que está acontecendo. Minha mãe abre a boca para dizer algo, mas é interrompida pela médica. Todos cochichando e decidem sair. 

Fico imaginando um milhão dê teorias possíveis para explicar o motivo de estar aqui. Mas nenhuma chega em minha mente. 

Depois de fazer varios exames finalmente sou liberada pra ir para casa. 

Sinto um alívio tão grande! 

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Dois dias depois... 

-Querida, gostaria de conversar com você. Posso? Diz minha mãe. 

Sentamos no sofá e por incrível que pareça hoje faz dois dias que não brigamos. Pra falar a verdade estou até estranhando a forma que estão me tratando. 


-Então... Diga mãe, o que tem a me dizer? 

- Filha, eu sei que nossa família não é a mais perfeita e que todos nós tentamos ser melhores do que ontem. Eu e seu pai somos falhos o tempo todo, mas quero que saiba que o nosso amor por você é incondicional. - Me entende filha?! 

Continuo olhando fixamente para ela e procurando entender qual o rumo dessa conversar. 

Ela começou a falar sobre o amor, carinho e confiança  e terminou no ponto que acordei no hospital. 

As palavras foram saindo da sua boca como música e a minha mente foi acompanhado igual a um filme e o cheiro do meu abusador entrou pelo meu nariz como se ele estivesse ali em minha frente. 

Uma mistura de ódio e rancor, raiva e nojo começaram a invadir meu corpo e as lembranças daquela noite vinheram como um flash. 

Comecei a me arranhar tentando transferir a dor para outro lugar, mas a única coisa que consegui foi rasgar a minha pele. Levantei e comecei a quebrar tudo. Meus gritos não paravam de sair de minha boca era como se não fosse eu ali. Apenas um corpo cheio de amarguras tentando colocar pra fora todos os sentimentos ruins e qualquer lembrança daquela noite. 

No meio de tudo escuto minha mãe chamando pelo meu pai que logo aparece me contendo e cada vez mais que ele me imobilizava a sensação da violação voltava sobre mim. 

- Filha você precisa dizer quem foi. Precisamos saber quem é ele. 

Essas palavras entravam por mim como ocas. Eu não conseguia decifrar e os gritos saiam de mim como nunca saiu antes. 

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