Challenge.

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Ao sair da sala, percebi o Sam ao meu lado e fiquei mais nervosa ainda. Enquanto eu olhava os armários, notei que ele me observava.

— Qual o número do seu? – ele perguntou, atraindo a minha atenção.

— É... – falei ainda perdida naqueles olhos. – J42. – falei de uma vez e ele arqueou as sobrancelhas.

— É perto do meu. – ele sorriu e segurou a minha mão. – Vem. – e me puxou, enquanto o meu coração parecia uma escola de samba.

Enquanto andávamos pelo corredor, eu sentia que as pessoas olhavam, mas eu estava focada em seu toque, me levando até o meu armário enquanto eu me concentrava pra não tropeçar no meu próprio pé.

Quando chegamos em um corredor, ele soltou a minha mão e abriu o seu armário, colocando um livro dentro dele e fechado, olhando pra mim e sorrindo.

— Eu não acredito que o seu é ao lado do meu. – ele deu uma risada fraca e apontou pro número no armário ao lado do seu: J42.

— Que coincidência. – falei sem jeito, querendo gritar que aquilo era um sinal de Deus pra gente se beijar ali mesmo. Enquanto eu abria o armário e guardava o livro que eu não havia usado na primeira aula, eu sentia o meu coração pular do peito e aquilo só aumentava a minha ansiedade.

Assim que eu fechei o armário, eu achei que não fosse mais vê-lo ali, mas ele estava encostado em seu armário, provavelmente me esperando. Assim que eu olhei pra ele, surpresa, ele sorriu pra mim e eu sorri de volta.

— O que acha da gente já começar a ensaiar? Quando mais rápido a gente adiantar, melhor. – ele falou e eu concordei com a cabeça.

Enquanto andávamos pelo corredor indo pra sala de música, ele falava o tempo todo e eu ficava fascinada pela forma que ele se expressava.

"Que raiva, Hailee, foca no que ele tá falando e não nas mãos, enquanto ele gesticula. Não, não, não foca nos dedos... Nem na boca, nem nos olhos, nem no nariz afiladinho... Argh, olha pra frente!"

Enquanto eu brigava comigo mesma, chegamos rapidamente na sala de música e, por estarmos em horário de aula, porém livre, por sorte a sala estava vazia.

Ele abriu a porta pra mim e eu entrei, sorrindo como forma de agradecimento. Olhei ao redor e fiquei fascinada com tantos instrumentos.

— Essa sua música... – ele disse passando por mim e pegando um violão. – É no violão ou piano? – ele perguntou e eu pareci despertar do transe.

— Ah, é no violão. – sorri. – Mas se você quiser, eu posso passar pro piano.

— Não, não precisa. – ele sorriu e se sentou num banquinho, colocando outro de frente pra ele. – Eu me garanto mais no violão. – ele sorriu, dando de ombros, me fazendo sorrir. – Vem. – ele me chamou e eu me sentei no banquinho, abrindo a minha bolsa e pegando meu caderno de composições, mostrando pra ele. Eu sentia um nó na barriga, eu nunca tinha mostrado as minhas composições pra ninguém... Como eu consegui mostrar tão facilmente pra ele?

Ele começou a ler e parecia surpreso, arqueando as sobrancelhas e sorrindo.

— Uau... – ele passou a folha do meu mini caderno e começou a balançar a cabeça, provavelmente imaginando o ritmo. – Que letra incrível... – ele falou sorrindo e eu sorri sem jeito.

— Obrigada. – ele se levantou e pegou um apoio pro caderno, colocando-o na sua frente.

— Você sabe a letra decorada? – assenti com a cabeça e ele colocou o violão no colo, começando a tocar o que tinha escrito no caderno, me fazendo sorrir ao escutar o ritmo da minha música sendo tocado por outra pessoa.

EnergyWhere stories live. Discover now