Let me go.

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Acordei me sentindo relaxada, e no momento em que eu abri os olhos, me deparei com o Sam adormecido a pouquíssimos centímetros de mim. O seu rosto era perfeito, dava vontade de passar a mão. Sorri sem jeito e aproximei minha mão de sua bochecha, alisando-a levemente, foi quando ele deu um sorriso fraco, e ainda de olhos fechados, me puxou pela cintura e colou mais os nossos corpos. Ok, eu tinha duas opções: ou eu corria ou eu ficava.

Eu fechei os olhos.

(...)

Acordei mais tarde e percebi que o Sam não estava mais na cama, eu estava toda coberta e confusa. Olhei pro relógio ao lado da cama e me desesperei, levantei da cama rapidamente e fui correndo pro banheiro só de lingerie, vendo um recado pregado no espelho.

Peguei o papel e comecei a ler já com um sorriso no rosto.

"Eu juro que tentei te acordar, tirando a parte que eu tentei... Você parecia um anjo dormindo, eu não queria estragar... Enfim, suas roupas estão em cima da cadeira. Mal posso esperar pra te ver. Ontem foi incrível.

xx Sam"

Suspirei e sorri ao mesmo tempo, revirando os olhos ao perceber como eu estava caidinha por ele.

Lavei o rosto e escovei os dentes colocando a pasta no meu dedo, vesti minha roupa e fui pro meu quarto, onde eu tomei banho, escovei os dentes de uma forma digna e me arrumei pra aula.

(...)

Assim que eu entrei na sala, me desculpei com o professor por ter chegado atrasada e já fui sentando na única cadeira vaga, que era ao lado de uma garota que eu não havia visto naquela aula.

Olhei de lado pra ela e sorri, ela sorriu de volta e abaixou a cabeça.

Olhei de lado e vi a Juliet, que parecia focada em seu celular, foi quando eu olhei pra frente e vi o Sam olhando na minha direção. Sorri sem jeito e coloquei minha bolsa em cima da mesa, peguei meu caderno e comecei a fazer umas anotações da aula, foi quando o professor disse pra fazermos dupla com a pessoa ao nosso lado e eu olhei novamente pra garota que parecia com receio em olhar pra mim. Arrastei minha cadeira pro seu lado e ela olhou pra mim.

— É sério que você não vai pedir pro professor pra fazer com outra pessoa? – ela perguntou tirando o cabelo de trás da orelha e eu franzi o cenho.

— Por que eu faria isso? – perguntei sem entender.

— Olha pra você. – ela deu uma risada fraca. – Pessoas como você não falam com pessoas como eu. – ela disse abrindo o caderno.

Aquilo doeu em mim, foi quando eu percebi o quanto aquela garota estava machucada. Ela era uma garota gorda, bem alta e com um estilo incrível, nota-se que eu não disse nada de ruim. "Gorda" não é xingamento e muito menos uma palavra feia, e eu queria que ela soubesse daquilo. A partir daquele momento, eu senti algo dentro de mim despertar, como se eu precisasse mostrar pra aquela garota o quão linda ela era.

O professor deu uma folha em branco para nós duas e eu franzi o cenho, sem entender direito qual o propósito daquilo, foi quando eu me lembrei que aquela era uma cadeira eletiva e que era Teatro.

— Nesse papel, vocês vão criar um diálogo de importância, não sei se pra vocês ou pro mundo, mas tem que ter algum impacto. – ele falou colocando uns livros na sua bolsa. – Vocês têm uma hora. – ele sorriu. – Nos encontramos no teatro depois desse tempo. – e saiu da sala.

— Ok... – eu falei baixinho pra garota que ainda não olhava direito pra mim. – Ainda estou me sentindo um pouco magoada pelo o que você disse. – falei com uma expressão triste e ela franziu o cenho. – Sei que não sou tão bonita assim, mas não precisa passar na cara. – disse dando uma risada debochada e ela ainda parecia não entender. – Olha pra você! – revirei os olhos. – Qualquer um mataria por esses olhos. – falei sorrindo e ela sorriu, parecendo sem jeito.

EnergyWhere stories live. Discover now