Where Do Your Roots Start?

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"Você quer saber por que eu gosto da dor

Há uma parte doentia de mim agradecida pelo ódio

Então eu sorrio e digo que o mundo está ótimo

Enquanto esses malditos parasitas comem minha espinha."
(Roots - In this moment)

Dabi estava sentado de forma relaxada em um dos bancos do bar, sua cabeça estava inclinada, repousando sobre sua destra, seu cotovelo esquerdo estava sobre o balcão, enquanto sua mão esquerda fazia movimentos circulares com o copo, ele observava o líquido amarronzado formar uma espiral e suspirava cansado daquele clima fúnebre...

Tudo ali era novo o lugar, o balcão, as garrafas das variadas bebidas, os quartos, os bancos até mesmo o chão, entretanto o clima ali ainda era pesado. Não foi fácil encontrar um novo esconderijo que se assemelhasse tanto ao antigo, eles dependeram dos contatos que o jovem adulto enclausurado em dos quartos tinha. Mesmo após passar algum tempo depois do falho ato final de Tomura, muitos dos vilões da liga ainda cochichavam entre si sobre o que teria levado o jovem mimado a fazer tal coisa. Dabi de certa forma se irritava com atitudes como essa, se não era possível ajudar então era melhor que não se intrometessem. 

Ah! Este rapaz melancólico e irritadiço, a razão central dos pensamentos e pesados suspiros do sujeito jogado naquele banco. Dabi queria muito entender por que diabos não conseguia limpar sua mente e clarear seus pensamentos sobre Tomura, mesmo que se esforçasse  tudo sobre ele parecia um mar de escuridão e lacunas, pois até onde sabia e o pouco que sabia Shigaraki odiava ser tocado, então por que não rejeitava o seu toque? Algo parecia não se encaixar. Por mais que desejasse perguntar, ele sabia que Kurogiri não responderia.

Mais um suspiro pesado, em uma única golada terminou com a bebida forte que havia em seu copo, em seguida levantou se daquele banco e dirigiu se até o seu quarto que para sua sorte ou azar, ficava ao lado do quarto do "mãozinha" como ele o chamava jocosamente. No meio do caminho mudou de idéia, Dabi achou melhor dar uma volta para esvaziar um pouco sua cabeça que estava cheia de mais, cheia de perguntas e  pensamentos conflitantes em relação ao que sentia e sabia sobre  Tomura.

Do lado de fora do alojamento, ele sentou se na calçada e levou aos lábios suturados um cigarro, acendendo o com certa pressa deu o primeiro trago, engolindo a fumaça quente e segundos depois expelindo a pelas narinas. 

"Apaga essa merda fedorenta!"

Lembrou se do que o outro dizia sempre que o via fumando, irônico como lembrava se de Tomura até mesmo quando empunhava seu vício que costumava lhe dar um mínimo alívio, sorriu derrotado.

Olhou fixamente para as marcas de queimaduras em suas mãos, estas costumavam ser tão  lívidas quanto às mãos de Toga. Não achava justo o alto preço que teve que pagar para fugir daquele inferno, mesmo depois disso ainda ser rotulado de fracasso. Tsc! Aquele velho filho da puta iria pagar pelo que fez com ele.

 

Não muito longe de onde treinava, ele podia avistar as enormes e majestosas árvores de Sakura com suas flores cor de rosa, ele queria correr até lá e sentar se embaixo de uma daquelas árvores, queria observar o tapete feito com as flores de Sakura, talvez mais tarde já que precisava continuar o seu árduo treinamento. O jovem de olhos azuis eletrizantes já possuia severas queimaduras em suas pernas e em um de seus braços, resultado do dia em que excedeu seu limite durante um treino. 

Pelo bem de sua mãe e pelas expectativas daquele homem, o jovem bastardo precisava superar a si mesmo e prosseguir com aquele tipo de auto destruição. 

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