Por quanto tempo, por quanto tempo eu vou deslisar?
Separado de mim mesmo, eu não...
Eu não acredito que seja ruim
Um corte em minha garganta, é tudo o que eu sempre...
Tomura estava enclausurado em seu quarto a pelo menos três dias, sem banho, sem fome, sem vontade, sem nada. Havia tido um pesadelo, onde os fantasmas de seu passado retornavam para atormenta lo novamente. Estava paranoico vendo seu antigo algoz dançar alegremente com as sombras nas paredes de seu quarto, podia escutar as vozes em sua cabeça, podia sentir as mãos pressionando partes específicas de seu corpo, entretanto ele não havia se isolado por conta de sua paranoia, ali havia um outro motivo para tal ostracismo e ele atendia pelo nome de Dabi.
Uma semana antes de iniciar sua clausura, Tomura havia despertado de um sono que não tinha a muitos anos. Ao sair de seu quarto para procurar por Kurogiri estranhou não ver a figura de Dabi pelo bar. Indagou ao outro apenas por curiosidade e então ficou sabendo que o homem queimado havia saído sem dizer aonde ia. Aquelas saídas misteriosas eram normais, ele era assim mesmo sumia e depois voltava, mas aquela vez seria diferente.
Tomura não sabia por que sentia se tão angustiado, coçava seu pescoço intensamente abrindo as antigas feridas e causando novas, além do pescoço arranhava seus braços, peito e barriga. Chegou ao ponto de ir para o quarto de Dabi, jogar se em sua cama apenas para lembrar se do cheiro deste. Sentia seu peito doer, uma súbita vontade de vê lo, brigava consigo mesmo tentando a cada dia a todo custo convencer se de que aquilo não era nada. Os dias passavam e nada de Dabi retornar, aquilo só fazia crescer mais ainda o sentimento confuso dentro de si, aquilo só aumentava a necessidade de vê lo, de ouvir sua voz, de saber que ele simplesmente estava ali.
Em uma madrugada Tomura estava deitado de qualquer jeito em sua cama, encarava o teto como se ali houvesse algo de extrema importância, perdido em pensamentos começou a recordar se de quando havia conhecido aquele sujeito, de quando começou a tornar se um pouco mais próximo, de quando encarar aqueles olhos fixamente fazia qualquer ação maldosa de sua parte morrer em sua tentativa. Por que justo agora sentia falta de Dabi? Como aquele inútil podia simplesmente sumir dessa forma? Por que Dabi havia lhe abandonado? Por que todos sempre lhe abandonavam?
Indagações impróprias, pensamentos desconexos misturados à lembranças de seu trágico passado, essa era a combinação para sua pior mania, para fazer crescer dentro de si a psicose, a paranoia de que estava sendo vigiado, de que as sombras nos cantos de seu quarto eram todas dele, o maldito assassino de sua inocência.
Seus olhos se arregalaram, sua respiração tornou se descompassada, sua pele se arrepiava, ele podia sentir mais uma vez o peso daquele homem sobre si. Ele gritou. Gritou alto. Gritou até sentir sua garganta doer.
Um portal escuro se abriu em seu quarto e dele veio o homem de face escura em seu socorro, Kurogiri surgiu das sombras, apenas para salva lo de seus monstros internos. Sua atitude era louvável, mas não era Kurogiri quem Tomura desejava ver e sim o brilho eletrizante das turmalinas de Dabi, mesmo que este viesse com zombarias, ele não se importava desde que pudesse saber de alguma forma que o homem queimado estava ali.
- Onde ele está? - Falou aos berros, seu peito subia e descia ele precisa de ar.
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Painkiller
FanfictionMesmo que eu soubesse que estava me metendo aonde não deveria Mesmo que eu soubesse que era perigoso, não podia negar esta pequena satisfação... Mesmo que eu soubesse que poderia acabar me machucando, não há escolha... Mesmo que eu tivesse cruzado a...