Extra - I'm going back to 505

447 56 105
                                    

Notas:

Não pensei que ia voltar nessa história, mas a Guardiangel_1 pediu.

505 é uma música sobre outro relacionamento tóxico e foi um pouco difícil para mim amenizar isso.

Coloquei a música aí em cima, para quem quiser.

Espero que gostem e bem-vindos de volta ao 505.

*

Eu mal podia acreditar, mas estava voltando ao 505, apartamento de Yuri. Depois de meses longe, depois de ter dado meu corpo tantas vezes e consumido tantos outros no exterior. Eu estava de volta e a única coisa queria era vê-lo. Depois de tudo o que passamos, de toda merda que atiramos para o alto, eu queria vê-lo.

Minhas pernas se agitavam dentro do carro, em ansiedade. Achava que de alguma maneira ele esperava por mim usando as minhas meias favoritas, com os cabelos grudados de suor na testa, deitado de lado na cama com as mãos entre as coxas, masturbando-se enquanto sussurava meu nome baixinho até o orgasmo, quando todos os vizinhos saberiam por quem ele chamava. Mas ao mesmo tempo...

O fim não havia sido fácil. Recebi uma proposta para trabalhar como DJ numa boate que um amigo meu estava abrindo e fazer uma série de apresentações em casas de show de conhecidos dele. E apesar de ter adoração por Yuri, nosso relacionamento estava se tornando tóxico. O ciúmes, o sexo que usávamos para descontar nossas frustrações um no outro, a carga emocional dos problemas que ele tinha e o fazia se auto destruir. Eu apenas não conseguia mais ajudá-lo. Decidi ir e ele relutou. Todos os problemas do nosso relacionamento foram escarrados naquela noite e assim que saí do prédio, ele verteu o vinho que beberíamos para comemorar o meu sucesso sobre a minha cabeça.

Ainda lembro da última vez que transamos antes de tudo terminar. Deixei minhas mãos marcadas por todo seu corpo, como se determinasse que aquele era meu território e ele me fodeu fortemente, com as mãos ao redor do meu pescoço, me enforcando levemente, com mais cuidado do que esperaria dele. Eu provavelmente continuaria o adorando mesmo sem aquele cuidado todo. Pelo menos até da última vez que eu chequei.

Parei o carro alugado na frente do prédio. A janela dele estava aberta, com plantas praticamente mortas saindo dela. Aquilo me fez suspirar. Era impressionante como Yuri arrumava maneiras de tentar revigorar a própria vida e terminava por abandoná-las sem mais nem menos.

Cumprimentei o porteiro, que logo me anunciou pelo interfone. Não sabia se Yuri gostaria de me ver. Os segundos que esperei por aquela resposta pareciam intermináveis, mas o homem à minha frente sinalizou para que eu subisse.

O elevador me trouxe uma série de lembranças marcantes e a saudade da sensação da pele de Yuri em contato com a minha. Respirei fundo quando o elevador parou. Fui na direção de seu apartamento e antes que eu tocasse a campainha, ele abriu a porta. Seus olhos esmeralda brilharam e ele me olhou de cima a baixo, mantendo um sorriso malicioso em seus lábios . Ele vestia apenas a minha lacoste azul ciano. Eu honestamente esperava por ver suas meias. Sua pele continuava parecer ter uma textura deliciosa, suas pernas permaneciam torneadas, seus cabelos loiros estavam presos de maneira desajeitada. Senti vontade de agarrá-lo sem dizer nada. Sem deixar explicações ou simplesmente falar um "oi".

Antes que fizesse qualquer coisa, ele fechou novamente a porta. Ele costumava fazer coisas do tipo, então esperei que retornasse. A minha surpresa foi ouvir o bater incessável na porta e seus gemidos misturados ao de um outro alguém.

Knee SocksOnde histórias criam vida. Descubra agora