Dirty Pleasures Part 2

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Camila's POV

"– O que... – eu disse, confusa, ao avistar um caderno surrado no fundo do armário. Em outras circunstâncias aquilo não teria sido nada demais, a não ser pelo fato de que eu conhecia aquele tipo de caderno. Capa preta, etiqueta da Organização, datado em números dourados de 1980 a 1982.

Era um diário de caçador.

Eu já me preparava para pegar o caderno quando, sem aviso, me vi sendo empurrada por Lauren para dentro do armário.

Ela fechou a porta atrás de nós e eu senti um terrível senso de dejá vu."

Porém dessa vez tudo o que Lauren fez foi agarrar minha mão e me forçar a me mover para o canto do armário. Era um daqueles armários antigos de parede, que ocupavam todo um canto do aposento, de forma que foram necessários alguns poucos passos até que chegarmos ao fim do móvel, passando por diversos casacões de inverno empoeirados. Lauren levou o dedo aos lábios, me pedindo para continuar em silêncio.

Cerca de três segundos depois, meus ouvidos menos apurados também foram capazes de escutar as vozes se aproximando.

– Não posso acreditar que você esqueceu o caderno! – o vampiro cuja voz eu reconhecia como sendo o tal Hector reclamou.

– Como é que eu ia saber que aquela droga de caderno era tão importante para o Mestre? – disse Drigger, parecendo emburrado – Ele tem vários parecidos!

– Bom, aparentemente é importante, ou ele não teria ficado tão irritado por perdê-lo. – disse Hector – Precisamos ir logo, os outros lá fora estão nos esperando. Onde mesmo ele disse que estaria?

– No armário. – respondeu Drigger.

"Armário?!" Eu e Lauren sussurramos ao mesmo tempo, olhando um para o outro em completo pânico.

Sem aviso, Lauren me forçou a me afastar o máximo possível para a parede do fundo do armário, vindo junto comigo de forma que, pela segunda vez naquela noite, eu me vi imprensada pelo corpo irritantemente definido dela. Não que eu estivesse pensando nesse tipo de coisa no momento. Não. Claro que não.

Se você acredita em mim, é mais inocente do que o estritamente aconselhável.

Devido a pouca largura do armário, eu não podia culpá-la por me pressionar, na verdade. Se tínhamos uma chance de não sermos descobertos, era aquela. Só precisávamos rezar para que os vários casacos grossos entre nós e a porta fossem cobertura o suficiente.

A porta se abriu, seguida de uma exclamação de nojo.

– Argh! Há quantos séculos ninguém abre esse armário? Que cheiro de mofo horrível!

– Prenda a respiração. – disse Drigger – Não precisamos de oxigênio... Não é?

Hector deu um grunhido de impaciência, mas como parou de reclamar, devia ter seguido o conselho do mais novo. Era nosso dia de sorte. Sem respirar, seria impossível o vampiro acabar sentindo meu cheiro.

Me contorcendo um pouco, eu tentei mover meus braços, que estavam presos entre o corpo de Lauren e o meu, para nos dar mais espaço. Foi uma péssima ideia, no final das contas, já que agora meu tronco estava colado ao de Lauren e eu pude sentir reverberando no peito dela o grunhido que ela abafara, causado pelos movimentos descuidados do meu quadril.

– Pronto. – eu sussurrei no ouvido dela, um pouco envergonhada, quando meus braços estavam finalmente livres. Sem ter outro espaço para acomodá-los, precisei descansar minhas mãos em seus ombros.

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