One Step Forward Two Steps Back - Part 2

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Camila's POV

Lauren deu um passo para trás e me soltou, de forma a me olhar nos olhos e conferir se eu realmente estava falando sério.

Eu estava. Lauren havia vencido, como no fundo eu sabia que venceria desde que me fez a tal "proposta". De que adiantava continuar tentando recusar quando eu não podia negar para mim mesma que queria aquilo? Que queria ela? No fim eu me renderia de qualquer forma e aquilo me assustava. Nossa relação ficava cada vez mais íntima e o ponto para o qual todos esses acontecimentos convergiam era claro. A pergunta que restava era: Eu deixaria que chegasse tão longe? Deixaria que o último grande abismo entre nós sumisse? Seria eu capaz de continuar mantendo Lauren longe do meu corpo, da minha cama? Pior que isso... Seria eu capaz de não deixar? De impedir que o que agora me parecia inevitável acontecesse?

Céus, eu não queria as respostas para aquelas questões. Não mesmo.

– "Ok"? – Lauren me perguntou, com um brilho meio esperançoso nos olhos, me despertando de volta para a conversa.

– Ok. – repeti – Mas... Só no pulso. – eu me forcei a acrescentar.

– Só no pulso. – ela concordou, sorrindo o sorriso mais pecaminosamente perfeito do planeta e segurando minha mão, me puxando de volta para o sofá.

– O que está fazendo? – eu perguntei, quando ela me fez sentar ao seu lado, ainda segurando minha mão.

– Te dando uma pequena demonstração. – respondeu ela, erguendo meu pulso devagar.

– Mas... Você já me mordeu ontem. – eu disse, tentando manter a ansiedade longe da minha voz. Céus, o que estava acontecendo comigo?

– Eu sei. Mas é só uma demonstração. – disse Lauren, e a expressão em seu rosto era o retrato perfeito da falsa inocência – Um... Treino.

– Alguém pode chegar. – eu tentei argumentar, minha voz soando irritantemente frágil.

– Eu vou ser rápida. – ela garantiu, levando meu pulso aos lábios e o beijando languidamente.

– Lauren... – eu disse, no que era para ser um tom de aviso, mas que havia soado mais como uma súplica.

– Shh... – ela sibilou, vagarosamente traçando as veias de meu pulso com a língua.

Eu quis mandá-la parar, mas não podia. Sabia muito bem o que ela estava fazendo. Lauren Jauregui estava aos poucos me arrastando de volta para aquela atmosfera de encantamento da noite passada. Ela precisava me seduzir, criar aquele clima de desejo, de ânsia desesperada, de forma que sua mordida pudesse novamente causar aquelas sensações inexplicáveis em meu corpo.

Quando suas presas finalmente invadiram meu pulso, eu quis xingá-la. Lauren não parara de olhar em meus olhos por sequer um segundo e eu me via incapaz de quebrar o contato visual tão estranhamente íntimo que ela demandava. Aqueles olhos verdes profundos me sugavam, me faziam me perder em sua intensidade de forma que só piorava minha situação. Por isso eu queria xingá-la. Por que ela não podia fazer doer? Por que não me fazia odiar aquela sensação? Ela era cruel, de fato. Me forçava a apreciar um ato que parte da minha mente, condicionada por meus anos de treino, abominava. Mas por quê? Se ela dizia que me amava, porque me obrigava a confrontar partes de mim que eu detestava, que me assustavam? Como ela queria que eu não a odiasse se insistia em me fazer sofrer?

Ao primeiro gole, as pálpebras de Lauren caíram um pouco, acompanhadas por um gemido rouco e baixo que escapou por sua garganta. Eu mesma não pude evitar imitá-la, a combinação do ato dela com sua reação sendo demais para meus nervos excitados. Oh, eu simplesmente não podia desgrudar os olhos da cena. Visivelmente satisfeita com minha resposta, Lauren sugou mais uma vez, dessa vez com mais força, me fazendo tremer e agradecer por estar sentada. Mas quando eu já me preparava para o terceiro gole, ela lentamente retirou as presas de meu corpo, me fazendo choramingar baixinho pela perda.

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