7 Zaratras

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Depois que Emma deixou o escritório, o clima ali ficou pesado, e James ainda me encarava perplexo, um pouco assustado, mas não parecia a ponto de querer sair correndo porta a fora.

_você não precisa ter medo! – Bartra falou.

_do que exatamente eu não preciso ter medo? – perguntou visivelmente abalado – por favor, me expliquem! – pediu um tanto exaltado, sua respiração estava pesada, e eu me preocupei que ele tivesse um novo ataque de pânico.

_primeiro, respire fundo, sim? – pediu com cautela, e ele assim o fez – como posso explicar a você...

_já assistiu aquela porcaria chamada 50 tons de cinza? – meu filho bradou parecendo irritado, e eu quase ri. Ele odiava aquela porcaria.

_sim... – falou receoso.

_então imagine o Grey lá numa versão mais violenta e menos romântica... Ok, não tão violenta assim... – resmungou cruzando os braços e James me encarou com outros olhos.

Aquilo era interesse? Não! Eu estava enlouquecendo, vendo o que desejava ver nos olhos dele...

_você tem um quarto vermelho? – perguntou e eu quase engasguei.

_claro que não... Essa merda de quarto vermelho é babaquice... – falei tentando soar firme – o me é preto! – seu queixo caiu e sua boca formou-se um “o” perfeito.

_então você é um dominador? – indagou e eu confirmei, enquanto ele olhava para Bartra – deixe-me adivinhar, você também?

_sim! – respondeu simplesmente – a única coisa que aquele filme relata, que de fato é verdadeiro, é que o dominador só pode fazer algo se o submisso se submeter a isso! Por exemplo, se eu quisesse surrar minha esposa, mas ela dissesse que não, minha obrigação é fazê-la se sentir confortável, descobrir seus medos e leva-la ao limite do prazer, e não há prazer sem dor! Se depois de tudo, ela ainda estiver com medo, e não quiser, não posso força-la ou aceitar que a mesma se submeta apenas para me agradar! Isso é desumano!

_então, Emma... – começou, no entanto sua voz sumiu subitamente.

_sim! – afirmei, respondendo sua pergunta silenciosa – Emma aceitou se casar comigo, e submeter-se a todas as minhas vontades! Uma vez que ela me deu carta branca, eu posso fazer o que quiser, claro que nunca coloquei nenhuma faca no pescoço dela e a obriguei a foder comigo! O objetivo principal é dar prazer, e receber de volta esse mesmo prazer!

_oh... – murmurou.

_Richard é do tipo dominador masoquista, ele só se importa com o seu próprio prazer, por isso infligia tanta dor a você, pois isso lhe dava prazer! – falei e James pareceu perder-se nas lembranças – James...

Seu olhar refletia toda a magoa, frustração, dor, e diversas emoções que fizeram o semblante do jovem se fechar completamente, e ele esboçar uma expressão fria e indiferente. Era naquilo que aquele ano de tortura tinha transformado James, num viciado em bebida, que fumava e as vezes usava drogas para aliviar a dor que lhe era infligida.

_James! – Bartra o chamou, parecendo trazê-lo de volta ao presente – tudo aquilo já passou... – falou, porém o mais jovem permanecia calado.

_aquilo não vai mais acontecer com você! – falei firme, levantando-me, fazendo com que ele me olhasse ainda inexpressivo. Angustiava-me vê-lo dessa forma – jamais deixarei que aquilo aconteça com você novamente! – afirmei rodeando a mesa e ficando de frente para ele – James, eu te dou a minha palavra! – tentei tocar em seu ombro, porém ele recuou, levantando-se em seguida.

_era só isso que você queria tratar comigo? – perguntou num murmuro rouco.

_sim...

_me dê licença! – pediu e já foi saindo do escritório a passos apressados.

Preso a Mim - Duologia Possessivos - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora