Se passam mais uns dias desde o meu incidente com o adolescente do tráfico, finalmente eu e minha mãe pudemos ficar mais despreocupados e mais uma vez volto a ter minha rotina de sempre. Desta vez com tudo certo acordei na hora certa e pude ir para minha escola com muito mais facilidade. Ao chegar não ouve nada de novidade, foi uma aula tediosa, o professor ainda ranzinza e irritante e a sala não dava tempo algum com as conversas.Chegando na hora do intervalo mais uma vez estava lá com meus colegas, mas, dessa vez, Rafa estava quieto, muito além da conta, não era algo muito fácil de se ver, de forma bem curiosa perguntei:
- Eai Rafa, que rolou para você estar quieto?
- Pois é rapa, se tá mó caladão. - Paulo
- I so, nem te conto, uns cara aí do trafico também me abordaram, como eu recusei entrar eles me ameaçaram e falaram que iriam invadir minha casa. Eu chegando em casa vi meus pais e meu maninho chorando, os nego lá levaram tudo mano.
- Nossa cara, que paia isso, e o que que aconteceu depois? Vocês fizeram um boletim? - Gustavo
- Não, eles deixaram um bilhete falando que se nois chamasse os tira, eles iam roubar nossas vidas mano
- Caralho mano, que situação complicada. Acho melhor a gente parar de conversar sobre isso, os muleque do trafico ta de olho em nois. - Paulo
- Verdade, eles estão até ficando mais perto. - Eu
Não demorou muito para um dos traficantes virem até a gente e já saiu perguntando:
- Qual é Rafa, que que se ta falando ai para esses trouxas?
- É que.... - Eu
- Não falei com você negrin, o papo aqui é entre eu e esse merdinha aqui, vai diz aí irmão, qual é o papo de vocês aí?
- É... é... que... minha tia foi internada hoje ela ta com uma pneumo.... pneumo....
- Pneumonia! - Gustavo
- Isso mesmo, não sei falar essa budega direito - Rafa
- Saquei, nó então manda umas melhoras para ela e mais uma coisa, cuidado na hora que for dar seus papos ai, se você falar trem ai que não deve. - Traficante
- Relaxa irmão, pode ficar suave ai - Rafa
- Beleza então, até já fi. - Traficante
O cara foi se distanciando e assim que nenhum deles estava mais perto Rafa diz:
- Ses ta vendo? eles não saem do meu cangote
- Vi, agora que que ele quis dizer com '' até já'' - Eu
- Não sei mano, mais coisa boa não deve ser.
- Vamos la para casa, no final da aula, quando ficar tudo suave nois vai joga um racha. - Paulo
- É uma boa, fica tranquilo pro se? - Rafa
- Tudo suave irmão.
Toca o sino e fomos de volta para a aula, por uma grande coincidência nosso professor acaba passando para a gente um trabalho em grupo, já seria mais um motivo para ficarmos juntos. Depois de mais umas aulas entediosas de fazer você dormir, finalmente toca o sino do final da aula, quando todos arrumaram os materiais nos reunimos no portão da escola, até fomos rápidos para que não houvesse mais complicações.
Estávamos subindo o morro rumo a casa de Paulo quando pude perceber que havia varias pessoas nos observando e não demorou muito para que fossemos seguidos, bem dito assim logo fomos abordados pelo mesmo traficante da escola:
- Fala ai bando de viado, ou, quero mandar um papo reto para vocês, onde ses vai?
- Tamo colando la na casa do Paulo, nós vamos fazer o trabalho la do professor. - Rafa
- Pode crer, mas diz aí, me veio mais uma pergunta aqui, ses vai entrar pros esquemas? - Traficante
- Quantas vezes vamos ter que dizer a vocês? Já recusamos e vamos continuar recusando. - Gustavo
- Bom já que o caso, então vocês tem três segundos. - Traficante
- Para que? - Eu
- 1
- Mano que isso? - Paulo
- 2
- Para com isso fi. - Gustavo
- 3
O traficante começa a sacar uma pistola de sua cintura, mas, a sorte nos sorriu, ela se prendeu na calça do muleque, então com um berro começamos a sair em disparada:
- CORRE GENTE. - Eu
Começamos a descer o morro, quando fomos ver estávamos sob fogo cercado, para qualquer lado que fossemos havia um traficante mirando em nossas cabeças, até que...
... POW...
... Gustavo é baleado no ombro e acaba caindo no meio das ruas estreitas, então para protege-lo levamos ele para dentro de uma casa, cuja estava aberta e quase abandonada. Ao entramos foi onde as coisas ficaram mais complicadas, começamos a ficar mais cercados ainda, por grande ironia acabei encontrando um facão semelhante ao de um açougueiro, quando o primeiro traficante invadiu a casa fiz o que nunca pensei em fazer, eu tirei sua vida, por puro reflexo assim que o traficante entrou lhe acertei no ombro bem perto do pescoço, onde a lamina, perfurou sua carótida e acabou cortando seu pulmão. Ao retirar a lamina o que se podia escutar era o sujeito se engasgando com uma parte de seu sangue enquanto a outra parte era jorrada pelo seu pescoço a fora. Fiquei paralisado por um tempo, afinal, nunca havia matado ninguém, mas acabei retornando de meus pensamentos, vi que o traficante estava portando um rifle, uma M16, acabei pegando ela com o fim de nos proteger até que; os traficantes começaram a correr,mas não por causa de nós e nem por causa da polícia, eles estavam correndo de outra coisa. Paulo e Rafa estavam cuidando do ferimento de Gustavo, eles estavam fazendo pressão no seu ferimento então eu comentei:
- Não parem de fazer pressão, os caras estão recuando, vou dar uma olhada
- Cuidado cara ainda é perigoso. - Paulo
- Eu sei mano
Comecei a andar pelo redor da casa, não havia ninguém nas proximidades, até que mais uma vez a sorte ficou a nosso favor, havia um traficante mirando em mim e nem percebi, mas quando me virei, vi um sujeito encapuzado saltando de um telhado sob o meliante e com um golpe matou o cara, ao se erguer ele veio até minha direção e me perguntou:
- Você está bem?
- Sim mas tenho um amigo que não, ele foi baleado no ombro
- Sei disso. - Ele então faz um assobio e mais um sujeito encapuzado surge, ele veio até mim e me perguntou:
- Onde seu amigo está?
- Nessa casa. - Apontei para a casa a minha esquerda
- Tudo bem vou dar uma olhada
Entramos na casa, Rafa e Paulo ficaram surpresos e assustados com os dois indivíduos, então um deles disse:
- Não a nada a temer, somos amigos não faremos nenhum mal
Ele se aproximou de Gustavo viu seu ferimento e viu que perdeu muito sangue então ele se vira para seu companheiro e diz:
- Ele não vai aguentar muito tempo e eles não podem ir para um hospital...
- Porque não podemos ir? - Eu
- Os moradores estavam falando que o motivo do caos foram vocês se vocês forem para um hospital, os policiais vão prender vocês. - Sujeito 1
- Vamos leva-los para a sede de nossa ordem, o jovem poderá ser melhor atendido lá. - Sujeito 2
- Que sede é essa? - Rafa
- Vocês iram ver, por favor nos sigam vamos cuidar de seu amigo. - Sujeito 1
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I'm a Assassin
FanfictionEm meio a uma sociedade corrupta, injusta e cruel, um jovem de 17 anos chamado João Pedro que sofre bastante com esses efeitos. Depois de eventos marcantes ele encontra uma irmandade misteriosa onde aprende a controlar seus sentimentos, suas habili...