Um dia trágico

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Uma semana se passa, eu e os rapazes ainda estávamos tensos, andávamos nas ruas da Rocinha parecendo que estávamos sendo observados a todo momento, ficava me perguntando se eram os caras encapuzados ou se eram os traficantes, do mesmo modo a sensação era continua, por mais que  já havia se passado 7 dias, a lembrança do traficante que matei voltava na minha mente mas, já não me incomodava mais.

Depois de mais um dia na escola, eu estava indo para uma quadrinha que fica próxima da escola porque eu e os caras marcamos de jogar um rachinha, dessa vez estava indo sozinho, não havia ninguém por perto de mim, quando do nada ... Toim ... Uma pedra com um bilhete caiu bem aos meus pés, fiquei encarando ela por um breve momento, olhei para os lados e não vi ninguém agindo de forma estranha então peguei a pedra e tirei o bilhete e nele estava escrito:

                 " Agora é a vez de nóis, olho por olho dente por dente, fiquem atentos "

Mil pensamentos se passaram pela minha cabeça, logo me toquei de que eles estavam se referindo aos traficantes que foram mortos, quando percebi isso sai em disparada para a quadrinha, quando cheguei vi que todos os caras já estavam lá jogando, sem pensar duas vezes entrei gritando:

- RAFA, PAULO, GUSTAVO, VEM AQUI CORRE

- Qual foi cara, espera acabar o tempo aqui

- VEM AGORA CARALHO, É SÉRIO PORRA

Ao perceberem meu desespero eles vieram até mim com uma cara de preocupação e também de desespero, quando chegaram perto de mim Rafa me pergunta:

 - Que que rolou rapa?

 - Olhem esse bilhete que me entregaram, mano tamo ferrados

 Entrego o bilhete a eles, logo a expressão de seus rostos mudaram completamente, dava para ver o medo e o desespero dominarem suas faces, Paulo se vira para o resto de nós e pergunta:

 - Será que eles estão planejando fazer algo com a gente?

 - É o mais obvio né cara - Rafa

 - Acho que pode ser outra coisa também. - Eu

 - O que você sugere então JP? - Gustavo

 - Pare e pensem comigo, acabaram sendo mortos pessoas deles, e eles se tratam como uma fraternidade ou uma família com hierarquias.

 - Aonde se ta querendo chegar fi? - Rafa

 - Que eles podem estar mirando em nossas famílias.

 - A cara eu não acho que eles fariam algo assim mano. - Paulo

 - Fiii, eles são traficantes, bandidos, por eles, eles fariam qualquer coisa. - Gustavo

 - Vamos avisar nossas famílias então e rápido! - Eu

 - Sim, nos separamos ou vamos juntos? - Paulo

 - Vamos nos separa assim vamos conseguir ganhar mais terreno, vamos nos encontrar na minha casa quando acabarmos. - Eu

 - Beleza então, bora lá cambada. - Rafa

 No mesmo instante começamos a sair em disparada para nossas casas, para minha infelicidade minha casa era a mais longe de todas e como eu tinha que ser rápido mais uma vez me recorri em saltar pelos telhados da favela, subi em uma rampa feita de tábua  que estava sendo usada em uma construção, saltei rumo a uma calha da casa à minha frente, escalei, e dali fui saltando pelos telhados. Quanto mais me aproximava de minha casa, maior ficava minha preocupação, logo em minha mete começava a rodar todas as possibilidades de que os traficantes poderiam fazer comigo e com minha mãe, até que, CLASH, pisei em uma telha estragada e caio dentro de uma garagem, fiquei todo moído, o dono da casa estava para chegar quando dei no pé rumo minha casa.

 Me aproximando de minha casa, escutei dois disparos, meu coração ficou a mil, comecei a correr o mais rápido possível. Enfim avisto minha casa, quando finalmente me dei conta do que aconteceu, todo o meu corpo parou, uma multidão tinha se formado em volta da minha casa. Finalmente chego, empurro todos da minha frente para eu poder chegar a entrada. Entrei na casa, meu coração parecia que ia sair pela boca, quando chego no quarto da minha mãe, pareceu que o tempo havia sido congelado, vi ali na cama minha mãe morta com dois tiros e nas paredes um escrito com seu próprio sangue, "Nós avisamos". Todo o morro devia ter escutado meu gritos de desespero, logo chega a polícia para verificar o ocorrido, foi me pedido para aguardar do lado de fora da minha casa, com muito custo deixei minha mãe, parecia que o mundo havia se despedaçado, não me conformava com o fato, a cena ficou gravada na minha mente.

Chega os bombeiros com uma maca para levá-la para a ambulância, nesse momento uma mão toca meus ombros, um homem desconhecido virou para mim e disse:

- JP fique calmo, eu sei que é difícil, uma perda dessas não tem como suportar e com tudo que você veio passando recentemente, deve estar bem difícil para você.

- Obrigado, mas, como sabe meu nome? O que sabe do que eu passei? Nem te conheço.

- Na verdade você me conhece sim, só não conhece meu rosto.

- Não entendi.

- Venha comigo precisamos conversar.

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⏰ Última atualização: Feb 09, 2019 ⏰

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