segunda

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estou dentro de uma sala, sentado em um divã.

gosto das mãos dela; são delicadas, quentes e pequenas.

nunca cogitei pensar em como alguém tão internamente forte
poderia ter um corpo físico
de aparecia tão frágil.

mas gosto das mãos dela.
do modo como elas me tocam
e me fazem imaginar
que tenho raios de sol brilhando na minha própria órbita.

gosto de pensar que as mãos dela
são a parte do calor que faltam em mim.

porque as vezes, ela me dizia que

eu poderia congelar muito
e ela poderia esquentar demais
ao ponto de
só nós dois
podermos curar
um ao outro

como se juntos, fossemos o outono. frio, mas com folhas queimadas.

porque ela me aqueceu.
e eu sempre a salvei
de seus próprios incêndios.


cartas escritas sob efeito de drogas ilícitas | √Onde histórias criam vida. Descubra agora