Adolescentes do novo Mundo

Capítulo 3

Meus olhos transbordaram e em questão de segundos milhares de memórias passaram em minha mente como um Flash back. Minha mãe desaba em lagrimas...

_Precisamos sair daqui... _Disse meu tio. _Não estamos seguros aqui! _Acrescentou _Não temos para onde ir e não sabemos oque há porta afora. _Minha mãe diz se recompondo de tudo que acabará de ouvir. _Mas Ana, não podemos ficar aqui esperando para morrer, temos que enfrentar a situação.  _Acho que o tio Julío tem razão! Não podemos ficar por muito tempo aqui. _Tomei coragem e me pronunciei! _Antes da energia cair disseram que há um local seguro na central da cidade. E acho que o carro de trabalho do papai ficou na garagem!

Eu não queria ir, mas sentia que não havia outra escolha. Então pegamos algumas roupas, água, biscoitos, lanternas, pilhas e etc... Minha mãe também pegou algumas fotos e meu tio mais munição para a pistola e a chave do carro. Seguimos em silêncio observando o caminho devastado, foi quando avistamos na esquina uns corpos mortos andando rapidamente em direção a nós, meu tio afundou o pé no acelerador e eu só consegui pensar:"que merda ele está fazendo ???" E foi aí que em um momento de descuido ele perdeu o controle fazendo o carro derrapar por alguns metros e depois virar de ponta-cabeça. Desmaiei com o impacto e acordei não sei quanto tempo depois. Minha cabeça parecia que ia explodir!

Do banco detrás vi que o vidro da frente, o do motorista, estava totalmente quebrado, tão quebrado que quase já não havia vidro algum! _MERDA! _ Meu tio não colocou o sinto de segurança e foi arremessado longe. Minha mãe estava presa ao sinto _Graças a Deus! _Pensei aliviada. Mas aquela sensação de alívio durou pouco. Saio do carro tentando fazer o mínimo de barulho possível, para não atrair os mortos que estavam mais a frente se alimentando do corpo do meu tio, segui até a minha mãe e a vi totalmente ensanguentada, comecei a chorar de desespero não me importando mais com a consequência de chamar atenção. Ela abre os olhos e já não tem o mesmo olhar doce que sempre carregava, faz uns sons esquisitos e se contorce tentando levantar, mas as tentativas são frustradas por está presa ao sinto.

Com todo o barulho os mortos se aproximam e eu tento correr, mas caio e vejo vários deles vindo pra cima de mim... Com a visão embasada vejo alguém matando um por um com golpes na cabeça e quando já não havia mais nenhum em cima de mim, ele vai em direção a minha mãe já se preparando para um golpe fatal quando eu gritei: _Nãooo, ela não!!! _Ela já não é mais a mesma. _Me respondeu curto e grosso. Foi aí que eu ouvi uma voz doce se pronunciar _Respeite a decisão da menina! _ Era uma garota de olhar gentil, que a poucos segundos eu nem tinha percebido a sua presença. _Você quer mesmo que ela fique assim? _Perguntou o rapaz que salvou minha vida. _Dê misericórdia. _Acrescentou ele. _ Misericórdia? _Perguntei confusa! _Sim é melhor morrer de verdade do que ficar assim! _ Me respondeu ele. A menia que estava junto a ele colocou uma faca na minha mão, e eu sabia oque teria que fazer, mas não queria.

_Eu posso fazer isso, se você quiser é claro! _Disse ela em voz baixa. _Tudo bem, eu só preciso de um pouco de espaço_ Eles logo entenderão oque eu quis dizer e se afastaram um pouco, vigiando o local. _vejo minha mãe na mesma situação, eu chorado e tremendo enfio a faca pelo olho dela com toda  minha força e em pouquíssimos segundos ela se vai. Entre choro e soluços eu peço perdão.       

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