Olhámos um para o outro e sorrimos, eu estava completamente apaixonada pelo Gilbert... mas havia qualquer coisa que me prendia ao Billy, mesmo depois de tudo o que se passou.
Reparei que a Ana estava a espreitar por uma das esquinas quando eu e o Gilbert nos beijámos, espero que não a tenha magoado, sempre senti que ele e a Ana tinham algo de especial e confesso que já senti ciúmes dela, mas tenho plena confiança nele.
- Gilbert, sentes alguma coisa por mim ? - disse passando a mão pela sua face.
- Susan, claro que sim !!! - exclamou, agarrando a minha mão.
- Mas... É amor ?
- Sim, mas porque perguntas ? - interrogou, largando a minha mão.
- Sentes algum tipo de conexão amorosa, com alguém, além de mim ? - fui direta ao assunto.
Ele ficou calado e começou a atirar pedras para o relvado á nossa frente, eu perguntei 2 vezes, mas ele fingiu que eu não estava lá... não conseguia perceber se estava furioso comigo por ter feito aquela pergunta, ou se a sua resposta á pergunta fosse "sim", mas não me queria magoar.
Voltei a perguntar-lhe mais uma vez, mas ele ignorou-me, até que me fartei e começei a questionar-lhe :
- Disse alguma coisa de mal ? - Porque não queres falar comigo ?
Continuei a fazer perguntas e a tentar resolver o problema, e passado alguns minutos o Gilbert cedeu :
- Susan... vai te embora, tens coisas melhores para fazer... - disse sentando-se a quase 2 metros de mim.
- Na realidade Gilbert, tu és o meu melhor apoio, amigo e companheiro, ou seja não vou desistir de ti, assim tão facilmente !!! - exclamei, pondo-me em pé.
- Se calhar, é melhor desistires já para não teres que sofrer mais tarde e aliás não há mal algum em gostar de outra pessoa, além de ti, visto que não temos nada realista - disse levantando-se também.
- Então tu estás a insinuar, que tu me beijas-te e gostávas de outra pessoa, e que o nosso beijo não significou nada ?
- Susan, nem todo o mundo gira á tua volta !!! - exclamou gritando.
Nesse momento eu chorei, sim, chorei mesmo, estava vulnerável nunca pensei que existisse este lado do Gilbert :
- Tu podes dizer que o Billy é ridiculo, mas acredita Gilbert Blyte, nada se compara a ti... nada - disse lavada em lágrimas, e sai a correr.
Voltei para dentro da escola para ir buscar as minhas coisas, ia faltar á parte da tarde. O Billy viu que eu estava destroçada e dirigiu-se a mim :
- Eu passo por tua casa depois das aulas...
Nem me deu tempo de responder (a resposta seria "não", obviamente). Virou-se e foi ter com a Victoria. Antes de sair reparei que toda a gente estava a olhar pela janela, para o sítio onde eu e o Gilbert estávamos. Afastei a "multidão", até chegar á janela, onde vi ele e a Ana
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parecia que a Ana estava a olhar para mim com um olhar estranho, como se o Gilbert lhe tivesse contado o que aconteceu de uma maneira, que agora me detesta-se.
Abri a porta da escola, sai a correr pela floresta e deitei-me na pedra do amor ingênuo entre a Victoria e o Billy. Senti-me livre, como se fosse independente, não pensava em nada a não ser o canto dos pássaros e o vento que fazia dançar as árvores...
PASSADO 03:OO H
- Susan, acorda... Susan !!! - era o Billy -Qual foi a tua ideia de dormires na pedra ?
- Do que estás a falar ? - ainda estava completamente adormecida.
- Susan, tu faltas-te às aulas e adormeces-te no meio da floresta !!!
- Billy, por favor, diz-me que este dia foi um sonho, tentei erguer-me, mas não consegui e voltei a deitar-me, desta vez com a cabeça no colo do Billy, o que o deixou espantado.
- Bem... deixa-me levar-te a casa.
Ajudou-me a levantar e tentou falar comigo a cerca do que se passou á hora de almoço, mas eu não lhe respondi.
Quando chegámos ficámos alguns segundos a olhar um para outro, até o silêncio ser quebrado :
- Então... adeus - disse ele, abrindo os braços e sorrindo.
- A sério, Billy ? - interrogei, cruzei os braços e entrei dentro de casa.
Cumprimentei os meus pais, pousei o material e a cesta na mesa de jantar e subi para meu quarto. Da minha janela conseguia ver o Billy a afastar-se, e de um momento para o outro começei a chorar, só pensava no Gilbert e em toda a gente que eu tinha dececionado.
E então, foi aí que tive a brilhante ideia de sair de casa a meio da noite, para resolver os meus dilemas com o Gilbert e a Ana, pensei em tudo, usava uma das cordas do meu pai, para sair pela janela e quando volta-se, tinha que ter muito cuidado para não fazer barulho, pois ia pela porta de entrada.
Estava muito empolgada, mas com medo. Era muito provavel que me aleijasse ou fosse descoberta...
