assombrado

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a umidade de seu beijo
se perdeu no álcool das bebidas
e a fumaça de quando eu fumo
ainda está presa na minha garganta
engasgada com palavras não faladas
me sufocando depois de suspiradas.

me disseram que a dor desapareceria
e alguém me ajudaria a curar estas feridas
mas estas só estão ganhando profundidade
as pessoas se cobrem com meu sangue
se pintam e brincam como se fosse tinta.

seus olhos me mostram arrependimento
não que o sinta, não que ela minta
mas ela perdeu o sorriso de sua rima
o que eu pensava sentir era uma mentira.

o coice de uma escopeta era como
os pensamentos sobre ela durante o dia
então os matei usando a minha ira
afastar pessoas é a minha munição infinita.

mas quem mata nunca esquece da vítima
minha vítima me puxa dos meus sonhos
me faz seu prisioneiro em seu abismo
me assombra enquanto durmo esta noite
fantasma de meus pesadelos desde o início.

(escrito em 30/07/18)

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