The End of the F***ing World // camren

What the hell am I doing?

Galerinha, por favor, eu queria pedir que vocês divulgassem e votassem nessa fanfic, clicando na estrelinha que tem no canto inferior esquerdo da tela, pois isso ajuda a fazê-la crescer. Espero que gostem do cap, e para qualquer crítica ou sugestão, comentem aí.
~ Camz

01/XX/2017 - Volta às aulas
Manhã

Camila's pov
Eu não queria que esse maldito dia chegasse. São 5:30hrs da manhã e o barulho infernal do despertador já está tocando. Eu sou obrigada a estar acordada, me aprontando para ir à droga da escola. Finalmente o final do ensino médio, mais um pouco e toda a tortura acaba, pensei.

Logo acordei dos meus pensamentos quando escutei Sinuhe, vulgo minha mãe, falar em um tom um pouco seco
- Hum, levanta, garota! Bom dia.

Nenhuma novidade ela querer pagar de boa mãe.

- Já acordei, saco! - Igorei totalmente a tentativa falha dela de ser educada. Bom dia pra quem? Para mim que não é.
Segui passos leves e meio desajeitados até o banheiro, lavei meu rosto e comecei a me trocar. Hoje será um longo dia.

//

Lauren's pov
Como de costume, acordei sozinha, meu pai trabalha mais cedo que isso e não tem como acompanhar minha rotina matinal.

Permaneci sentada na cama por alguns minutos, lembrando de todas as histórias que já me contaram sobre as tentativas da minha mãe cuidar de mim logo de manhã. Eu era um criança birrenta e não tão fácil de lidar, mas ela sempre se importou comigo.

Queria ter tido a oportunidade de passar mais tempo com ela. Inferno! Eu só queria ter mais uma chance. Queria poder ter impedido que ela fizesse isso. EU PODIA, EU PODIA, EU PODIA. Mas não o fiz, e agora sou obrigada a conviver com essa culpa. Preciso descontar essa raiva por outros meios...

Mesmo dia
Horário do intervalo
Okay, já se foi metade. Mas não que eu tenha aproveitado as aulas, pelo contrário, não conseguia tirar da minha cabeça a ideia de assassinar uma pessoa. Essa seria uma boa maneira de aliviar minha raiva.

Como seria a sensação? Diferente de matar animais? Talvez mais intenso, eu imagino. Mas agora preciso encontrar uma vítima, alguém que soe como ingênuo e fácil de enganar, afinal, já havia bolado um planejamento para seguir. Eu me sinto preparada para isso.

Meus olhos são profundos e apaixonantes, eu poderia facilmente atrair e encantar uma futura vítima. Depois é só atacar, seria fácil, eu costumo andar com uma faca em minha bota. Nunca se sabe quando irá surgir uma oportunidade.

Oportunidades...

Uhh, e não é que eu estava cara a cara com uma agorinha mesmo?! Olhei fixamente para aquela garota morena com os cabelos levemente ondulados, que vinha em minha direção. Eu a conhecia?

- Hey. Eu a vi andando de skate uns dias atrás, você é péssima - ela disse em um tom debochado, me encarando. Mas... como assim? Onde ela me viu? Ah, que merda de mentira para puxar conversa, garota.

- Vai se foder.

Vai se foder? Horrível, mas essa foi a única resposta válida que veio em minha cabeça naquele instante. Afinal, só conseguia pensar no quão satisfatório seria matá-la. Uma vítima perfeita, a MINHA vítima perfeita.
E sim, eu me dei conta que a conhecia. Era uma aluna nova, seu nome era Ca alguma coisa... Ah, sim, Camila.

Ficamos alguns segundos sem falar, ela apenas soltou um sorrisinho e foi embora. Sério isso? Não pode ser, eu preciso me aproximar dela, então tomei uma atitude.

- E a propósito... TE ENCONTRO NA SAÍDA - gritei, esperando algum mínimo retorno. E advinha? A garota ousou me responder apenas com um dedo do meio. Pois bem, antes isso do que nada. Na hora de ir embora eu a esperarei.

//

Dito e feito, estou aqui prostada em um banco desconfortável só para sair com ela. Eu preciso conhecê-la.
Decidi fechar meus olhos para poder me desligar um pouco desse mundo injusto, quando, depois de alguns instantes, escutei uma voz recentemente conhecida me chamar em um tom indignado. Era ela.

- Você está realmente me esperando? - Apenas concordei com a cabeça e me levantei do banco, agarrando minha mochila e colocando-a em minhas costas - Para onde nós vamos mesmo?

- Tanto faz, Camila. E a propósito, eu me chamo Lauren. - dei uma leve pausa - Lauren Jauregui.

Okay, ela não se importou muito. Apenas começamos a andar sem rumo, onde praticamente o caminho inteiro estava sendo em silêncio. Eu me sentia confortável, não queria contar mais sobre mim. Mas aí ela decidiu quebrar aquele clima, tentando me impressionar de uma forma um tanto quanto exótica, mostrando ser durona ou qualquer coisa do tipo:

- Eu não tenho um celular

- Okay

- Eu o quebrei

- Okay

- Tipo, foi de propósito

- Okay - eu sabia que tinha feito isso, pois mais cedo a vi dando um escândalo perto daquelas "amigas" dela. Já que odiava conversar por mensagens, ela simplesmente jogou seu aparelho no chão, e confesso, eu gostei disso.

- Assim você não vai ter como me ligar - disse como se quisesse me causar interesse.

- Okay. Eu também nem tenho um celular, odeio - olhei para o lado focando na reação que ela esboçaria, e senti como se pudesse ler seus pensamentos 'finalmente temos algo em comum'.

Depois disso o silêncio predominou novamente, mas minha cabeça pensava em muitas coisas. Uma delas era se aquilo era pra ser um tipo de encontro de amigas. Eu estava confusa, nunca desenvolvi sentimentos afetivos por alguém, muito menos por uma nova "colega" de escola. Seria justo eu pedir para levá-la em uma lanchonete, tentando assim fazer aquilo cujas pessoas normais são acostumadas... quero dizer, para conversar, socializar ou coisa assim?

- Pode ser, eu conheço uma aqui perto. Vamos.

Naquele momento eu gelei. Percebi que havia pensado elevado demais, falei aquilo em voz alta. Agora ela entendeu o suposto convite. Tarde demais, eu não tenho mais escolha.
...
Caminhamos por mais uns 3 ou 4 minutos até chegarmos onde ela queria.

- É aqui - apontou para o logo gigante que mostrava o nome do estabelecimento - Vai, entra logo.

Eu, sem dizer uma palavra sequer, apenas entrei e escolhi uma mesa para sentarmos. Até que o lugar era arrumado, tudo organizado. As mesas eram quadradas e vermelhas. De cada lado havia um banco da mesma cor, porém com largas listras brancas, que os deixavam parecidos com aqueles estofados que usavam em restaurantes dos anos 70 ou 80.
Ou não, sei lá. Não gosto muito de conhecer outros lugares também.

Decidi pegar o menu e olhar as opções, seria mais útil.

Camila's pov
Acho que fiz uma boa escolha em trazer a Lauren para cá. Eu costumava frequentar essa lanchonete com meu pai, eram bons tempos. Um dia ainda irei largar essa merda aqui para ir morar com ele, seja lá onde for. Todos os anos aquele carinha ainda me envia cartões de aniversário. Ainda me lembro do mais recente...

"Camzzi,
Estou com saudades, mi hija. Você, mesmo sendo uma jovem com responsabilidades e tudo mais que a adolescência exige, sempre será meu bebêzão. Eu te amo!
Assinado, Alejandro"

Mentalizei cada detalhe do papel e das letras. Nossa, como eu sinto a falta do meu pai. Ele é um cara incrível e mesmo escapando um pouco das "normas para ser um bom responsável", como fumar e beber, eu não me importava. Eu até preciso de mais liberdade.

Por que ainda não larguei tudo para correr atrás dele? O que caralhos me prende por aqui?

Eu quero descobrir como evitar tudo isso. E vou descobrir.