– Cara eu to meio confuso no momento meu, não sei nem raciocinar direito. (Eu falava para Rafael parado em minha frente.)
Seus olhos pareciam pedras de diamantes me olhando fixo, pois por mais que eu não desse bola de vez em quando aos meus amigos, eles se preocupavam a fu comigo.
Eu tinha que reconhecer isso neles.
– Confuso to eu Guilherme, a dias atras você era apavorado só de olhar aquele negão chegando perto de você e hoje você ta lambendo ele caramba.
– Ele joga tri bem vídeo game cara, você sabe que eu gosto de vídeo game.
– Cara não mente meu, se fosse por isso você iria na minha casa veio eu dos guris.
E u viro de costas revirando meus olhos, ainda com uma camisa em minhas mãos para guardar em meu guarda roupas. Vejo Rafael virar meu ombro para frente olhando para ele que já estava implorando pela minha explicação.
– Fala meu, nem parece que crescemos juntos veio e outra cara os guris não vão aceitar veio, eu sai ontem da casa da minha mina e te vi la meu. sei que você estava cara.
– Rafa. (Eu tento argumentar, mas infelizmente fez com que minha argumentação fica-se fora de cogitação.)
– Cara fala veio por favor Guilherme.
– Não da meu. (Eu digo olhando para a cara dele largando minha camisa no chão, os olhos do Rafa desconfiados e meio serenos, calmos pelo sofrimento, cara eu sabia o que ele estava sentindo, era como se perdesse um irmão, pois a gente cresceu junto meu.
– Não da cara tu não vai entender, se você for meu amigo eu juro que vai entender cara.
– Como assim entender cara, que você esta andando com um traficante. (Rafa solta um risinho nervoso, como se fosse um tapa nas costas junto com uma tosse.)
– Cara nem eu e nem ninguém vai nunca entender.
– Rafa eu. (Na mesma hora que eu ia falar a porta de meu quarto se abre e Rafa dobra os braços disfarçando andando para trás, eu virei de costas e continuei a arrumar meu guarda roupas.)
– Algum problema meninos. (Minha irmã perguntava com um olhar preocupado.)
– Como assim Suelem. (Eu digo com a voz meia cansada.)
– Ouvi uma discussão.
– Só se for ilusão. (Diz Rafa com um sorriso disfarçado, Suelem olha para mim e eu também do um sorriso.)
– Meninis o que vocês estão aprontando heim.
– Suelem não enche cara, vaza daqui meu. (Eu vou ate a porta e fecho na cara dela.)
Rafa me olha ainda preocupado se eu fosse falar alguma coisa, mas continuei a andar ate meu guarda roupas e arrumar as roupas.
– Cara você é meu melhor amigo meu. (Dizia ele atrás de mim.)
– Você também Rafael, mas não se preocupe. (Eu viro para ele.)
– Cara não precisa mesmo.
– Não precisa, cara olha quem você esta andando. O Junior o dono do morro.
– Eu sei cara, e fica frio meu, eu sei o que to fazendo cara, olha. (Eu tento explicar.)
– Eu sei que é difícil meu, mas te digo que assim que eu tiver coragem e consciência eu conto.
– Consciência. (Ele falava baixo.)
– Cara consciência é uma palavra que não existe em seu vocabulário porra.
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Apaixonado Por Um Traficante
RomanceConta uma história de um garoto que se apaixona por um traficante (dono de um morro) baseado em fatos reais