Não brinca com doença séria

2.6K 436 277
                                    

O medo nunca fora tão real.

Hansol se surpreendia com realmente não estar disposto a perder uma chance com Seungkwan. Nunca quis tanto conhecer alguém, e tentar dar início a algo com ele, quanto estava querendo com o farmacêutico. Pode parecer exagero, ou falso, mas realmente estava afim de Seungkwan. Não diria que era amor, ainda era muito cedo para isso, mas tinha certeza de sua paixão.

Horas sonhando com o rapaz, contagem cansativa de quantos dias, torturantes e longos, não o via, vários desejos, feitos a estrelas cadentes e horas iguais, sendo usados para que surgisse algum motivos para ir até a farmácia, suspiros e sorrisos bobos. Tudo isso, e muito mais, tinha de significar alguma coisa. Hansol sabia bem o que queria e de quem gostava, só tinha de mostrar a Seungkwan que era ele e, finalmente, ganhar o seu amor.

Nunca correu tanto em sua vida. Seu coração quase saiu pela boca e ele teve de apoiar em um muro para evitar tal desastre. Com o dito cujo batendo demasiadamente, não por causa do esforço, chegou antes que o turno de Seungkwan terminasse. Deixou que Yongsun voltasse sozinha e quase atropelou pedestres no caminho. Fez mais exercício físico do que quando estava no ensino médio. Tanto esforço fora recompensado com um olhar atravessado.

- Êpa, você não pode entrar aqui - adverte Seungkwan, com uma carranca. Hansol não estava esperando ser recebido de braços aberto, mas também não imaginou que seria quase expulso antes mesmo de chegar perto do balcão. Aquilo sim era ser cruel com a sua pessoa. Se não fosse um bom soldado, já teria dado meia volta.

- Onde é que tá escrito isso? - pergunta, olhando em volta como se procurasse algo. - Me mostra porque eu não tô vendo.

- Não tá vendo ainda. Eu mandei fazer um cartaz enorme com uma foto sua e a frase "é proibida a entrada deste sujeito" gravados nele.

- Você tem foto minha? - pergunta, insinuante porque, pelo visto, ele não era o único stalker ali. Seungkwan tenta evitar mostrar o quão corado está, com uma expressão irritada. Parecia um gatinho zangado.

- Quer saber de uma? Tem um ser vagabundeando aqui - grita para o segurança, que começa a se aproximar devagarinho, como se soubesse que aquilo seria em vão. Algo o faria voltar para seu lugar.

- Eu tô comprando ó. - Hansol pensa rápido, preferindo esquecer todas as vezes que o outro não quis facilitar as coisas para si, e lhe mostra uma caixinha como prova só para facilitar o trabalho dele. O rapaz dá meia volta, se acomodando ao posto novamente. Hansol suspira, aliviado. Um problema a menos.

- Uma caixinha de anticoncepcionais. Mais alguma coisa, senhor? - Seungkwan usa o tom automático de uma atendente de supermercado.

- Aham. Quero alguma coisa para meu sistema imunológico porque, quando eu te vejo, os meus macrófagos saem correndo. Eu fico totalmente sem defesa.

- Sua namorada sabe que você fica vindo aqui para me paquerar? - ataca.

- A Yongsun não é minha namorada - choraminga. - Ela é casada. Quer ver? - Seungkwan olha para Hansol com uma mistura de dúvida e interesse. Hansol se apressa a encontrar o celular no bolso da calça e, rapidamente, navega por entre as diversas imagens do aparelho. Seungkwan deixa um riso sem graça escapar.

- O que você estava dizendo mesmo? - pergunta, ironicamente, quando uma foto de Yongsun beijando a bochecha de Hansol passa. Haviam muitas fotos assim. Yongsun e Hansol eram amigos de longa data, então era normal saírem juntos e tirarem muitas fotos. Moonbyul, a esposa da garota, nunca ligou para isso, mas Seungkwan, que ainda nem tinha se pronunciado sobre querer ocupar o posto vago de namorado do mestiço, parecia ter muito o que reclamar sobre.

- Não são essas não - apressa em evitar o aumento do mal entendido. - Perdoa os meus vacilos e não desiste de mim, senpai.

Seungkwan batuca os dedos no balcão, impaciente. Hansol finalmente encontra uma em que Yongsun não está o abraçando ou beijando. Na verdade, ele nem tá na foto, o que é um bônus maravilhoso. A imagem de Moonbyul e Solar se beijando é empurrada debaixo do nariz de Seungkwan, seguido de um desesperado "Aqui ó".

- Problema seu - resmunga, com direito a ombros levantados e biquinho nos lábios. Aquele era um dos poucos defeitos de Seungkwan que Hansol estava disposto a aturar. - Aproveita que tá solto na pista e se joga.

- Tá bom então - aceita a proposta. - Seungkwan-ah, pode me chama de vírus porque eu tô te dando ebola - diz, todo exasperado.

- Não brinca com doença séria - ralha, mas, agora, não parecia realmente nervoso ou zangado.

- Desculpe... Então, a indústria farmacêutica deveria usar seu DNA para fazer antidepressivos, seu lindo. - Seungkwan nem precisou reclamar, Hansol sabia que era a hora de falar para valer. Mostrar o que realmente queria, mas sem se esconder atrás de cantadas baratas e engraçadinhas. Respirou fundo e foi. - Falando seríssimo agora. Seungkwan-ah, se ainda não percebeu, eu estou apaixonado por você. Eu não estou namorando. Bem que eu queria estar, mas com você, é claro.

- Você não tá mentindo para mim não, né? - pergunta, com os olhos semicerrados. Hansol chacoalha a cabeça com medo de que, se demorasse, Seungkwan acabasse concluindo o contrário. - Se você estiver mentindo, fica ligado que eu posso te dar veneno na próxima que você vir comprar remédio.

- Juro de dedinho. - Ri, nervoso e cheio de esperanças. Não queria tirar conclusões precipitadas, o que não claramente não seria o caso ali, mas é que Seungkwan era caixinha de surpresas. Desde a primeira vez que se encontraram, o jovem farmacêutico fora reagindo a Hansol de formas totalmente contrárias ao esperado. Hansol só podia desejar fortemente que Seungkwan engolisse o orgulho e dissesse que a paixão era recíproca.

- Então chega mais perto - pede aos sussurros, se debruçando sobre o balcão. - Quero te contar um segredinho.

Tremendo, Hansol se aproxima. Muita coisa se passou pela cabeça dele, até mesmo esperou por alguma patada ou grosseria, mas então, fora surpreendido pela bênção dos lábios de Seungkwan se moldando perfeitamente aos seus. Algo tão inesperado, que, por um momento, o rapaz até esqueceu que tinha que fechar os olhos e aproveitar. Poderia pôr a culpa em seu coraçãozinho palpitante, mas Seungkwan também tinha uma parcela naquilo.

Os lábios do menor tinham um gosto maravilhosamente doce, que Hansol sempre sentia ao beijá-lo em sonhos e pensamentos, mas que ao vivo e a cores era mil vezes melhor. Não tinha nem comparação. Era, de fato, como provar de um pedacinho do céu, mesmo estando em terra firme. Os movimentos suaves de sua língua não possuíam outro efeito a não ser o de fazer Hansol se derreter aos pouquinhos.

As mãos quentinhas de Seungkwan acariciando o rosto do mestiço, arrepiando cada pedacinho do corpo dele, o fazendo se impulsionar para frente, involuntariamente, ansiando mais contato. Hansol destruiria aquele balcão, se fosse possível, só para ter o privilégio de segurar a cintura de Seungkwan e ter seus corpos bem coladinhos. Por enquanto, se contentava com o afago em seus cabelos e os selinhos suaves que foram depositados em seu nariz. De uma forma desconhecida, ele tinha certeza de que, em breve, teria muito mais.

- Você tem gosto de xaropinho de morango - sussurra e recebe um soco fraquinho no peito dele. Seungkwan revira os olhos, mas acaba sorrindo. - Seungkwan-ah, você não é clonazepam, mas te quero toda noite.

Hansol não sabia, mas, certamente, teria Seungkwan. Não só todas as noites, como todos os dias também. E se dependesse dele, teria o farmacêutico para si eternamente.


tá uma porcaria, mas não posso ficar deixando histórias incompletas. eh crime

até nunca mais <3

🎉 Você terminou a leitura de gato, você é farmacêutico? | seungkwan + hansol 🎉
gato, você é farmacêutico? | seungkwan + hansolOnde histórias criam vida. Descubra agora