Capitulo 2
O despertador os acordou no momento exato em que Pedro relembrava os traços angelicais da moça de seu sonho, bocejou uma vez mais antes de ir tomar banho e vomitar, não necessariamente nesta ordem, Cláudio já estava de pé, como era um velho amigo conhecia toda a casa e esta hora já deveria estar na cozinha preparando seu café da manha.
Pedro ligou o chuveiro e regulou a temperatura mais alta que sua pele agüentava, aquilo o fazia pensar melhor e colocar a cabeça no lugar, e embora seu corpo estivesse imóvel enquanto a água caia sobre si, deixando seus cabelos pesados, sua mente estava imersa em mil pensamentos, de uma coisa estava certo, já que nem morrer conseguira, deveria ser forte e esperar, até a morte chegar, e ela chega para todos.
Ficou embaixo do chuveiro fazendo questionamentos sobre sua vida durante uns 20 minutos, ao notar no seu pescoço novamente a lua, em um colar, lhe caiu bem no peito nu, notou ao encarar-se no espelho, jogou os longos cabelos escuros para trás, colocou um sorriso no rosto e vestiu-se, somente então desceu para comer alguma coisa, alguma fruta serviria, encontrou com Cláudio na mesa da cozinha, comendo uma coisa qualquer.
- Bom dia Pedro - Cláudio disse, começando uma conversa qualquer – Dormiu bem?- ele continuou como se nada tivesse acontecido.
- Bom dia, eu dormi- Pedro não tinha o menor interesse em continuar com aquele assunto - Eu vou ficar bem.
- Precisamos conversar sobre...
-Não, não, Nós não precisamos Cláudio.
- Mas o que aconteceu foi grave...
-JÁ CHEGA!- a voz de Pedro rasgou a paz do ambiente como um trovão, e o soco que acertou com o punho fechado na mesa foi um ponto final na conversa.
De sobressalto Cláudio colocou-se em pé na defensiva, em seu olhos escuros ficou estampado o espanto pela atitude a qual Pedro havia tomado naquele momento, o cabelo de Cláudio não era longo, era raspado dos lados e longo em cima, de maneira que algumas mechas claras de cabelo lhe caiam sobre o olho direito, seu nariz quase que pontiagudo e arrebitado na ponta lhe atribuía um tom austero, seus olhos se espreitaram de repente e ele olhou para Pedro quase como que um pai olha para o filho. Seu semblante severo e pálido, seu corpo se tornou rígido como que se preparando para uma briga, seu peito era largo e forte, vestia uma camiseta azul claro bem justa, e que tornava visível o volume dos músculos em seus braços, no caso de uma briga, ambos sairiam bem machucados, embora Cláudio fosse um pouco mais baixo que Pedro.
- Pedro somos amigos
- Então seja meu amigo Cláudio, e não toque mais no assunto.
- Mas você tentou se matar cara.
- E nem isso consegui não foi?
- Por que não era hora, todos tem uma hora, você deveria Sab...
-Eu deveria saber? EU DEVERIA SABER, Não Cláudio! - Pedro esbravejou novamente, e o tom em sua voz deixou claro que estava preparado para qualquer coisa – Eu não deveria saber de nada, agora se você é meu amigo, só precisa saber que ontem a noite eu errei, e eu não quero errar novamente então, por favor, apenas confie em mim ok? Pode ser?
O punho de Cláudio estava fechado, e seu corpo estava tenso retirou algumas mechas de cabelo de cima de seu olho, e fitou Pedro com olhos severos, girando seu pescoço para o lado direito, o que fazia somente quando estava nervoso e sem saber ao certo como agir, o que não era nada bom, dos três Cláudio, era sempre quem estava com a cabeça no lugar, sempre ele que tinha a palavra certa para cada ocasião, e se ele não sabia como agir, obviamente a situação estava a um passo do completo caos.
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Crônicas do reino perdido
Jugendliteraturo que você faria caso acorda-se perdido, como que dentro de um sonho, com muitas perguntas e nenhuma resposta, prestes entrar em uma jornada inesperada? é assim que Pedro vai seguir entre perigos que ele mesmo desconhece. vem comigo desvendar o que...