Capitulo 7

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Capitulo 7

Levantou lentamente ainda meio sonolento, e tomou um gole de água, naquele momento o pequeno povoado começava a se reunir em volta da praça central onde como na manha passada ardia uma fogueira, olhou pela janela e notou Amanda em meio a eles, nem parecia à garota machucada a qual ele achou que iria morrer, decidiu sair para junto do povo, no meio deles estava o mesmo ancião do outro dia, com o capuz cobrindo totalmente seus olhos que estavam fixos nas chamas, Pedro chegou lentamente ao lado de Amanda.

- tempo de recuperação rápida esta sua – Começou um diálogo sem saber o que esperar dela, ela vestia uma camisa branca e por cima desta outra feita de couro, e quando os olhos dela de um azul profundo se cruzaram com os deles foi como se o tempo parasse.

- Cura élfica é poderosa – Ela disse com o mais belo sorriso que Pedro já vira na vida

Naquele momento o ancião tomou a palavra enquanto os raios do sol começavam a surgir por entre as folhas ao redor do centro do vilarejo "Grande astro maior, o deus que renova nossas esperanças todos os dias, trazei proteção e paz para teus filhos, que nunca nos falte a água pra beber e o ar pra respirar, que o alimento venha em fartura são nossos pedidos, e o agradecimento pela sua proteção oh grande astro" "Oh grande astro nos abençoe" respondeu a multidão em uma só voz.

- você deve ter muitas perguntas, mas não agora – Amanda quebrou o silêncio – mas agora não é hora, eu estou faminta, e você precisa de um banho urgente... Vou pedir para que preparem, nós nos falamos mais tarde?

- Certamente – foi a resposta de Pedro enquanto a linda garota parecia desfilar na direção de uma outra mulher, apontou para Pedro e disse algumas coisas que ele não pode entender, até que a moça veio até ele e pediu para que ele a acompanhasse.

E em silêncio ele a seguiu enquanto entravam em uma trilha pela floresta, naquele povoado todos eram tão reservados, Pedro não quebrou o silêncio, andaram por um tempo até que a garota falou:

- É aqui, ali esta a cachoeira a água é quente, se banhe e logo eu trago as roupas que o oráculo deixou pra você.

- O oráculo é um elfo?

- O que ele é ou deixa dizer não cabe a mim responder, banhe-se, você esta fedendo muito, passe o barro do fundo no corpo que tira o mal cheiro, eu já volto.

E ela se foi deixando outra vez Pedro sozinho, tão acostumado como ele já estava com a solidão, esta nunca o abandonava, tirou as roupas por completo e entrou devagar na água, por incrível que pareça a água estava realmente quente, uma benção ele pensou, mergulhou até o peito deixando apenas o pescoço pra fora e se deixou relaxar.

Molhou os cabelos que estavam embaraçados, e começou a esfregar o corpo, e como estava sujo, mas a respeito do barro ficou receoso, mas ao pegar um pouco nas mãos e cheirar, viu que o odor era realmente agradável, e desta forma começou a espalhar por todo o corpo, havia algumas pedrinhas no meio a lama que pareciam esfolhear a pele, Pedro passou ate pelo rosto e nos cabelos que aos poucos voltaram a ficar lisos, desfazendo os nós aos poucos, ficou um bom tempo apreciando a água quente e tirando a lama do corpo quando a garota voltou com uma toalha pra ele se secar e uma nova roupa como ela havia dito, e junto com ela estava a espada que ganhara de presente do oráculo, que havia partido sem ao menos dizer adeus, e sem responder pergunta alguma.

Deixou as roupas sobre uma pedra e disse – depressa, você é esperado para o desjejum – e novamente ela o deixou sozinho.

Pedro aproveitou mais um momento dentro daquela água deliciosas antes de sair para o secar-se, realmente sua pelo ficara cheirosa, começou a vestir as calças que lhe foram dadas, ficaram um pouco apertadas, mas logo pareceram aderir ao corpo, foi estranha a sensação, colocou uma camisa de manga comprida e por cima dela um colete de couro, tinha um símbolo estranho em forma de 8 no colete que Pedro não soube o que significava, tinha uma capa, a qual ele não vestiu, colocou o cinto da espada na cintura e voltou em direção ao povoado, era estranho sentir a espada roçando em suas pernas conforme caminhava, mas logo se acostumaria com aquilo também. Dirigiu-se diretamente para o casebre que o tinha servido para dormir naquelas dias, encontrou Amanda terminando o desjejum.

- Coma, eu vou preparar os cavalos – somente disse aquilo e partiu

Pedro começou a ficar nervoso com aquela falta de respostas, e as atitudes de Amanda não estavam ajudando, ainda assim sentou-se a mesa e comeu algo, estava sem fome naquela manha, logo em seguida foi ao encontro de Amanda que estava como prometido no estábulo os cavalos prontos para a partida.

- Por que temos que partir? Eu nem sei o que estou fazendo aqui.

- Tudo ao seu tempo, este povoado é pacifico e não podemos trazer a guerra até eles, você esta pronto?

- estou, seja lá o que você quer dizer por pronto – a resposta foi mais áspera do que ele prende dera dizer.

- Vista a capa e coloque o capuz – ela já estava com o capuz – o seu cavalo é aquele, espero que saiba montar.

Fazia muito tempo que Pedro não cavalgava, e foi um pouco difícil subir na montaria, mas assim que conseguiu deixaram o estábulo e pararam no centro da praça onde Amanda agradeceu ao mestre da cidade pela estadia e este por sua vez apontou o caminho da trilha que deveriam seguir, Amanda incitou o cavalo e foi a frente, e Pedro pra variar sem saber muito que fazer apenas a seguiu a trote leve.

Quando já estavam há algum tempo a trote pela trilha Amanda quebrou o silêncio:

- então você é o salvador predito?

- Salvador? Eu nem mesmo sei quem sou aqui

Ela incitou a montaria a ir mais rápido e Pedro não teve opção a não seguir.

- vamos deixar este território logo, enquanto estivermos aqui eles estarão em perigo, quando chegarmos até a base da resistência você terá algumas das respostas.

Pedro refletiu naquelas palavras por um instante, e continuou a trote rápido seguindo a bela garota que parecia ser de poucas palavras.

Crônicas do reino perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora