Capítulo 7 - Procurar

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Enquanto respiro fundo vou acordando aos poucos,minha visão está embaçada numa sensação anestesiante. Olho para os lados forçando a vista, até que percebo as mesmas paredes acinzentadas do sonho de antes. Me espanto no mesmo instante. Tento me mover, mas estou amarrada como antes.

Aurora - Socorro! - Grito agudo enquanto me debato na maca na esperança de afrouxar os nós.

Continuo me debatendo, até que olho para o outro lado e lá está, Umma. Ela está intacta e dura, estática. Com um tubo em sua boca e alguns fios grudados com fita em volta de seu corpo.

Aurora - Umma, sou eu Aurora, por favor me ajuda. - Gritava enquanto ela continuava dormindo numa profunda inércia.

Enfermeira - Ela não vai acordar, não agora. - Ela fala enquanto entra no quarto.

Aurora - Por favor, me deixa sair daqui.

Enfermeira - Nem tudo é como você quer Aurora, primeiro você tem que descobrir.

Aurora - Descobrir o que? E quem são aqueles monstros?

Enfermeira - Aqueles monstros são seus próprios demônios, aqueles monstros são você.

Fico confusa na mesma hora, não entendia, como eles poderiam me matar se eu sou eles.

Aurora - E por que eles me matam?

Enfermeira - Porque você ta sempre se matando por dentro. - Ela fala enquanto injeta a agulha na minha veia. - Descubra Aurora, e não conte para ninguém o que descobrir.

Ela caminha até a porta e à tranca.

Meus olhos vão ficando cada vez mais pesados e vão se fechando lentamente , mas eu não me surpreendi como antes pois já conhecia essa estranha sensação.
Então ao invés de lutar contra mim mesma, cedi e me redi a isto e apenas me deixei levar.

Vou mergulhando num sono profundo até despertar no mesmo campo, com tudo igual ao antigo sonho. Olho para o museu e prossigo em sua direção. Subo no barco e atravesso o lago para poder chegar ao outro lado.

Quando eu abro a porta o quadro da Sky está no mesmo lugar que antes, porém, está todo rachado, como se tivessem recolhido cada pedaço e reconstruído o quadro.

Logo me escondo porque a qualquer hora eu sabia que meus demônios iriam aparecer. Corro ofegante e com medo para a escada na esperança de não ser vista. Minhas mãos suavam, eu não sabia exatamente o que eu devia descobrir, eu estava apreensiva e meu coração batia forte cada vez mais.

Escuto passos deles descendo as escadas como antes, porém dessa vez só haviam seis, não fazia ideia do que tinha acontecido com o sétimo demônio.

Xxx - Onde está a ansiedade? - Um deles pergunta para o outro. Que recebe um dar de ombros como resposta.

Os mesmos se curvavam novamente para o quadro da Sky. Fiquei olhando aquilo de longe mas nada tirava minha curiosidade para saber o que havia acontecido com o sétimo monstro, até que senti uma mão enorme nas minhas costas me empurrando ao chão.

Ansiedade - Olha ela aqui! - Ela fala enquanto me arrasta para os outros seis.

Aurora - Não me mata por favor, vocês são eu.

Eles se olham por um tempo como se tivessem pensando em me deixar ir embora, mas eles me olham com seus enormes olhos amarelos e dão um sorriso enorme com um tom de maldade. Me pegam e me jogam numa cela escura, fria e humida.

Fiquei com tanto medo, minhas pernas tremiam, era uma mistura de medo com frio. Não sabia como eu iria acordar nem quando eu iria acordar. Não fazia ideia de nada, tudo saiu de controle. Até que percebo um som de algumas correntes arrastando no chão até mim.

Enfermeira - Socorro, você pode me ajudar? - Ela vem falando e andando até mim, até chegar na luz quando vejo seu rosto.

Aurora - Enfermeira? - Pergunto surpresa por ver ela alí acorrentada, mas ela não parecia a mesma, parecia mais nova e com cabelos escuros diferentes dos fios claros da enfermeira, mas eu sabia que era a mesma pessoa, alí acorretada me pedindo ajuda.

Enfermeira - Como? Meu nome é Roberta, eu estou presa aqui há algum tempo, estou vendo que você não tem correntes, me ajuda por favor.

Aurora - Foram aqueles demônios que te colocaram aqui?

Roberta - Não, eles só são maus enquanto você se corrói, quem me colocou aqui foi minha irmã.

Aurora - Desculpa Enf...Roberta eu queria te tirar daqui, mas nem eu sei como me tirar daqui.

Roberta - Descobrindo - Ela fala enquanto atira uma bala na minha cabeça, sem piedade, sem pena, apenas BOW e assim eu vou, morrendo e indo embora.

O Que É A Vida? - AURORAOnde histórias criam vida. Descubra agora