We Begin By Coveting What We See Every day

All Good Things To Those Who Wait

5 anos se passaram. 5 incansáveis anos em busca de Hannibal Lecter, 5 anos nos quais juntamos pistas que sempre pareciam dar em nada.

Durante todo esse tempo recebi algumas cartas de Lecter dizendo que seria inútil procurá-lo, pois ele nunca se estabilizava em algum lugar, e também dando a entender que um dia voltaria para me fazer uma breve visita. Eu me perguntava o porque de tanto dizer isso e nunca aparecer, e também tinha dúvidas de como iria reagir se o encontrasse novamente, só que dessa vez sem um vidro ou grades entre nós. E qual seria a reação dele? Será que eu realmente teria paz o colocando novamente num manicômio? Muitas perguntas sem respostas me cercavam e eu já estava cheia disso. O FBI soube que o dr. Chilton havia sido assassinado durante suas férias, e não tínhamos dúvidas de quem o matou.

Estava de noite, uma noite fria, e eu voltava para casa depois de um longo dia de trabalho. Assim que abri a porta o telefone começou a tocar e eu fui correndo atendê-lo.

– Alô?!

– Clarice! Quanto tempo. Cinco anos, não é?

– Dr. Lecter, meu Deus, eu...

– Calma. Eu voltei, Clarice. Como havia dito, um dia gostaria de te conhecer. Voltei só para te conhecer como pessoa, e não como agente. Mas temos pouco tempo.

– O que? Como assim?

– Shhh. Querida, amanhã, dirija até a praça principal do centro da cidade, esteja lá às 9:00h. Seja pontual, por favor! Lembre-se, Clarice: não traga seus amiguinhos do FBI, ou vai se arrepender. Tchau, Clarice!

Ele desligou o telefone. Eu não sabia o que fazer. Pensei em ligar para Crawford e minha equipe, mas como Lecter disse, eu me arrependeria. E quando se trata de Hannibal Lecter, é complicado.

Sim, eu iria, sozinha. Qual o problema? Já capturei criminosos sozinha (claro que nenhum deles chegavam ao nível de inteligência do dr. Lecter), mas eu havia feito uma promessa a eu mesma que um dia iria capturá-lo. Será que finalmente eu teria paz?