Encontrei o detetive Furey retornando pela porta que levava para a cozinha e à área dos empregados.
— Como está o Mike, Spencer?
— Se recuperando. Aria está com ele.
— Isso é bom. Estive interrogando os empregados. Todos declararam que ninguém esteve na porta dos fundos essa noite. A sua descrição dessa estranha foi bastante vaga. Você não poderia nos dar algo mais definido para nos ajudar?
— Acho que não — disse com pesar. — Era uma noite escura, você sabe, e a desgraçada estava com a gola do casaco erguida e o chapéu puxado sobre a cara.
— Hum — disse Marco. — Parece que ela queria esconder o rosto. Tem certeza de que não era nenhuma conhecida sua?
Respondi que não, mas não com tanta certeza quanto deveria. Me lembrei da impressão de que a voz da estranha me parecia familiar. Expliquei isso ao Marco com bastante hesitação.
— Era uma voz áspera, rouca você diz?
Concordei, mas percebi que havia algo de quase exagerado nessa grosseria. Se, como Marco pensava, a mulher quisesse esconder seu rosto, ela poderia muito bem ter tentado disfarçar a voz.
— Você se incomoda de voltar comigo de novo ao escritório, Spencer? Há uma ou duas coisas que quero te perguntar.
Concordei. O Marco destrancou a porta do corredor, nós entramos, e ele a trancou novamente.
— Não queremos ser interrompidos — ele disse. — E também não queremos ninguém ouvindo nossa conversa. Do que se trata essa história de chantagem?
— Chantagem — exclamei surpresa.
— É a imaginação fértil de Sabrina? Ou há algum fundo de verdade nisso?
— Se Sabrina ouviu alguma coisa sobre chantagem — eu disse —, ela deve ter ficado ouvindo do outro lado desta porta com o ouvido colado no buraco da fechadura.
Marco aprovou com a cabeça.
— Provavelmente. Olha, fiz umas perguntas sobre como Sabrina usou seu tempo essa noite. Para dizer a verdade, não gostei do jeito dela. A mulher sabe de alguma coisa. Quando comecei a interrogá-la ela sentiu alguma coisa e soltou essa história de chantagem.
Tomei uma decisão momentânea.
— Estou feliz que ela tenha contado isso — eu disse. — Estava tentando decidir se faria ou não essa revelação. Já tinha praticamente decidido te contar tudo, mas ia esperar por um momento melhor. Essa é uma boa oportunidade.
E então narrei todos os eventos da noite como os descrevi aqui. Marco ouviu atento, ocasionalmente fazendo uma pergunta.
— A história mais extraordinária que já ouvi — ele disse, quando terminei. — E você diz que a carta desapareceu por completo? Isso parece sério, parece muito sério. E nos dá o que procuravamos, um motivo para o assassinato.
Concordei com um gesto de cabeça.
— Também acho.
— Você disse que Alison levantou uma suspeita de que alguém da casa estava envolvido? Isso é bastante amplo.
— Você não acredita que a própria Sabrina seja a pessoa que estamos procurando? — sugeri.
— Parece bastante provável. Ela estava obviamente escutando atrás da porta quando você saiu. Depois Mike a encontrou mais tarde decidida a entrar no escritório. Digamos que ela tentou novamente quando ele já estava fora do caminho. Ela apunhalou Alison, trancou a porta por dentro, abriu a janela, saiu por essa área, deu a volta para uma porta lateral que teria deixado aberta. Que tal?
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Pretty Little Liars: It Happened That Night
Mystery / ThrillerNessa adaptação do clássico The Murder of Roger Ackroyd, na rica e pacata cidade de Rosewood, os passatempos são os segredos, as mentiras e a fofoca. Muito frequentemente, discutem a vida de Alison DiLaurentis, uma mulher considerada a rainha da cid...