Faltavam apenas alguns minutos para as 19h30 quando toquei a campainha da casa dos DiLaurentis. A porta foi aberta quase que imediatamente por Sabrina, a empregada de Alison. Ela trabalhava para Ali desde que respondeu a um anúncio dos DiLaurentis que há tempos procuravam alguém para cuidar da casa.
A noite estava extremamente agradável. Entrei no grande hall e Sabrina pegou meu sobretudo enquanto nos cumprimentamos. Nesse momento uma das minhas melhores amigas e sócia de Alison em um negócio de moda, Hanna Marin, passou pelo hall a caminho do escritório, com as mãos cheias de papéis.
— Oi, Spence! Veio para o jantar? Ou é uma visita profissional?
Essa última pergunta foi por conta da minha maleta preta, que havia sobre uma pequena banqueta.
Expliquei que estava esperando ser chamada a qualquer momento para um parto, e por isso estava pronta para uma emergência. Hanna me cumprimentou com um breve abraço e um leve beijo no rosto, e seguiu seu caminho, falando por sobre o ombro:
— Espere na sala. Aria já vai descer. Eu só tenho que levar estes papéis para Ali, e já aviso que você chegou.
Com a chegada de Hanna, Sabrina se retirou, e eu estava então sozinha no hall de entrada. Me endireitei, dei uma olhada rápida no grande espelho pendurado ali, e fui em direção à sala de estar.
Percebi, no momento em que colocava meu pé dentro da sala, um som no interior, uma janela sendo fechada, foi o que achei. Reparei no som de forma blasé, sem dar muita importância naquele momento.
Entrei. Ao fazer isso quase trombei com Paige, que vinha saindo. Ambas nos desculpamos.
Muito inconscientemente me perguntei se ela teria vindo de fora, pois estava ofegante, como se tivesse acabado de correr uma maratona.
— Acho que estou bem adiantada — eu disse.
— Ah! Que nada. Já passou das 19h30, Spencer. — Ela parou um minuto antes de dizer — Eu... não sabia que você vinha jantar hoje. Alison não comentou nada.
Fiquei com uma leve impressão de que minha presença no jantar a desagradava de alguma maneira, mas não podia imaginar por quê. Mas eu não estava nem aí, a casa não era dela mesmo.
— Como está o joelho? — perguntei.
— Na mesma, obrigada, Spencer. Preciso ir agora. Alison já está descendo. Eu... eu apenas vim ver se o The Voice já havia começado.
Ela saiu rápido da sala. Caminhei até a janela, refletindo sobre a nítida necessidade de Paige de justificar sua presença ali. Ao fazer isso percebi que eu deveria ter sabido o tempo todo se tivesse pensado melhor, que as janelas eram francesas, do tipo que se abriam para o terraço. Então, o som que ouvi não poderia ter sido o de uma janela sendo fechada.
Completamente sem ter nada pra fazer, e mais ainda para distrair a minha mente de pensamentos negativos, me diverti tentando imaginar o que poderia ter causado aquele som.
Lenha na lareira? Não, não era de jeito algum esse tipo de barulho. Uma gaveta da cômoda sendo empurrada? Não, também não.
Meu olhar foi então atraído pela mesinha de centro, cuja tampa se levanta e pelo vidro podemos ver o que tem dentro. Fui até ela, examinando os objetos no interior. Havia uma ou outra peça de prata, um sapato de bebê que pertencera a Alison, algumas fotografias de família e uma quantidade de objetos africanos que eram, provavelmente, mimos trazidos por Jason em uma de suas viagens. Com a intenção de examinar mais de perto uma das fotografias na qual estávamos eu e minhas amigas levantei a tampa. Ela escorregou pelos meus dedos e caiu.
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Pretty Little Liars: It Happened That Night
Misterio / SuspensoNessa adaptação do clássico The Murder of Roger Ackroyd, na rica e pacata cidade de Rosewood, os passatempos são os segredos, as mentiras e a fofoca. Muito frequentemente, discutem a vida de Alison DiLaurentis, uma mulher considerada a rainha da cid...