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"Eu quero ter-te nos meus braços mesmo quando não é suposto querer."- song Want you back (from Selena Gomez)

Tau

Acordo sobressaltada e percebo que alguma coisa não está bem. Não consigo ver nada. Só consigo distinguir um pouco da luz no meio da escuridão. Mas não consigo ver nada. Nada. Estou cega.

Começo a entrar em pânico. Estou numa cama, consigo sentir isso. Tateio tudo à minha volta à procura de alguma mesa de cabeceira ao lado.

Não grito. Não sei onde estou. Mas as probabilidades de estar ainda sob custódia da Hydra é pouco provável. Não estou presa. E cheira bem, cheira a um típico hospital mas há um toque de perfume no ar. Ainda tenho os meus poderes. Continuo com audição apurada e tudo o resto com exceção da minha visão.

Tento pensar na última coisa que me lembro antes de acordar aqui. A última coisa que me lembro é que depois dos homens nos algemarem, a mim e a Thomas, eles injetaram alguma coisa a ambos fazendo Thomas perder os sentidos primeiro e eu logo a seguir.

Penso ter uma camisa de hospital vestida. E estou sem sutiã. Não sinto dores. Estou a tentar não entrar em pânico com a perda da minha visão. Não deve ser definitiva. Não pode ser definitiva.

Coloco as minha pernas para o lado e levanto-me da cama. Punho as minhas mãos sempre à minha frente à procura da parede ou outro obstáculo. Chego à parede e não encontro a porta então começo a deslizar a mão pela parede até encontrar uma maçaneta e a abrir, saindo do quarto. É então que percebo que tenho de pedir ajuda. Não ouço barulhos nenhuns. O que significa que não estou num hospital. Pelo menos não num hospital comum.

- Está aí alguém? - eu pergunto em voz alta e ressonante fazendo eco. E então ouço passos.

- Tau! Espera. Eu ajudo-te. - uma voz masculina diz aproximando-se de mim do lado direito. Viro-me para a direita e ele agarra-me o braço.

- Quem és tu? - eu pergunto não sabendo para onde olhar visto eu não conseguir ver nada. Tenho a sensação que já ouvi a sua voz anteriormente.

- Eu sou o Steve Rogers. Falámos ao telefone, lembras-te? - ele esclarece. Então é daí que já ouvi a sua voz.

- Onde está Thomas? - eu pergunto com o coração apertado não sabendo certo se quererei saber a resposta.

- Thomas? - ele pergunta confuso, não sabendo a quem eu me refiro.

- Edward Thomas Hardy. - eu digo o seu nome completo num tom urgente e desesperado. Por favor que esteja bem. Por favor que esteja bem.

- Oh, ele. Bem talvez seja melhor sentares-te. - ele diz conduzindo-me cuidadosamente até ao meu quarto de novo, fazendo-me sentar na cama. Percebo então que alguma coisa grave lhe aconteceu.

- Quanto tempo estive inconsciente? - eu pergunto já quase a surtar.

- 3 meses. - ele responde calmo. 3 meses. Eu dormi durante 3 meses.

- Onde está Thomas? - eu volto a repetir a questão cada vez com mais receio de ouvir a resposta. Três meses inconsciente. Nesse tempo tanta coisa pode ter acontecido. Mas não faz sentido. Aquilo que eles me injectaram não me pode ter feito dormir durante 3 meses e ter ficado cega. Aconteceu coisas depois que eu não me recordo.

Tau | LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora