Camila pôs-se de pé e voltou-se para ela, encarando-a e estendendo-lhe o braço. Potyra retribuiu o gesto. Já de pé, gesticulou algo com o intuito que Camila a seguisse. Caminharam lado a lado durante largos minutos. Embora sem qualquer contato, a atmosfera ao seu redor parecia atrair o seu corpo na direção daquela bela mulher. Chegaram a um pequeno beco, onde se encontrava uma cabana cónica de palha e madeira. Potyra dirigiu-se a ela e entrou. Aguardou ansiosamente que Camila decidisse fazer o mesmo, afinal, apesar de ambas não se conhecerem, Camila tinha mais razões para temer Potyra, não só pelo episódio que acabara de presenciar, como também pela sua robustez física. No entanto, algo a fizera confiar. No interior do abrigo era apenas possível distinguir formas na penumbra. Camila girou em torno de sí mesma, possivelmente na tentativa de a encontrar. O coração de Potyra acelerava enquanto se deslocava na direção daquela musa de cachos prateados e lábios de cereja. Surpreendeu-a pelas costas, cingiu a sua cintura com os seus braços fortes, aconchegando o corpo dela ao seu. Desviou os seus cabelos para o lado direito da sua face, deixando o seu pescoço descoberto. Deu um pequeno beijo na sua nuca e percorreu com os lábios todo o seu pescoço, onde conseguia distinguir na perfeição cada batimento. Inspirou profundamente sentindo o inebriante odor da sua pele. Camila, ofereceu uma ligeira resistência que imediatamente sucumbiu. Ao esvaziar os seus pulmões, o ar quente que saiu da sua boca, acariciou a pele de Camila, fazendo-a arrepiar-se. Ainda com os braços ao redor do seu corpo fê-la rodopiar num movimento de tal forma fluído que parecia que os seus corpos balançavam ao som de uma valsa. Agora, frente a frente e de olhos cerrados, os seus lábios convidavam-se mutuamente a embarcar numa fascinante viagem cujo destino era desconhecido. Num jogo telepático saborearam um beijo doce e magnético. A cadência consonante das suas respirações era tal que parecia pertencer a uma só pessoa...
Colocou a mão esquerda no seu pescoço, fazendo-a deslizar até à sua dorsal enquanto a direita deslizou até ao seu quadril. Num impulso, pegou nela e aninhou-a no seu colo. Podia observar o seu busto voluptuoso que rompia o espartilho e oscilava progressivamente mais acelerado. Deu alguns passos em direção a uma rede suspensa em cima de um tapete cujos pelos lhe faziam pequenas cócegas na planta do pé. Curvou-se ligeiramente distendendo os músculos dos braços, fazendo com que o corpo de Camila deslizasse em direção à rede. Deitando-se ao seu lado, percorreu lentamente as suas longas pernas até ao seu regaço, por baixo do longo vestido aveludado, e repousou os seus dedos sob o tecido que cobria o seu sexo. Camila retorcia-se ansiosamente. Por inércia, o seu indicador derivou desde o monte de vénus até ao clitóris de Camila, agora quente e húmido, fazendo-a soltar um breve gemido sufocado. O rosto angelical e inocente de Camila fazia aumentar o ávido desejo de Potyra por ela. De súbito, penetrou-a, mergulhando num vaivém incessante. Subitamente, um prazer orgásmico percorreu todo o seu corpo que gradativamente se converteu numa sensação de dormência e latejo. Numa sinestesia de amor e desejo, trocaram um olhar telepático. Potyra alcançou a face de Camila, onde depositou um ternurento beijo. Seguidamente, transferiu o seu corpo fraco para cima do seu, repousando a cabeça de Camila sobre o seu peito. E assim permaneceram durante tempo indefinido, de corpos colados, tendo acabado por adormecer.
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Potyra
RomanceUma índia brasileira e uma filha de colonos portugueses envolvem-se num amor impossível, separadas por barreiras culturais e preconceitos.