Born To Be Yours

Here we go again

Arizona Robbins

Passaram se alguns dias desde quando fiquei o sábado com Callie e tivemos aquele fim de conversa estranho. Ela é uma pessoa muito reservada, nem em sua biografia na Wikipédia constavam coisas sobre a sua vida pessoal, apenas profissional. Engraçado que ela não se importou nem um pouco de fazer perguntas sobre mim desde a data do meu nascimento, muito menos de fazer piadas das minhas histórias de infância. Não sei explicar a maneira como ela fez eu me sentir confortável em compartilhar quase tudo, como se fossemos amigas ou algo do tipo. Depois disso nossa relação foi estritamente profissional, como se essa parte do dia não tivesse existido.

Terminamos todos os novos modelos de automóveis e seguimos para parte de divulgação, sugeri que fizéssemos um desfile, estilo Stock Car (sem a parte da corrida, claro), aberto ao público apaixonado por carros. Callie adorou a ideia e se prontificou para dirigir um dos modelos, outra ideia foi a de fazer testes com os carros em aparelhos de realidade virtual, tínhamos que nos atualizar em tudo e fazer o melhor marketing possível, era isso que todos estavam esperando, tudo foi aprovado por ela sem qualquer imposição e não faltaram elogios diante do meu trabalho.

Dias depois

Tento apressar meus relatórios o mais rápido possível, daqui a pouco April aparece por aqui morrendo de fome, como sempre. Mas não posso reclamar já que fiz um drama digno de um Globo de Ouro, talvez até um Oscar, por ela ter ido almoçar com Jackson todos esses dias e me abandonado. Tudo bem que Carina me fez companhia quase todas às vezes as quais eu não conseguia fugir dela, mas eu estava sentindo falta de minha amiga... Falando nela.

- Oi, senhorita dramática.

- Oi, melhor-amiga-que-me-troca-por-homem. – Respondi enfatizando cada palavra.

- Você deveria dar uma chance a ele. – A ruiva pediu.

- Você não deveria se entregar assim tão rápido, lembre-se da última vez, não que vá ser sempre assim, mas é bom ter um pouco de cautela, não quero que se machuque de novo. – Disse em um tom protetor.

- Eu sei que você quer me proteger, mas o Jackson é diferente! Vai perceber quando conhecê-lo – Ela garantiu. – Agora vamos comer, eu estou morrendo de fome.

Revirei os olhos, não era nenhuma novidade ela estar morrendo de fome. Passamos em frente à sala de Callie, mas ela não estava, já faz uns três dias que as coisas em sua sala encontram-se na mesma posição. Será que aconteceu alguma coisa? Vejo sua assistente e a vontade de perguntar toma conta de mim, mas eu não tenho desculpas para isso, então sigo meu caminho normalmente.

O almoço foi tranquilo, conversamos e colocamos os assuntos em dias, mesmo morando juntas nossos encontros estavam quase impossíveis. Carina chegou e se juntou a nós por alguns minutos, mas logo recebeu uma ligação e teve que voltar para empresa. Enquanto esperamos a sobremesa, resolvi comentar com April sobre o desaparecimento de Callie da empresa.

- Você percebeu que a Sra. Torres não apareceu mas na empresa ultimamente? – comentei fingindo desdém.

-Ah sim, ouvi dizer que ela viajou, uns estavam dizendo que saiu em lua de mel com o suposto marido, aquele cara que ia todos os dias na empresa e ficava esperando por ela, tal de Mark. Você trabalha ao lado dela, deveria saber de algo pelo menos. Se isso for verdade ela tem uma puta sorte, ele é um deus grego. – April riu e eu acompanhei tentando disfarçar minha frustração, talvez seja verdade mesmo, isso faz muito sentido até, ninguém sabe nada sobre ela mesmo.

Logo decido mudar de assunto, ficamos mais alguns minutos sentadas conversando sobre coisas aleatórias e havia esquecido completamente qualquer resquício de Callie Torres, pelo menos até o fim do almoço.