Capítulo 11

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Por alguma razão totalmente desconhecida, eu não tinha sorte. Talvez eu era sortuda por ter meus amigos, mas não no amor. Depois que Brandon me levou a enfermaria, uma senhora muito gentil cuidou do meu braço, ela confirmou minha suspeita sobre o braço estar realmente quebrado, por causa disso, eu tive que usar gesso por 2 semanas, o que só fez me deixar de mau humor por esses dias, não era a mesma coisa usando aquilo, sempre me atrapalhava em tudo, mas faltava apenas 1 dia para tirá-lo e isso já me servia de conforto. Na sexta-feira eu decidi faltar aula, passei meu tempo livre comendo sorvete sozinha, e, assistindo à várias séries. Estava assistindo a um episódio especialmente chato de Friends From Colleger na netflix, quando o som da campainha tocou. Suspirei melancolicamente, enquanto reunia forças para me levantar e ver quem quer que estivesse atrás da porta. Pareceu uma eternidade enquanto eu me aproximava da porta. Dei uma olhada no olho mágico e vi Brandon meio impaciente. Oh não! Rapidamente tentei me recompor, passando os dedos sobre meu cabelo para o caso de que se eles estivessem desalinhados ou coisa do tipo. Depois disso, abri a porta e fiz a minha melhor cara de surpresa.

- Você por aqui, será que vai chover ? - disse rindo ironicamente.

- Até que parece que minha presença te incomoda.- disse ele, todos os traços de impaciência haviam sumido de seu rosto.

Em outro sentido sim.- Pensei.

- A propósito, a sua cara está péssima.- falou enquanto entrava na sala sem uma autorização prévia. Por que eu tinha que ter amigos tão folgados?

Revirei os olhos.

- Idiota.

- O idiota aqui sentiu a sua falta hoje, por que não foi a aula ? - perguntou se acomodando na poltrona do meu pai.

- Estava sem vontade.- respondi sem interesse.

- Perdeu o assunto de Biologia.

- Não me importo.- falei me sentando no sofá.

- E desde quando não se importa ? - Perguntou finjindo surpresa. Permaneci calada, então, ele prosseguiu .- O professor Steve marcou um trabalho em dupla.

- Deixa eu adivinhar, você fará dupla com a Claire.- supús como se já soubesse a resposta.

- Na verdade não, pedi ao professor para fazer com você.- respondeu, fazendo com que eu olhasse para ele sem acreditar.- Por que achou que eu faria com ela ?

- Ah, porque... Porque pensei que talvez você estivesse gostando dela.- escondi mal a insegurança em minha voz. Baixei a cabeça e olhei para meus dedos.

- A Claire é uma garota legal, apesar de ser bem bonita, mas eu acho que eu ainda não estou pronto para começar um relacionamento com alguém.- responde acabando de vez com minhas esperanças. Bem feito pra mim.

- Você ainda gosta da Agnella ? - me vi perguntando.

Ele me olhou expressivo.

- Eu não penso mais nela, então deve ser um bom começo.- essa não foi a resposta que eu queria ouvir, então isso quer dizer que apesar de tudo, ele ainda a amava, e isso me doia por dentro.

Deixa de ser tonta, Megan! Ele não está interessado em você! Então para de enchê-lo de perguntas.- Dizia uma voz maldosa, era meu subconsciente rindo de mim.

- Tá tudo bem com você, Meg ? - Perguntou ao notar-me ausente.

- Sim, é só o gesso que está me incomodando, está tirando todo o meu humor.

- Isso é temporário, logo você se verá livre disso.

- Assim espero.- falei forçando um sorriso.- Mas você ainda não me contou nada sobre o assunto do nosso trabalho em dupla.

- A professora pediu para que escolhéssemos alguma música de qualquer gênero.- explicou.

- Você já escolheu alguma ?

- Ainda não, mas tenho algumas sugestões e se você concordar.

- Tudo bem.- respondi.

- Quando é que você irá tirar esse gesso ?

- Provavelmente amanhã ao meio-dia - respondi.- Quem sabe quando eu voltar agente possa ensaiar ?

- Tá bem, eu te mando os nomes das músicas por mensagem, aí você escolhe.- disse.

- Não, você escolhe, acredito que tem mais bom gosto pra música do que eu.

- Por que acredita nisso ? - pergunta com um meio sorriso, e isso só faz com que ele pareça ainda mais convencido.

- Por que você é músico.- esclareci.

- Eu provavelmente ainda não sou um pop star, apenas faço covers com meu violão e guitarra e sou um You Tube, mas quem sabe um dia ?

- Quantos inscritos você já tem ? - perguntei.

- Quase um milhão, a grande maioria são garotas. - explicou dando uma risada no final.

- Você se acha demais.- resmungo, pegando meu sorvete novamente. Na verdade, o que restou dele.

- O que eu posso fazer? Sou incrivelmente irresistível! - se gabou ele.

- Será que eu já mencionei o fato de que sua confiança chega a ser irritante? - isso só faz com que seu sorriso aumente. Parece que tudo o que falo é uma piada para ele.

- Estou me sentindo até ofendido agora.- faz drama.

- Para de fazer graça.- falo passando a pequena colher por cima do sorvete.

- Pra que tanto sorvete ? Parece até que você tá na bad.- observa a cena.

- Não é da sua conta.- alfineto.

- Hoje ela acordou afiada.- Fala de maneira irônica.

- Eu sei que você está se divertindo com o meu constante mal humor.- acrescentei. - Por favor, não me decepcione na escolha da música.

Ele assentiu lentamente e então fez a pior coisa do mundo. Sorriu. Seu sorriso é tão iluminado e continuou com ele enquanto me encarava. Eu estava consciente do tempo em que estávamos nos olhando, mas isso não me importava, e pelo visto ele também não. Eu não conseguia desviar o contato, e tampouco queria. E esse era o meu problema, eu não queria. Eu queria muito falar alguma coisa, inventar alguma desculpa para dá fim ao contato, mas meu cérebro não estava raciocinando direito. Então antes que eu ficasse louca, desviei o olhar na marra. Por que ele tinha que ser insuportavelmente lindo desse jeito?

- Você quer comer alguma coisa? Minha mãe fez bolo.- comento sem olhar para ele, pois era mais fácil falar quando seus olhos não estavam preso aos meus, assim meus pensamentos ficavam mais claros.

- Vou ter que recusar.

- Não vai me dizer que está de dieta? - sorri brincando.

- Engraçadinha, agora eu tenho que ir.- ele se levanta e faço o mesmo, quase perco o fôlego quando ele começa a se aproximar.

Eu tinha 100% de certeza de que ele iria me beijar naquele momento, tanto que minhas pernas começaram a tremer, e minhas mãos suarem, e eu tive um pressentimento de que iria desmoronar ao chão a qualquer momento. Mas então, tudo isso foi para o brejo no instante em que ele pressionou um beijo rapidíssimo na minha testa e foi embora, me deixando paralisada, com meus pensamentos em desordem e meu coração, uma verdadeira zona. E ainda por cima, decepcionada.

Por que pensei que ele iria... Ah, esquece!















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