CAPÍTULO 2

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P.O.V ISA

Meu namoro com Pedro nunca foi de fato tão quente, mas, eu achei que tínhamos uma relação amigável. E sim, doeu bastante ver ele beijando outra mulher, demonstrando não ter sequer um pingo de consideração por mim. Mas, a falha tentativa dele de me humilhar e as babaquices que saíram de sua boca, fizeram com que a dor se transformasse em raiva e serviram-me de gás para deixar ele com o mesmo sentimento de ódio que eu estava sentindo. Pedro de fato havia mexido com a mulher errada.

Olhei ao redor e vi passar naquela esquina um tanto escura, um homem alto, com cabelos bem pretos e um olhar castanho que parecia um tanto perdido. Puxei-o para mim, beijei sua boca e torci para que ele retribuísse e concretiza-se meu desejo de vingança.

Para minha sorte, ele retribiu e eu sentia o olhar furioso de Pedro sobre nós. O beijo só ganhava mais forma e desejo e era delicioso. Nossas línguas dançavam entrelaçadas em sincronia perfeita naquele beijo voraz, apressado e surpreendente. Desci minhas mãos adentrando-as para dentro de sua camisa polo azul marinho e o arrepio dele, juntamente com um volume que apareceu em sua calça jeans ficaram visíveis para mim. Senti cada gominho de seu abdômen enquanto arranhava-o e meu corpo sentiu sua retribuição no aperto que ele deu em minha bunda.

Rapidamente, fomos interrompidos pelo barulho de um corpo metálico ecoando.

Pedro: FILHA DA PUTAAAA! - Gritara furioso chutando uma lixeira - ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM!! - Apontou-me antes de sair batendo fortemente os pés.

Meu corpo paralisou com sua ameaça e eu só pude dar mais uma olhada para o rosto do moço que me "ajudara" antes de sair correndo completamente desnorteada.

Andava confusa pela rua, ouvindo as buzinas das motos e carros que passavam e sentindo minha cabeça doer.

- Droga! - Senti minha cabeça girar pelo álcool que havia ingerido somado ao estresse que me acompanhava - Preciso parar!

Sentei-me em uma calçada e abaixei a cabeça esperando aquela confusão que estava em minha mente passar.
De repente, senti uma mão tocar em meu ombro. Levantei a cabeça e um lindo e preocupado olhar me fitava. Era Nicolas, meu primo.

Nicolas: Qual o seu problema, Isa? - Sentou-se ao meu lado - Está tentando se matar? Sério que é por essa vida que você está trocando a faculdade?

- Como você me achou? - Indaguei confusa

Nicolas: Eu tinha visto o story que você postou com a localização do barzinho. Inclusive, pela terceira vez na semana. Ia te buscar para conversarmos sobre, e te arrancar dessa rotina. Estava passando de carro quando te vi aqui, sentada nessa calçada como uma sem teto! - riu e eu sorri fraco.

- Ah, Nicolas! O Pedro que é um filho da puta! - Exclamei - Veio comigo, saiu dizendo que ia procurar um lugar para fazer de banheiro e eu peguei-o me traindo quando fui procurá-lo. - Nojo e raiva tornaram ao meu olhar enquanto eu falava

Nicolas: Como assim? Ele parecia ser um cara tão bacana! - Exclamou surpreso - Ele que reze para não dar de cara comigo na rua. Eu o mataria! - Cerrou os punhos e eu acalmei-o - Mas e a faculdade?

- Ah! Só foram esses três dias...

Nicolas: Não sei porque você ainda tenta me enganar, Isa! - Revirou os olhos - Eu não vejo problema em você desistir da faculdade de medicina se não estiver bem com ela, mas ficar perdendo seu tempo em bares e esquinas ao invés de correr atrás do que você acha que vai te fazer feliz de verdade, não é uma boa opção.

- Você tem razão...

Nicolas: Sempre tenho! - Riu - Vem, eu vou te levar para casa. - Levantou-me e abraçou-se a mim me conduzindo ao seu carro.

Enquanto ele dirigia, eu encarava o rápido movimento das placas, prédios e dos outros automóveis passando pela janela e pensava comigo mesma o quão sortuda eu sou em ter o Nicolas. Era mais que um primo, era meu irmão. Eu o amava de forma incondicional.

Nicolas: Chegamos! - Ouvi sua voz a quebrar meus pensamentos - Boa Noite, Isa! - Falou e eu olhei para ele e sorri.

- Muito obrigada por cuidar de mim. - Abracei-o. - Você é a melhor pessoa dessa família.

Nicolas: Acho que a gente só se identifica por sermos as ovelhas negras! - Rimos - Falando nisso, sua mãe me ligou e disse que precisava falar com você, mas você não a atendia. Ela pediu para você retornar as chamadas.

- Não tenho nem cabeça pra isso hoje! - Falei pensativa - Amanhã eu PENSO se vou ligar.

Nicolas: ISA! - repreendeu-me e eu ri.

- Até mais, Nicolas! - Beijei seu rosto e saí de seu carro.

Nicolas buzinou para mim, deu a volta em seu carro e foi embora deixando-me ali, apenas com a minha própria companhia.

O Amigo do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora