Capitulo Um - Desconhecido

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'Eu repetia mentalmente...
Não chega mais perto,
eu vou beijar a sua boca
e prostitutas não fazem isso...'
- Serena



                                      O Champanhe borbulhava na taça. Seus olhos observavam aquele movimento enquanto o carro deslizava pelas ruas Londrinas numa noite típica de terça feira. Momento perfeito para homens se entreterem numa reunião de negócios ou um jantar com uma acompanhante de Luxo. O terno vinha sempre acompanhado de uma gorjeta ao garçom para demonstrar o poder que possuíam, o motorista era somente o início de uma noite entediante para mulheres como Serena e a fantasia daquelas que desejavam realizar o sonho de vencer na vida, mesmo que essa mudança fosse através de algo sujo que habitava a escuridão da noite. A janela do carro proporcionava uma mistura de luzes que em conjunto ao champanhe que ela bebericava com bastante entusiasmo transformavam o seu corpo em chamas. Serena havia sido pega de surpresa, sem ter cogitado aquela possibilidade, se viu entre ficar mais um tempo pensativa em casa ou ir a um encontro arranjado. O Mercedes preta com uma placa oficial demonstrava que dinheiro nunca seria problema para o que ela estava prestes a conhecer. As 19 horas estava pronta e com a pontualidade dos ingleses, ela se viu percorrendo junto a um carro desconhecido ao seu destino final.


O carro foi estacionado em frente aquele lugar no qual conhecia tão bem, seus olhos percorreram o veículo e ela observou o motorista que a encarava pelo retrovisor. O banco de couro era espaçoso e continha duas garrafas de champanhe depositas nas laterais, junto a taças que ela se deixou utilizar uma. Era um automóvel completamente novo, o couro cheirava a fabricação e Serena sentiu os pelos do corpo arrepiaram quando percebeu que tudo aquilo era feito somente para si mesma.


Ela saiu do carro no momento em que o manobrista abriu a porta, Serena ergueu o corpo naquela noite estrelada e rara, sua mão se posicionou na porta e ela deixou que seus olhos se perdessem naquele raro e estrelado céu, no frio daquela cidade que tanto se encontrava em casa, dias como aqueles mereciam um passeio. Percorrer suas ruas sem destino segurando uma garrafa de champanhe e uma boa companhia. Alguém que não a levasse ao descontrole, mas despertasse na mulher um pouco de excitação e prazer, ao seu lado, ela escutou um pigarrear e quando seus olhos se fixaram no homem tímido ao seu lado, ela deixou que um sorriso simpático brotasse dos seus lábios. Serena retirou a mão da porta e o manobrista a fechou. A mulher viu o carro percorrer por aquela rua movimentada e voltando seus olhos rapidamente, pôde analisar o semblante fascinado do rapaz. Ele estava devidamente bem vestido, o uniforme do Hotel, um sobretudo azul por cima e um chapéu, em contrapartida, a mulher estava com saltos altos, um vestido preto moldado ao seu corpo e um sobretudo por completando o look, Versace era detinha o controle de cada peça que tinha sobre si. Nunca se considerou a mulher mais bonita de nenhum local que fosse, mas certamente seria uma das mulheres mais bem vestidas do loca. O charme se encontrava nas vestes, no seu caminhar como uma pluma que viajava junto a velocidade em que o vento definia, suave, impactante, ela. As mulheres sofisticadas tinham o que queriam e não precisavam fazer esforço algum para isso. Serena caminhou para a entrada do The Ritz, imponente. Muitos olhares do local foram direcionados a ela e ela passou uma mão pelos cabelos com os olhos fixos num ponto cego, somente para que os homens tivessem a oportunidade de contempla-la sem a soberba de que ela poderia encara-los por algum instante ou flertar e que suas mulheres ou acompanhantes, tivessem inveja de alguém como ela.


O Hotel Ritz significa muito mais do que somente um dos mais luxuosos hotéis do mundo, para Serena, recém chegada a Londres a alguns anos atrás, parar em frente aquele prédio magnifico de arquitetura neoclássica se assemelhando a um bloco de estilo parisiense. A iluminação noturna conseguia transportá-la para um século completamente distinto, onde mulheres como ela, nunca sonhariam em estar num ambiente como aquele. Cada detalhe daquele ambiente sofisticado foi construído para a alta sociedade, algo que não foi modificado durante os anos e percorrendo o seu olhar pelo balcão de entrada, Serena ainda se encontraria completamente fascinada pelo lugar. Começando pela tapeçaria que percorria todo o seu piso, os mais diversos quadros emoldurados pelas paredes e seus cômodos com cores distintas, assim como moveis e objetos de decoração. A escada circular sempre havia fascinado a mulher e ela tinha total certeza de que aquilo nunca mudaria. Serena caminhou a vontade até a recepção avistando uma pessoa e acenando com a cabeça, sorrindo discretamente para que ninguém a definisse como distinta do que havia apresentado até ali.

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