Cap. 01

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      O Sol está quente,estou com calor,mas não quero tirar o casaco. Não me importo com essa porra de sentimento,tudo é um lixo.

     Na verdade,eu nem sei ao certo qual foi o motivo pelo qual ela terminou comigo,só deve ter aparecido alguém melhor que eu,ou não. O  Sol, forte, bate no meu rosto deixando-me agoniado,o desejo de "diminuir" meu sofrimento apenas aumenta. Eu necessito daquilo.

     Lembro-me perfeitamente de como as coisas começaram a desmoronar entre a gente. Era cedo quando nos encontramos e saimos para fumar um beck. Eu já sabia que ela era minha,mas decidi confirmar.

                          - Alice,você é minha,né? - Sussurrei enquanto beijava seu pescoço.

            -  Gustavo...não,eu não sou sua,nem de ninguém. - Disse ela me empurrando cuidadosamente. 

        E só dessa cena se passar em minha mente meu coração dói,fazendo com que eu necessite loucamente de um cigarro.

         Depois de fumar lentamente alguns cigarros,arrasto-me para o colégio. Entrei na sala,aquela mesma zona de todos os dias,cassino,gritos,putaria,e ela se divertindo,com um grande sorriso no rosto,como se nada tivesse acontecido. Sento-me isoladamente no fundo da sala,fico apenas a observar.

      Todos me olham estranho por causa do cheiro forte. Percebi que com ela havia perdido tudo,até mesmo a vontade de respirar.

       Finalmente,chegou a hora de voltar para casa. Já não aguentava mais ficar ali,no mesmo lugar que ela,apenas a imaginar o que realmente se passava pela cabeça dela,ela deveria estar rindo da minha cara.

        Por um momento,lembro-me vagamente de seu cheiro,do beijo,deixando-me arrepiado. Senti-me levemente excitado.

                                                                    ***

      "Eu estava em cima dela,estava beijando-a e acariciando suas curvas. Percebi então que eu finalmente consegui deixá-la excitada. Não posso negar que eu também estava,ainda mais quando ela gemia,quase sussurrando em meu ouvido. Eu sentia a necessidade de penetrá-la."

     O despertador toca no auge do prazer daquele sonho magnífico. Levanto-me e sinto algo molhado nas minhas partes baixas. Tomo banho,deixando a água quente lavar meu sofrimento.

      É sexta-feira. Não tenho vontade de fumar hoje,pois isso me lembrava ela,então vou direto para o colégio. Sento-me sozinho novamente. De repente,Maria Clara vem conversar comigo. Achei estranho porque ela nunca tinha falado comigo antes.

                            - Oi Gustavo. - E um leve beijo na testa.

                           - E ai Maria Clara. De boa? 

                          - Sim,mas vejo que você nem tanto. -  E ela encosta a cabeça em meu ombro.

          Sinto-me bem com a presença dela,aquilo de certa forma me acalma.

         O sinal para o intervalo bate,Maria Clara sai com as amigas e me deixa sozinho,então,aquela sensação ruim tona a voltar.

       Andando pelo pátio ouço a voz fraca de Alice,que vai ficando mais forte a cada passo que eu dou.

       "Todos pensam que eu não ligo,que não estou nem aí pra os sentimentos dele e que não tem importância para mim. Muito pelo contrário. O tempo que estive com ele foi maravilhoso,foi uma experiência única e inesquecível,mas ele queria mais do que nós tínhamos,queria um compromisso sério,um namoro,e eu não me sentia pronta para isso. Só de pensar na possibilidade eu me arrepio todinha . Por isso decidi me separar dele. Optei por uma separação bruta e difícil, pois sabia que apenas uma separação não funcionaria. Eu tinha que me afastar por completo,ao menos por um tempinho,para que assim ele pudesse me esquecer e ambos seguirmos com nossas vidas.

         Os dias que seguiram foram os piores da minha vida. Ter que ir pra escola como se nada tivesse acontecido,botar um sorriso no rosto e tentar esquecer,só que todas as vezes que o vejo triste e isolado na sala,parte ainda mais meu coração.

            Se é difícil? Claro! Mas é necessário."

       Aproximo-me. Realmente é ela conversando com nossa amiga,Eduarda. Escutar aquilo mexeu comigo,deixou-me ainda pior. Então,eu saí discretamente para que elas não me percebessem.

           Voltei para a sala e fiquei na minha. Naquele momento queria que todos sumissem,queria um lugar só meu,onde todos os meus desejos pudessem se realizar.

           Nesse momento posso sentir o sangue ferver,o ódio correr por minhas veias,ódio por um dia ter me envolvido tanto até chegar ao ponto de cogitar algo mais sério.

            Deito a cabeça sobre a mesa. Acordo com uma mão passando em meus cabelos,o que faz com que eu me assuste. Olho para ver quem é que está ali ao meu lado. Maria Clara; aquela que faz com que toda a minha fúria diminua.

          Ela não precisou dizer uma palavra para que eu me sentisse melhor. Eu podia sentir um grande conforto na alma.

Desejos OcultosOnde histórias criam vida. Descubra agora