Hora de ir para escola. Ao chegar vem, Maria Clara vem me cumprimentar. Ela chega para me dar um beijo na boca, mas algo a faz recuar. Logo começa a brigar.
- Nossa Gustavo, que cheiro horrível de cigarro. - Ela dá um passo para trás. - Já falei para você parar de fumar. - Ela resmunga ainda irritada.
Um motivo ridículo para brigar comigo. Ela dá as costas antes que eu possa dizer algo. Alice jamais se chatearia comigo por algo assim. Ah! Alice. Uma pena ela ter virado parte da carcaça do meu passado sombrio. Isso ainda causa uma leve pontada no meio peito, mas afasto qualquer lembrança dela.
Depois de verem tudo Flávia e Bruna me chamam para sentar no fundão com elas e os meninos. Vou e me sento ao lado de Bruna. Ela sempre usa batom vermelho,um perfume adocicado e geralmente casaco preto ou rosa. Isso me encanta.
Eles conversam sobre sexo, me empolgo e entro no clima do assunto. Bruna começa a reparar em meu rosto.
- Cê tá com o rosto muito ressecado, Gustavo. Precisa passar um creme aí. - Diz Bruna, sorrindo.
Ela tira um creme da bolsa e começa a passar. Sinto-me confortável com ela fazendo isso, mesmo sabendo que Maria Clara vê.
Passo o intervalo com os meninos, Bruna, Flávia e Eduarda. Quando o sinal bate para voltarmos para sala tento falar com Maria Clara, mas ela continua emburrada.
- O que você tem que não quer nem chegar perto de mim? - Pergunto aparentemente calmo.
- Não tenho nada, só acho melhor você ficar com suas amiguinhas, principalmente com a Bruna. - Ela revira os olhos ao falar dela.
- Bruna é minha amiga, assim como Flávia, assim como você. - Explico.
- Sente-se com ela, acho que se diverte mais lá do que aqui comigo.
- Aff. - Me estresso. Dou as costas e saio.
Sento-me novamente ao lado de Bruna. Maria Clara olha discretamente, mas eu consigo perceber. Tento agir normalmente, mas saber que ela não para de me olhar me deixa um pouco nervoso.
Aproximo meu rosto do de Bruna ( estou tentando fazer ciúmes em Maria Clara). Ela fica um pouco corada. Afasto-me ligeiramente. Ela é legal demais para ser usada. Onde é que eu estou com a cabeça? Eu não sou desse tipo.
A aula acaba. Maria é a primeira a sair de sala, mas sei que ela estará sentada no nosso cantinho mágico. Não perco tempo e vou direto para lá.
Maria Clara finge não me ver.
- Ei... - Ela revira os olhos e vira o rosto para olhar a rua.
Tenho que fazer alguma coisa, então me lembro de um filme romântico que vi.
- " Não vamos deixar o mal nos vencer, meu amor
Eu só tenho olhos para você, não quero mais ninguém
Não há o que temer, tudo que procurei achei só em você."
- Canto segurando sua mãe, e ela finalmente olha para mim.
Aproximo meu rosto do dela e sinto seu hálito de menta. Nossos lábios começam a se tocar. O celular toca e estraga o que seria o momento perfeito. É seu pai ligando para avisar que já está esperando ela e a irmã no estacionamento em frente à escola. Ela se levanta e me dá um selinho.
Levanto-me para ir para a parada, mas logo vejo Bruna, então vou falar com ela. Quando estou chegando ela se levanta para pegar o ônibus.
Chego a gritá-la, mas ela nem olha para trás. Sinto-me ligeiramente desapontado com isso. É triste vê-la partir sem ao menos poder me despedir.
Acho estranha essa sensação, pois ela é apenas minha amiga. Eu não devo me apaixonar por ela, pelo menos não deveria. Eu não quero estar dividido entre elas, eu não posso, mas sei que o que sinto por Maria Clara é mais forte.
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Desejos Ocultos
ContoEu tinha acabado de terminar com a mulher dos meus sonhos, não tinha mais vontade de viver, tudo estava um lixo. Mas então, conheci a Maria clara, ela me ajudou, nossa amizade foi ficando cada vez mais forte. O tempo passou e eu necessitava dela par...