Cap. 1 -Que País É Este

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Não era nenhum ano específico, fazia calor, carregado de uma brisa suave, tanto que se perdia nas massas de ar quente e quase sempre chegava com atraso, trazendo alguma desculpa fajuta como: Me distraí com o tempo. É claro que ninguém acreditava em algo tão sem cabimento e acabava passando despercebida, embora fosse claro que o calor não estava desacompanhado, senāo estariános torrando. Era verão, e as crianças corriam com seus picolés de melancia, melecando o asfalto quente acumulado do cansaço de tantos excessos -não só os de velocidade- coitado. Vocês já pararam para pensar como é irônico ser a base de algo? Sabe, sem a base não há uma estrutura, mas ninguém elogia a base de um prédio, não é irônico? Ser a parte fundamental de algo e ao mesmo tempo a parte menos reconhecida. É assim que a rua se sentia, mas não hoje, por que hoje é verão e quem não adora o verão? - As pessoas que sofrem na seca... - Foco. No verão as pessoas viajavam para suas casas de praia, abrindo passagem para que a rua pusesse tomar um banho de sol e descansar de todo o agito da cidade.

Eu era um dos poucos que não iam viajar, não por escolha, mas por falta. Falta de dinheiro. Lá estava eu descendo a rua, não se sabia para onde eu ia, só sabiam que um cara gato como eu não se encontra todos os di... Vamos nos atentar aos fatos, isso não é um conto de fadas moderno sobre um princípe urbano, embora eu tivesse o talento para interpretar um. Enfim, foco na narrativa, estava á caminho da parada de ônibus. Eu ia ao centro, isso mesmo, o vale místico das vendas organizadas, ás desorganizadas damos nome de feira, ambas tinham uma variedade colossal de artigos dos mais diversos. Desde todo tipo de produto falsificado conquistado com muita garra por crianças orfãs e escrav... Não vamos tão longe disso, aliás não é um artigo conscientizador escrito por um adolescente hipócrita que metade do guarda-roupa foi feito a base de exploração, mas sim por um adolescente que tem consciência disso e usa produtos a base de exploração. Não me levem à mal, mas quem não usa? E não adianta dar desculpa que você assinou tal causa, por que isso não vai mudar o mundo. Não é assim que o mundo gira e muito menos o mercado anda.

De qualquer jeito não é um artigo, é uma história. Continuando, eu estava indo comprar alguma coisa... E de tantos devaneios que o autor me leva a ter, está me pondo. Isso mesmo, a culpa é sua de sempre buscar explicação em tudo. Quer explicações? Pois bem a internet está disponível e de fácil acesso, ou então busque outro livro. Se me permite, tenho mais o que fazer.

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