A dor do outro

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Electra Steel - Fazenda Greene

Maggie hoje me acordou bem cedo, quase com o nascer do sol. Segundo ela ajudar no galinheiro ajudará a me recuperar mais rápido e voltar à rotina. Ela realmente achava que eu era idiota e não sabia que apenas não queria fazer essa tarefa sozinha.

Enfim, eu apenas não liguei e me levantei para ajudá-la, afinal ficar naquele quarto já estava me deixando estressada e seria bom conversa com ela antes do tio Harshel e sondar a situação. Tessa continuou dormindo enquanto nos saíamos.

Do lado de fora pela primeira vez pude usufruir daquela vista que eu tanto amava quando pequena, as folhas verdes da grama, as enormes árvores ao redor da fazenda e aquele nascer do sol tão lindo para um mundo destruído. O mais impressionante é que a fazenda realmente parecia está isolada do que ocorria lá fora, eu esperava que ficasse assim um bom tempo...

Enquanto saíamos da casa já se dava para ver do lado de fora algumas barracas armadas, uns carros estacionados e um trailer parado ali perto. Em cima do trailer tinha um homem, não era velho, tinha aparência bruta e seu visual careca não ajudava nada com aquela cara de mal do homem. Ele me olhou curioso, mas não disse nada. Enfim desviou o olhar para mata e foi aí que eu percebi que o cara era um tipo de vigia, afinal ao seu lado tinha uma espingarda e era vantajoso a altura do trailer pois dava uma visão melhor da área.

Logo com isso já pude perceber que aquele grupo era esperto.

– Aquele é Shane. Foi ele com quem o tio Ottis foi buscar os equipamentos para o menino do xerife. – Maggie diz apontando para o homem que agora nos ignorava de sua visão. – parece que ele trabalhava como policial com Rick, salvou a família dele, algo assim.

– Faz sentindo. – digo para mim mesma em voz alta mas Maggie me olha interrogativa. – o jeito que me olhou, investigativo e analisador. E também toda a postura que o cara está.

– Tem certeza que você estudava Fisioterapia e não psicologia? Por que sabe, você é boa em ler pessoas. – ela pergunta rindo enquanto entramos no galinheiro.

Apenas bufo antes de responder.

– Cala boca Maggie! Esqueceu que eu cresci rodeado de policias? Agora vamos trabalhar vamos, por que tem muitos ovos pra colher e muita coisa pra limpar!

Ela solta um risinho e juntas começamos a por a mão na massa. Enquanto vou pegando os ovos penso nas coisas do passado.

Crescer rodeada de policiais não foi uma escolha, muito longe disso. Mas era uma consequência considerando que meu pai era delegado. Já passei muito do meu tempo depois da aula na delegacia, especificamente nas mesas desocupadas dos detetives enquanto fazia as lições de casa ou apenas esperava meu pai. Obviamente que sempre fui conhecida por a filha do delegado Steel. Em partes isso era terrível Ainda mais quando cheguei na fase da adolescência, os meninos simplesmente tinham medo do meu pai, as festas quase nunca era convidada, e bom amigos eu só tive mesmo no jardim de infância ninguém queria andar com a menina que vivia na delegacia. Ao decorrer do tempo meus amigos eram na verdade os funcionários da delegacia, como Dan o motoboy que buscava os arquivos ou Wendy uma detive novata e espevitada, foi com ela que aprendi ler um pouco das pessoas.

Porém de tudo ser criada ao redor deles me deram vantagens também, como desde de cedo saber do que o ser humano é capaz, aprender me defender ,e bom, o melhor de todos... tocar a sirene do carro da polícia.

Quando eu fiz treze anos meu pai me ensinou atirar e me explicou as responsabilidades de uma arma. Com quinze eu tinha aulas de defesa pessoal e aos dezoito já tinha maturidade o suficiente para saber o que queria da vida. Eu queria mesmo era sair da florida e construir minha vida como Electra Steel, e não como a filha do delegado. E foi o que eu fiz, entrei para universidade de Atlanta e me formaria em Fisioterapia em alguns dias antes do mundo enlouquecer.

Sobreviventes - TWD Electra SteelOnde histórias criam vida. Descubra agora