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Dor: metáfora de tudo. uma vértebra atípica. o tempo é um agiota. diga trinta e três. certa vez ouvi atrás da porta que bote perfeito só a vida
dá. cada coração é um infinito incêndio verde. uma esmeralda com as coronárias obstruídas. densa porção óssea. já dançou com lama até o pescoço? diga trinta e três. o outro é uma concha que ponho ao ouvido toda vez que respiro. seus detritos, suas águas paradas e entulhos com
seus brinquedos perdidos. a fala baixa dentro dos mangues é o que me interessa. diga trinta e três. se localiza na base do crânio. lousa nenhuma me amarra os pés. fora os fantasmas resta quase nada. o epicentro da questão é esse. não existem heróis. estão todos mortos. da sobrevivência e dos restos é que a vida por aqui se faz. por favor, assine seu vale. é à noite que as dores passeiam. os parasitas dos sonhos perfeitos.

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