Capítulo Um - Awake
Jennie's P.O.V"Amor é tão doloroso yeah
Despedidas são ainda mais dolorosas
Eu não posso ir, se você não está aqui
Me ame, me ame
Volte para os meus braços.- E aí, o que achou? Ficou bom? - ele parou de cantar e olhou para mim.
- É, até que você tem uma voz bonita. - brinquei, mas na realidade queria dizer que sua voz era a mais linda que já ouvi em toda minha vida. Era suave e me transmitia calma de alguma maneira, poderia ouvi - la o dia inteiro, sem me cansar.
- Não está pronta ainda. - ele respondeu, dando um sorriso tímido ao ouvir meu elogio.
- E quando pretende terminar?
- Quando você voltar. Vai ser como um presente de boas - vindas!
- Mas isso é só daqui à três anos!
- Até lá eu vou me tornar um grande cantor, você vai ver. É uma promessa. - ele levantou sua lata de suco em minha direção. - Um brinde à Kim Jennie, a melhor amiga que eu poderia querer.
- Assim eu fico sem graça! - sorri, erguendo minha lata de suco também. - Um brinde!"------------------------- 💜 --------------------------
Abri meus olhos com dificuldade por conta da claridade. Não conseguia me mexer, meu corpo inteiro doía.
- O que aconteceu? - perguntei, minha voz quase não saiu. Pelo visto estava sozinha, pois ninguém me respondeu.
Com muito esforço, consegui me sentar na cama onde estava. Meu corpo estava cheio de hematomas, desde marcas roxas a arranhões. Seja lá o que tivesse acontecido comigo, tinha sido grave, já que estava em um hospital. Antes que eu pudesse sequer cogitar o porquê de eu estar aqui, alguém entrou no quarto.
- Jennie, trouxe um Macchiato de Caramelo, seu preferido. Bom, eu sei que você não pode beber nesse momento, mas... AI, MEU DEUS! - uma garota ruiva gritou, largando suas coisas em uma poltrona e correndo em minha direção. Ela envolveu seus braços ao redor do meu pescoço, me abraçando com força.
- E-Eu não a-acredito, você acordou! Estou tão feliz! - ela disse, entre soluços. Suas lágrimas quentes molhavam meu roupão do hospital.
- E-Está me sufocando. - disse. Ela murmurou um "desculpe", me soltando logo em seguida.
- Eu vou avisar ao médico que você acordou. Você nos deu um baita susto, sabia? - ela tentou me abraçar novamente, mas recuei. - Jennie, qual o problema, não gosta mais dos meus abraços?
- Desculpe, mas... Quem é você?
O sorriso dela caiu. Sua expressão tornou - se confusa e parecia que começaria a chorar novamente. Porém, forçou um sorriso.
- Eu vou chamar o médico, ok? - assenti e ela saiu do quarto.
Minutos depois, a garota ruiva voltou, acompanhada de um homem com um jaleco branco.
- Chaeyoung, poderia me deixar a sós com ela por um instante? - o homem perguntou. A garota assentiu e deixou a sala novamente.
- Como está se sentindo? - ele começou.
- Tirando todos esses machucados e dores no corpo, estou bem. - forcei um sorriso que foi devolvido por ele.
- Você sabe o motivo de estar aqui?
- Não.
- Você sofreu um acidente uma semana atrás. Desde então esteve desacordada, até agora.
- U-Uma semana? Eu dormi por uma semana? - ele assentiu. Respirei fundo, atônita. - C-Como isso aconteceu?
- Se me permite, eu prefiro que sua família lhe conte sobre isso. Eles devem saber como falar com você, por te conhecer melhor.
- Certo... - mordi o lábio, nervosa. Era muita informação para pouco tempo.
- Eu vou ser direto. Você conhece aquela garota que acabou de sair? - neguei com a cabeça. - Sabe pelo menos o seu nome?
- Ela me chamou de Jennie. - disse, me referindo à garota de antes. O médico anotou algo em seu bloco de notas. Ele continuou fazendo perguntas sobre mim, que não soube responder. Por fim, ele suspirou e se levantou.
- O que eu tenho é grave? - perguntei, receosa.
- Você vai ficar bem. Espere um instante, já voltarei a falar com você.
Mais uma vez fui deixada sozinha no quarto. Ao lado de minha cama havia um móvel, com um porta retrato, um vaso de flores e um espelho. Peguei o espelho e comecei a observar meu próprio reflexo. Pequenos esparadrapos cobriam um corte em minha bochecha enquanto minha cabeça estava envolvida por gaze.
Desviei minha atenção para a fotografia do porta retrato. Quatro pessoas em frente à uma cachoeira, uma delas era eu. Ao meu lado estava a garota ruiva (acho que se chama Chaeyoung), e logo depois um homem e uma mulher, está última que não estava com uma cara nada agradável. Percebi que havia outra fotografia, pois estava saindo do porta retrato. Puxei - a com cuidado, e revelou - se ser a foto de uma mulher. Meu coração apertou dentro do meu peito e uma sensação ruim tomou conta de mim. Guardei a foto e passei a esperar pelo médico.
Minutos depois ele voltou, desta vez acompanhado por Chaeyoung. Ela ainda tinha o mesmo semblante triste de antes, mas parecia querer transmitir o contrário.
- Como se sente? - Chaeyoung perguntou, sentando - se na beira da cama.
- Melhor. - dei meu melhor sorriso. Ela retribuiu, acariciando meus cabelos.
- Eu sei que tudo pode parecer confuso agora, mas eu prometo que vai ficar tudo bem. Quando voltarmos para casa, pode me fazer quantas perguntas quiser, ok? - assenti em resposta. - Quando ela vai poder voltar, doutor?
- Depois de alguns exames, ela pode voltar amanhã. E Chaeyoung, lembre - se do que conversamos. - o médico se retirou do quarto, nos deixando sozinhas.
- Chaeyoung. - ela pareceu assustada (talvez por tê-la chamado pelo nome) mas virou - se para mim. - Posso fazer uma pergunta agora?
- Claro, o que quer saber?
"Tudo", pensei em responder, mas não queria pressioná - la. Deixaria outras perguntas para mais tarde.
- O que aconteceu comigo? Por favor, não mude de assunto. Eu vou entender se não quiser responder.
Chaeyoung deu um longo suspiro e olhou diretamente nos meus olhos.
- Bom, como posso explicar? Há duas semanas atrás, você saiu com uns amigos para beber. Eles disseram que você estava muito bêbada e gritando coisas desconexas, parecia irritada com algo ou com alguém. Você saiu sozinha do bar e entrou no seu carro. Foi então que... - ela engoliu em seco. Fiz sinal para que ela continuasse. - Você perdeu o controle e o carro capotou.
- Minha nossa...
- Sim. Por sorte, Jungkook estava por perto e chamou a emergência.
- Jungkook?
- É um velho amigo. Além de chamar uma ambulância ele não saiu do seu lado um segundo sequer e te visitou todos os dias.
- Parece ser uma pessoa muito gentil. - teria de agradecer à Jungkook quando o encontrasse.
- Sim, ele é.
Um silêncio estranho se estabeleceu entre nós. Não queria fazer mais perguntas.
- Bom, agora é minha vez de te fazer uma pergunta. - assenti. - Você realmente não lembra de mim?
Neguei com a cabeça, recebendo um sorriso entristecido em resposta. Eu não a conhecia, mas doía ver aquela expressão em seu rosto, apesar de eu não entender o porquê.
- Então o médico estava certo. Você está com amnésia...
- Foi sobre isso que conversaram?
- Sim, ele disse que pode ser temporário... Ou permanente.
- Bom, vamos pensar positivo, logo eu vou lembrar de tudo. - disse, tanto para Chaeyoung quanto para mim mesma.
- É claro que vai. - ela apertou minha bochecha.
- Isso dói! - ela riu.
Passamos boa parte do tempo conversando sobre o que fazer quando eu saísse do hospital. Chaeyoung queria dar uma grande festa, mas nós duas concordamos que era muito cedo para isso e que eu devia descansar por mais tempo. Fora isso, Chaeyoung decidiu me dar uma pequena "introdução" sobre a minha vida.
- Esse é o seu pai, Kim Dong - Sun, presidente de uma importante multinacional. - ela disse, apontando para o homem da foto do porta - retrato. - E essa é minha mãe, Park Soomi.
- Sua mãe?
- Sim, nossos pais são casados.
- Isso quer dizer que somos irmãs?
- Isso!
Bom, isso explica a preocupação de Chaeyoung e o jeito carinhoso como me trata.
- E quem é essa? - mostrei a foto da mulher à Chaeyoung. A sensação ruim voltou a tomar conta de mim, e o olhar de minha irmã não estava ajudando.
- Essa é Kim Sun hee... Sua mãe.
- Ela mora longe? Onde posso encontrá - la? Conversar com ela deve me ajudar a lembrar de várias coisas. - estava falando mais rápido do que devia, aquela mulher despertou minha curiosidade por algum motivo, sentia que precisava encontrá - la.
- Jennie... A tia Sun hee morreu há 10 anos.
Meu coração apertou novamente, senti uma vontade muito grande de chorar. Chaeyoung me abraçou forte.
- Eu sinto muito, Jennie.
- Como isso aconteceu?
- Ela estava muito doente. Os médicos fizeram de tudo, mas o tratamento não deu resultado. Você tinha nove anos na época.
- Sabe o que é pior? Eu nem ao menos me lembro dos bons momentos que tivemos para me lamentar.
Chaeyoung não disse mais nada, apenas apertou o abraço, o qual retribuí. Eu descobriria mais sobre minha mãe, certeza que o faria. Permanecemos abraçadas por um tempo, até Chaeyoung mudar de assunto.
- Mal posso esperar para quando você sair daqui! Vamos aos seus lugares favoritos, o médico disse que isso pode te ajudar a lembrar. Mas vamos fazer isso aos poucos, não quero que você fique sobrecarregada.
- Eu nem sei como te agradecer por estar me ajudando.
- Não precisa me agradecer, faço de tudo pela minha irmãzinha.
Sorri em resposta. Chaeyoung era uma pessoa muito gentil e agradável. A "antiga eu" devia apreciar a companhia dela.
- Olhe a hora! - ela exclamou, olhando para seu relógio de pulso. - Meu horário de almoço está quase acabando!
- Você tem um emprego?
- Um trabalho de meio - período numa cafeteria. Qualquer dia eu te levo lá. Tchau, princesa! - ela beijou minha bochecha. - Eu volto para te buscar.
- Tchau! - acenei.
"Sozinha novamente", pensei. Aquelas paredes brancas estavam começando a me entediar. Decidi levantar da cama de uma vez. Afinal, o médico disse que faria exames mais tarde, certo? Então não teria problema algum em eu apenas dar uma volta pelo hospital.
Comecei a caminhar pelos corredores, meio sem rumo. Senti um delicioso aroma de café invadir o ambiente. A lanchonete do hospital estava bem na minha frente. É uma pena eu não ter dinheiro algum, adoraria um pouco de cafeína agora. Estava atravessando a lanchonete quando esbarrei em alguém, derrubando a bandeja de café sobre ele.
- Oh, meu Deus, eu sinto muito! - disse para o rapaz diante de mim. Ele não respondeu, apenas continuou a me olhar. Nossos olhares se encontraram por um segundo, e me vi perdida naqueles olhos escuros. O clima estava começando a ficar estranho, então decidi sair dali o mais rápido possível.
- Desculpe! - me curvei e me virei para sair, quando senti uma mão agarrar meu braço. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, nossos corpos se juntaram num abraço.

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Who are you?
Fanfic"- Você é muito ingênuo, Jungkook. As coisas mudam, não somos mais crianças. As fantasias acabaram, isso é vida real. Eu mudei, mas parece que você continua vivendo naquela época! - ela cuspiu aquelas palavras com toda a raiva que sentia, como se es...