Parte 2

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Quando estou na metade da rua correndo, vejo o ônibus apontar na esquina.

-- Diogo, espera. - grito aumentando o ritmo da corrida.

Ele para o ônibus, já com a porta do embarque aberta e com um riso larga no rosto. Entro e me encosto no painel, me sentindo como se tivesse acabado de correr a São Silvestre.

-- Atrasada... de novo. - Diogo comenta rindo, dando partida no ônibus. Bendita seja minha mania de fazer amizade rápido e ter feito uma com ele, na primeira semana que iniciei a trabalhar no shopping.

-- Bom dia pra você também. - digo me recuperando ainda. -- Você também está uns minutos atrasado.

-- Uma certa passageira, vive se atrasando

Me obrigando a molengar até aqui, mas ter que pisar no acelerador quando passo desse ponto. - esclarece. Sorrio grata por isso, apesar de já saber.

-- Que passageira, sortuda. - sorrio. -- Obrigada... um dia te pago uma cerveja.

-- Vou cobrar... agora saia daqui, não quero levar bronca na garagem por deixar passageiro aqui na frente. - diz sério.

-- Ok, ok. - procuro meu cartão de passagem dentro da bolsa por uns longo minutos, quando o encontro, passo e me dirijo para o fundo do ônibus em busca de um lugar para me sentar e assim conseguir da uma melhorada na aparência.

Peço licença a uma senhora que está sentada no banco do corredor, e me sento no da janela.

Vejo que a BR está com aquele trânsito basico, o que é de lei. Minha chance.

Solto meu Black que estava preso por uma pregadeira. Tenho maior orgulho dele, mas hoje o usarei preso mesmo, sem chance de o deixar solto.

Não deu tempo de o molhar e deixar do jeito que gosto. O que leva longo minutos.

Passo um pouco de creme que carrego na bolsa e o prendo de volta.

Passo uma base e corretivo no rosto, com o auxílio de um pincel propício para isso. E para fechar, manteiga de cacau nos lábios.

Checo minha imagem no espelho de mão. Não está bom, mas não está ruim. Dá pro gasto, creio eu. Não assustarei ninguém.

Quando dou por mim, o ônibus já está chegando no centro de Niterói. Me levanto e vou para porta. Sou daquelas que a porta mal abre no terminal, já pulo pra fora correndo.

E é o que acontece. Na hora que desço, corro na porta de embarque e lanço um beijo ao Diogo que sorri de lado e acena para eu ir logo.

Saio correndo que nem louca em meio a multidão.

Sorte minha que o shopping não é tão longe, tem fácil acesso seguindo pela calçada do terminal rodoviário e das barcas.

Próxima Parada, Minha CamaOnde histórias criam vida. Descubra agora