Parte 4

776 31 0
                                    


Passar o resto do dia com a Roberta me ajudou a não começar a me embebedar cedo.

Tremenda sexta-feira, desempregada, nada mais tentador que beber até cair, não ?!

-- Olá. - Diogo me faz voltar a realidade, me cumprimentando quando entro no ônibus para voltar para casa.

-- Oiê. - digo sem ânimo.

-- Tudo bem ? - pergunta preocupado.

-- Sim... só fui demitida por causa dos...

-- Atrasos. - completa.

-- Isso aí.

-- Sinto muito.

-- Também. - suspiro. -- Mas segunda, colocarei currículo em alguns lugares.

-- Hum... assim que se fala. - diz animado.

-- Então, já não era para ter largado. - olho para o ônibus, não tem nem seis pessoas dentro.

-- Rendi um amigo. Essa é minha última viagem. - diz ainda animado.

-- Horário para chegar em casa ?

-- Não. - me olha desconfiado. -- Por quê ?

-- Topa tomar uma gelada ? Não quero ir sozinha para o bar. - convido.

-- Opa, fechou. - me presentea com um sorriso largo. -- Bar do tio Pepê ?

-- Sim. - sorrio de volta.

Não beberei sozinha pelo menos e sem contar que finalmente, terei sua atenção só para mim.

Posso passar apenas uns minutos com ele, falar poucas coisas e o vê por pouco tempo. Mas não posso deixar de assumir que sua beleza, me atrai.

Sem dúvida que ele é mais velho que eu. Mas não tenho culpa se tenho uma tara por homem mais experientes.

Passo na catraca, lugar que não me falta para escolher , até o dos bancos altos estão disponíveis (adoro ficar neles). Mas hoje, escolho o banco individual, atrás do motorista.

Conversamos mais tranquilamente dessa vez, tanto que descubro que ele tem quarenta e dois anos e trabalha como motorista, a sete anos. E mora perto do shopping Partage, ou seja, estamos em casa.

Acabou que o trânsito na BR, não estava tão ruim, como costuma ser. Então logo estávamos no bairro que moro.

-- Te espero lá, pode ser ? - diz umas ruas antes da que eu desço.

-- Ok. Irei em casa só tomar um banho e volto. - paro na porta de desembarque. Nem é preciso puxar a cigarra, ele para na esquina da minha rua. -- Obrigada.

-- Até daqui a pouco.

Corro em direção a minha casa, como podem ver, meus vizinhos devem me achar louca, vive correndo pela rua.

Mel me comprimenta pulando em cima de mim, assim que abro o portão e entro no quintal.

-- Ei, garota. - me abaixo e faço carinho nela. -- Desculpa não ter falado com você mais cedo, mas sabe como é né? Sua dona vive atrasada.

Ela late e logo me dá uma lambida na bochecha.

-- Por isso que prefiro você que um homem, me entende e me perdoa rápido. - a beijo. -- Agora terei que tomar um banho e sair de novo. Mas antes...

Sigo para o armário que tem no canto, onde guardo a comida dela e alguns brinquedos

-- Comida. - coloco um pouco em sua vasilha rosa. Troco sua água e vendo tudo seu devido lugar, entro em casa, para me arrumar.

Escolho uma calça legging preta, uma regata branca e tênis. Ah, não posso esquecer da jaqueta na cintura.

Sair de calça legging sem tá com uma blusa longa ou um casado na cintura, é pedir para ser bife ambulante. Os homens não disfarçam.

Para não arrumar problema com homens bêbedos, melhor colocar a jaqueta.

Satisfeita com meu look, saio de casa e sigo para o bar que fica na rua principal, basicamente, colado com a garagem da empresa de ônibus que Diogo, trabalha.

O vejo em uma das mesas do lado de fora, as que estão na calçada. Conversando com um outro homem que veste a mesma roupa que ele, melhor, o uniforme da empresa.

-- Nos vemos no domingo, cara. Bom descanso. - o outro se despede dele quando me aproximo.

-- Demorei ? - pergunto me sentando na cadeira ao seu lado.

-- Não. Cheguei não tem nem dez minutos. - responde rindo. -- Não está atrasada.

-- Não definimos uma hora certa. - rebato, já esperava essa dele.

-- Touché. - chama o garçom e pede duas cervejas. -- Então..

-- Hum. - nos encaramos sorrindo um para o outro. -- De folga amanhã ?

-- É feio ouvir a conversa dos outros. - adverti.

-- Vocês falam super baixo.

-- Bom ponto. - gargalha. -- Folgo todo sábado e o último domingo do mês.

-- Legal, dá pra curtir o fim de semana.

-- Nem tanto, quando tô em casa, só quero dormir.

O garçom retorna com nosso pedido. Logo entramos em uma conversa discontraida e agradável, mas os olhares que ele dava em direção aos meus seios e a minha boca não passou despercebido.

Não mesmo, meus olhos captou cada olhada dele e avisou ao meu corpo, que ferve, ansiando por toques dele.

Próxima Parada, Minha CamaOnde histórias criam vida. Descubra agora