Parte 3

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-- Vaca, me encontra na praça de alimentação. - Roberta pede atrás do áudio que acabou de me enviar.

Término de guardar minhas coisas e de me despedir da galera e sigo para o ponto de encontro. Nem é preciso ligar para saber onde está, mal chego e já a vejo de longe.

Impossível não a enxergar, parece até uma modelo.

-- Ei, o que houve ? - me olha preocupada, se levantando da cadeira quando paro a sua frente.

-- Fui demitida. - jogo minha mochila e bolsa na mesa e me sento na cadeira ao meu lado, ficando de frente a ela.

-- Que chato, amiga. - lamenta. Dou de ombros.

Apesar de saber que tarde ou não, isso iria acontecer. Me sinto mal, afinal, ninguém gosta de ficar desempregado.

-- Segunda saio para colocar currículo em alguns lugares. - tento soar positiva.

-- Boa sorte.

Arqueio uma sobrancelha em sua direção, esperava um "boa sorte" de incentivo, não um com tamanha negatividade como esse.

-- Ah amiga, sabemos como anda o Rio. Tá uma merda conseguir emprego. - diz comendo uma batata frita da sua porção que está a sua frente. -- Por isso que vou para São Paulo, espero que esteja melhor que aqui.

-- Ainda com essa ideia? - roubo uma batata sua.

-- Idéia não, meta. - corrige. -- Estou a dois anos desempregada, sendo sustentada pelos meus pais. Apesar deles não reclamarem, é chato eu ter que pedir dinheiro pra sair ou até mesmo, comprar calcinha.

-- Entendo.

-- Por que não vem comigo ? Vou ficar na casa de uma amiga. Ela quer economizar mesmo, duas hóspedes, ajudaria bastante nas divisão das contas. - convida.

-- Sem chances de sair da minha casa. - recuso. -- Não me vejo morando em outro lugar.

Ficamos em silêncio por um tempo, olhando as pessoas a nossa volta. Compro outro trio de lanches para nós.

-- Qual foi a última vez que gozou ? - me engasgo com a batata, com sua pergunta. -- Já vi que a muito tempo.

-- Que mudança de assunto é essa ? - bebo um pouco do refrigerante.

-- Responde logo. - me olha atentamente.

-- Sei lá, acho que foi com o pau fino.

-- O de olhos puxadinhos? - pergunta surpresa. -- Cacete mulher, isso faz a três meses.

-- Sim. - dou de ombros, despreocupada. -- Quando quiser outro, entro no Tinder ou pego meu brinquedinho.

-- Preciso comprar um daqueles. - comenta.

-- Podemos ir agora, te dou de presente. - digo.

-- Jura ? - me olha com expectativa.

-- Tudo pelo prazer da minha amiga. Vamos. - me levanto, pego a bandeja da lanchonete e vou a lixeira jogar o lixo.

-- Sabe que tem faxineira aqui né ? - comenta pegando minha mochila e colocando nas costas.

-- Sim, mas não é por isso que deixarei o lixo na mesa. - pego minha bolsa e seguimos para fora a porta de saída do shopping.

Preciso me distrair e nada me distraí melhor que um sex shop... preciso me atualiza rmesmo

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