Certo dia ele estava sobre mim quando apareceu alguem... Que alívio, esta pessoa era um sobrinho dele, já pai de família , resumindo, foi uma tremenda discussão, mas o tal sobrinho, tambem tinha medo dele
O velho então fez uma proposta, se ele ficasse quieto, poderia tirar proveito da situação, me empurrou, e disse: Toma , ela passa a ser sua
Eu não entendia nada , o rapaz saiu de lá , e ele com voz de trovão me assustou dizendo:
Voce nunca irá dizer isso a ninguém, porque mesmo depois de morto, voltarei para te levar comigo ...
Ainda em resmungos eu entendi ele dizer:
Aquelas cadelas que já se foram , eu tinha que ter feito assim, ainda pequenas...
E fui entendendo que ele se referia as minhas irmãs que foram embora
Algum tempo se passou, e ele foi encontrado morto, um raio o atingiu enquanto cortava uma grande arvore com o machado
Quando chegou a notícia eu não sabia o que fazer, pois ele havia prometido me buscar com a boca cheia de fogo
A todo momento queria fazer xixi, descontroladamente . Para piorar deram a noticia para a minha mãe e a mesma teve um mal súbito
Não me esqueço da cena, o monstro sendo trazido em uma maca improvisada de bambu por alguns homens, e minha mãe deitada em uma cama que o forro era de couro de boi
Ela não dava sinais com se estivesse em coma
Aquela gritaria, choro dos irmãos, gente pela casa , fiquei ao lado da minha mãe, encolhida, tinha mulheres cuidando dela, tentando abrir a boca dela para colocar algum líquido, mas ela estava com os dentes serrados
Finalmente minha mãe reagiu , porém só balbuciava algumas palavras, que ninguem era capaz de decifrar ou entender
Havia perdido a coordenação motora, de um lado do rosto as lágrimas escorriam ao tentar falar, sendo mal sucedida, creio que se deparava com a situação e ficava cada vez mais agitada
Tiraram os outros para que não vissem mais, eu não arredei o pé de perto dela
Depois de algum tempo arrumaram um carro e minha mãe foi embora
Alguém nos pegou daquele lugar, e nos levou para outra casa que andamos muito para chegar so os menores
Fizeram o enterro do monstro, mas eu queria minha mãe
Fiquei apenas com a minha boneca, descalça, ninguém explicar o que acontecia já era algo normal
Eu perguntava da minha mãe e ouvia entre eles que sofrera um derrame
Enquanto nos preparávamos para dormir, não saia da minha cabeça aquela cena que vira de carregar minha mãe nos braços, que olhava para mim, tentando balbuciar alguns roídos de pânico
O som que ela fazia como se estivesse se lamentando não saia da minha mente, me deixando sem chão , eu havia pegado o chinelo que caíra dos seus pés o qual tinha perdido os movimentos aquela noite
Eu apenas queria saber dela, todos tentavam me consolar sem sucesso, foi então que uma mulher se penalizou e me disse:
Filha, sua mãe está sendo tratada, está na cidade, em um hospital , ela vai ficar boa e logo voltará para vocês
Isso vai demorar um pouco, tenha paciência, sei que está sofrendo, mas você precisa se ajudar, coma um pouco, vamos tomar um banho, e não chore mais, pois seus irmãos precisam de você
O carinho daquela mulher, essa que era uma professora de algumas crianças daquela sedeCapitulo 8
Com o passar dos dias nos levaram de volta para casa, os mais velhos voltaram para a roça, eu continuei meus afazeres, mas morria de medo na hora de dormir, medo do monstro que pudera aparecer a qualquer momento
Foi então que para nossa surpresa chega de mala e cuia com esposa e filhos, o tal sobrinho do monstro, os dois tinham o mesmo nome ''João'', que viria a ser meu primo
Quando colocou os olhos em mim, eu gelei, pois era o mesmo olhar daquele monstro
Explicaram que iriam tomar conta da gente e da lavoura que nós devíamos respeito a ele, pois dali e diante seria o dono da casa, e teríamos ou devíamos obediência a ele
Meu sofrimento continuaria, pois já começou me batendo dizendo que com ele seríamos gente. E já me levou para o mesmo lugar que um dia surpreendera o tio me violentando
Porém ja de primeira praticou tudo, geral, acabou comigo, fiquei muito doente, pele e osso, a esposa dele mandou que me levasse ao medico, pois as lombrigas estavam atacadas
Montou em seu cavalo e me colocou em cima, no caminho me violentou na ida e na volta comprou um vermífero dizendo que foi ordem do medico, sendo que jamais entrei em um consultório
Dizia que meu problema era falta de pai e de mãe
Eu desejava morrer, pois ele era muito mais cruel
Certo dia a mulher dele surpreendeu ele me tocando, enquanto dormia, ele deu um tapa em seu rosto dizendo que o respeitasse, pois só estava vendo como eu estava
Depois disso fui interrogada por ela enquanto estávamos na horta, eu neguei porém não contive as lágrimas, e ela também chorou
Após 6 meses minha mãezinha voltou, para alegrar meu coração, ela não falava e não andava
Creio que seja de Deus, pois eu abrasei aquela causa como se fosse minha boneca, cuidei da minha mãe e dediquei todo meu tempo aprendendo a língua dela por sinais
Colocava um banco atrás daquele rancho, buscava água, esquentava em um fogo que sempre improvisei com pedras para alojar a lata de vinte litros , escorava , ela sentada encolhida, pois nenhum filho havia a visto nua
Ela tinha o olhar envergonhado, mas com gratidão. Cortei seus longos cabelos com uma faca para ficar mais prático para a limpeza, sempre conversando com ela, para que ela relaxasse , eu a trocava ali mesmo, e com muita dificuldade a removia de um lado para outro, a alimentava na boca, ajudava em suas necessidades fisiológicas, a deitava e a levantava
Porem sempre que aquele sujeito tinha a oportunidade me estuprava, até que um dia a mulher dele tentou se matar , e alguém a salvou. E ela disse:
Se não parar, vou contar.
Talvez ela tivesse se compadecido do estado em que minha mãe se encontrava. Pois eu não aceitava ninguém tocar na minha mãe, não confiava em ninguem
Então recebemos uma visita um dia daquela professora, que viu a precariedade e tentou encontrar irmãos que já haviam ido embora
Encontrou um em São Paulo e deu a notícia de como estávamos e ent~eo ele veio para a a surpresa de todos o sujeito havia roubado todo o dinheiro da colheita toda a renda
Meu irmão deixou para láe nos levou com ele, eu estava eufórica , cheia de esperanças, pois nunca mais veria aquele monstro , e viemos para o interior de Sao Paulo, com a minha mãe num total de 6 pessoas e este meu irmão que nos buscou
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Cale-se!
Non-FictionUma história real, redigida pela própria personagem, que conta a superação de estupros dentro de sua própria família A sua comercialização para um casamento abusivo Uma história chocante, real, emonionante,com a superação e as voltas reais que a vid...