CAP II: Coragem e espera

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Depois daquela conversa a única coisa que sabia falar era "Ruan", era "Ruan" isso, "Ruan" aquilo, e meus pais nem bobos nem nada, perceberam que ali tinha um sentimento a mais.

Foi quando no dia 31 de Dezembro, havia culto na igreja, era domingo. Quando ele chegou e eu o olhei sorrindo, minha mãe riu, como quem dissesse "ja entendi", mas ficou calada. Na hora de ir embora, Ruan foi cumprimentar meu pai, e ali ele também sentiu que havia algo a mais.

Ao chegar em casa, eu e meus pais começamos a conversar:
-Filha, e o Ruan em?
-O que tem, mãe?
-Ele é bonitinho né?
-Para mãe, ele é só meu amigo
-A gente ja teve sua idade filha...
-Poxa pai, até você???
-Fala a verdade, você gosta dele não gosta?
-Claro que não gente, nós somos amigos
-Assume filha, a gente te conhece!
-Não vou assumir uma coisa que não é verdade.

E essa discussão durou pelo menos meia hora... Eles perguntavam e eu negava até a morte. Até que me cansei e acabei me rendendo...

-Ta bom, vocês venceram, eu gosto do Ruan sim! Felizes?
(Os dois riram) -Eu sabia, não sou bobo, ja tive a idade de vocês.
-Mas fica tranquilo pai, ja conversei com ele e expliquei que ainda não posso namorar... sei que vocês não vão deixar
-Ah... talvez com ele seria diferente
-Oi?
-Faz o seguinte, porque você não chama ele aqui amanhã pra almoçar com a gente... aí conversamos.
-É sério?? - Perguntei incrédula - Você ta brincando comigo?
-Não filha, pode chamar.
-OBRIGADA PAI!!!!! EU AMO VOCÊS

E então, eu chamei ele. No dia seguinte na hora do almoço, toca o interfone, corri atender, era ele. Desci até o portão para acompanha-lo até meu apartamento, chegando la, peguei na mão dele e estava suando frio, ele tremia, estava tão nervoso que ria sem parar. Acalmei ele e entramos.

Almoçamos, e depois fomos para a sala. Todos no sofá assistindo a televisão, em silencio, Ruan não era o único nervoso e sem saber oque fazer ali...

-Então Ruan, você mora onde?
-Moro aqui na rua de cima, aquele prédio grande...
-Ah então é pertinho!
(Ele sorriu sem resposta, o silêncio tomou a sala de novo. Meu pai então respirou fundo):
-Bom, eu estava tentando disfarçar mas não sei como fazer isso, vamos logo ao assunto!

Vou mentir se disser que lembro exatamente oque eles disseram, estava tão nervosa que só conseguia olhar para a TV e fingir que estava prestando atenção na conversa. Por fim, foi permitido o nosso mamoro! Confesso que nem precisamos esperar tanto, mas foram os meses mais longos e demorados da minha vida...

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