Será que amar é mesmo tudo

117 6 3
                                    


''Se isso não é amor, o que mais pode ser? Estou aprendendo também''


O violão negro espalhava a gostosa melodia pelo apartamento, Yuu tocava qualquer coisa, apenas notas aleatórias, de maneira suave e de olhos fechados. Estava cansado demais, dia estressante, situações constrangedoras e complicadas. Fora quase um milagre conseguir chegar em casa devido ao assédio dos repórteres abelhudos, tentou ao máximo ser educado, mas não respondeu nada a ninguém.

Ele sabia que ia ter falar com algum deles, mas não agora, deixaria o empresário decidir isso até porque aquele não era um assunto que dizia respeito à mídia e fans. Por hora Yuu prestou-se apenas a dar umas poucas palavras usando o mesmo veículo de comunicação que Aika, a internet. Embora sem dar explicações ou nada do gênero e é claro que também mandou emails para os amigos e convidados da comemoração de união que não aconteceria, e a esses sim inventou belas e educadas desculpas.

Logo depois de tudo isso relaxou no banho e agora estava ali, sentado em sua grande e confortável poltrona tocando violão enquanto esperava por Uruha com o pensamento preso no outro. Será que o loiro iria o corresponder ou recuar depois de prestar atenção nas palavras ditas a esmo há... cerca de vinte e quatro horas atrás? Oh sim o porteiro já estava avisado, apenas Takashima Kouyou estava autorizado a entrar no prédio e Yuu havia deixado a porta destrancada.

Aoi mudou a melodia, seus dedos se moveram um pouco pelo braço do violão e como que por aviso ouviu batidas urgentes em sua porta. Impaciente a pessoa do lado de fora chamava alto por seu nome antes mesmo que tivesse tempo para lhe responder.

-- Yuu por favor, sou eu. – ele dizia apressado tal como que se o moreno estivesse se escondendo dele ou coisa do tipo.

OK Kouyou estava nervoso e não saber se isso era um sinal bom ou ruim deixava o moreno no mesmo estado.

-- Está aberta. – disse sem se levantar ou mesmo parar de tocar.

Nem bem sua voz ecoou pelo aposento a porta era violentamente aberta e tão rápido quanto, fechada. Só então o moreno largou o violão ao seu lado para encarar o guitarrista, ambos em silêncio.

Uruha nem tinha pensado ao certo no que iria dizer, eram tantas coisas que todas as palavras se acumulavam juntas entalando sua garganta, não sabia ao certo nem por onde começar. Em seu devaneio saiu correndo de casa sabendo apenas qual era o lugar certo para estar. Yuu o olhava da cadeira, estava encarando atentamente o rosto andrógeno causador de sua insanidade. A maquiagem estava um pouco borrada, os olhos infantis estavam inchados; Uruha havia chorado.

-- Eu devo lhe pedir desculpas? – o guitarrista do sofá resolveu quebrar aquele silêncio.

-- Isso aí depende – o mais alto disse resolvendo-se por não escolher as palavras, deixaria que elas saíssem naturalmente por sua boca, independentes. Um olhar confuso fez-se na face do outro. – Desde quando? – foi o que conseguiu articular, não precisava de mais, Yuu entenderia todas as palavras não ditas ali.

-- Desde o começo, eu acho.

-- E deixou que chegasse a esse nível de confusão? Eu devia mesmo era arrebentar você.

-- Eu temi Kouyou – disse em sua defesa para logo depois incluir a justificativa – Eu podia dizer com orgulho ser o mais controlado do grupo, mas não preciso de mais que dois segundos olhando diretamente pra você e me perco por completo.

-- Isso não faz sentido... – o mais alto dizia contraindo os ombros e chacoalhando as mãos tentando realmente compreender, mas não conseguia.

-- Você sempre deixou bem claro o que era sexo, aventura ou inconseqüência...

Irresistível atraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora