EU, MEIAS BRANCAS E MEU "QUASE NAMORO" (Degustação)

Quatro | um tremendo cafajeste

    Você estava quase terminando o High School. Era repetente. Acredito eu que era porque fazia faculdade. Era um veterano em administração. Eu ainda estava no início do colegial. Queria cursar letras.

    Não era como se eu fosse uma fanática iludida por você, ou que passasse grande parte do meu tempo livre vendo seu perfil nas redes sociais, mas foi a forma que você me olhou e o jeito que sua voz se direcionou a mim que me fez ficar curiosa pra saber mais de qualquer coisa que envolvesse o pseudônimo dos sonhos pervertidos de meninas do ensino médio - inclusive o meu.

    Eu estava pensando em você enquanto escrevia, você estava me dando grandes inspirações, Isaac. Eu estava quase terminando o último parágrafo do meu livro quando vi Anne se aproximando. Eu sorri e acenei, esperando que ela se aproximasse.

— Parece que alguém está bem interessada num ex garoto do time... — Anne disse, diretamente.

    Anne era uma das garotas mais legais de toda escola. Super comunicativa, tagarela, Anne era o sinônimo de pessoa amigável. Já tinha a visto algumas vezes com você, vocês me pareciam amigos. Qualquer pessoa podia jurar que vocês se pegavam, mas eu, como amiga de Anne, podia dizer com toda certeza que não tinha absolutamente nada entre vocês.

— Ah, oi. — Sorri simpática. — Como vai, Anne? — perguntei. Ela se sentou ao meu lado com um sorriso empolgado.

— Sabe o Isaac? Hall Isaac? — me perguntou sobre você. — Você quer ficar com ele? Está apaixonada por ele?

— O que? Não! — eu neguei. — Eu não estou apaixonada por ele, Anne. Eu mal o conheço.

— Tem certeza? É aquele ali, moreno, dos olhos castanhos... — Anne me olhou com um olhar malicioso. Eu assenti. Moreno, dos olhos castanhos, que cheirava a perfume francês e, por um acaso, era o garoto que dominava minha mente nos últimos dias.

— Sim, eu tenho. — respondi, fingindo indiferença. Ela então se levantou e caminhou até você, que nesse momento estava do outro lado do jardim.

    Eu sei, eu podia ter dito "Sim, eu estou completamente apaixonada por ele e não sei o que fazer", mas eu não havia mentindo quanto a isto, Isaac. Eu podia estar na sua, mas eu não estava apaixonada por você.

     Você era problema, Isaac. Eu conseguia ver claramente isso em seu rosto. Você tinha praticamente "aluga-se" tatuado na testa.

     Porque sim, Isaac, você era um galinha assumido e todo mundo sabia. Eu não me aproximaria de você nem se quisesse. Seria loucura.

     Você era de todas e amava ter todas aos seus pés, eu podia enxergar isso de longe. Você cheirava a cafajeste.

    E eu não estava apaixonada por você, mas eu podia sentir que não demoraria muito pra eu me tornar uma das várias garotas que se arrastavam em seus pés. - Claro, eu não chegaria ao nível de me arrastar até você, mas eu poderia facilmente gostar de você de verdade - e eu sabia que quando isso acontecesse, eu estaria ferrada;

Completamente ferrada.

🌺

    Erick era lindo. Tão lindo quanto você.

Eu estava reparando isso enquanto estava no jardim. Aquele era meu lugar preferido.

    Vocês eram a dupla dinâmica da escola. As meninas praticamente se jogavam aos seus pés.
     Aliás, todos os seus amigos eram lindos, e quando vocês estavam juntos era como uma competição de quem era mais lindo, ou quem pegava mais garotas.
Vocês eram uma completa perdição e sabiam disso.

— O que houve? — Natasha me perguntou, curiosa. Não pude deixar de falar a verdade, ela claramente sabia quando eu escondia algo.

— Aquele garoto, o loiro, ele me convidou pra sair.. — apontei para Erick.

— Você não tem jeito, Sophie. — Natasha disse, balançando a cabeça em desaprovação. Eu sorri divertida. Ela estava certa. Completamente certa sobre mim.

    Eu não tinha mesmo jeito, e sinceramente, eu não via problema nenhum nisso. Eu era uma jovem com grandes atrativos e tinha minha cota de paixonites ao longo da vida.
Amores aqui, outros amores ali, mas nada sério. Eu era solteira e amava ser assim, eu era livre e não era tão estranho se pensarmos por esse lado.

    Natasha era minha única amiga que tinha um namorado, e ela era completamente maluca por ele. Era a coisa mais fofa do mundo, mas brega também.

    Natasha parecia uma idiota, olhando pra nada e sorrindo.

    Eu a estranhava por isso.
Talvez até a invejasse.

     Eu era uma romântica assumida, não podia negar esse meu lado. Ah, qual é?!
Eu queria olhar pro nada também, sorrir feito uma boba. Sentir borboletas no estômago e talvez até chorar por um amor não correspondido. Eu sentia falta disso.

    Natasha costumava dizer que eu era da farra, da noitada. Mas a verdade era que minhas noites se resumiam em pipoca e filmes clichês de romance.

     Eu queria deitar na cama e sentir meu coração florescer por uma mensagem inesperada. Queria que meu mundo virasse de cabeça pra baixo. Queria um amor digno de cinema, daqueles de tirar o fôlego. Isso sim. Isso eu queria.

    Natasha dizia que eu era de todos, que me apaixonava fácil. Mas eu era tão vazia que tudo só me era um mero tapa buraco. Era divertido, era fácil, mas eu queria amar.

    Eu não sabia o que era amar. Eu não sabia o que era enlouquecer por alguém.

   Natasha dizia que meu coração era enorme, que arranjava amores em cada esquina.

    Natasha não me conhecia.
Não de verdade.

— Mas, você aceitou? — ela questionou, cerrando os olhos. Eu assenti com a cabeça, porque eu podia estar claramente na sua, Isaac. Mas eu ainda era a livre e boa Sophie. E eu sabia que você era tremendo cafajeste.

Mas era um cafajeste completamente irresistível.

    Você inebriante pra mim, Isaac, desde o primeiro dia. Como uma droga, um brinquedo novo que me despertava certa curiosidade.

    Não, eu não estava apaixonada por você, mas algo em meu consciente me avisava de que você era perigoso, e eu, coitada, era apenas mais uma garotinha que sonhava com príncipes encantados e cavalos brancos.

EU
ESTAVA
ENTRANDO
EM
UMA
FRIA

Olá!

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Obrigada pela atenção.

Agradeço desde já.

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