Os pingos de chuva escorrem pelo translúcido vidro da janela cuja moldura branca se enquadrava perfeitamente na cor dominante da aconchegante sala. O preto e o branco mostravam assim a sua intemporal aliança, já que, estas cores se encontravam por onde o olhar se dirigisse. O aroma a baunilha preenchia o ar, enquanto que o monocromatismo preenchia a vista e a suave música de jazz com pormenores do som da chuva preenchia os ouvidos. Um ambiente quente começava a instalar-se por conta da recentemente aquecida fogueira que irradiava calor para toda a divisão. A pequena poltrona, cujo tom fugia às regras aparentemente impostas pela decoração, encontrava-se ocupada por alguém cujos olhos, recentemente banhados por lágrimas, observavam o poderoso fogo devorar a madeira... Chocolate quente acompanhava-o, deitando algum vapor da grande e simples caneca cujo único destaque era uma lua em quarto crescente.
Subitamente, a chuva intensifica e com ela a atenção do rapaz diverge para o vidro onde apenas se vê a próxima montanha juntamente com os chuviscos que escorregam. A caneca é pousada na mesa de apoio e os joelhos do dono da confortável cabana encontram-se agora ao peito com a cara neles enterrada.
O inverno é uma boa estação para pensar