Parte 1

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- Show, não tem comida. – resmungo olhando dentro da geladeira. – maravilhoso.

Fecho a porta da geladeira e me deparo com vários imãs de restaurantes, chega da água na boca olhar para as imagens de comida em cada um, mas dou as costas e saio da cozinha para não cair na tentação e ligar para algum. Não posso me da esse capricho agora no final do mês, passando o cartão.

Como podem vê, não gosto de cozinhar, vou no mais fácil. Mas de vezes enquanto, cozinho, pois não tenho banca de comer fora sempre e miojo não sustenta. Me coloca para limpar a casa inteira, mas não me peça para cozinhar.

Ai que saudades da casa dos meus pais. Mamãe tem o costume de fazer bolo aos domingo a tarde, o que já é para janta também. se a preguiça não fosse tanta, juro que iria lá, mesmo já passando das dezenoves horas.

Quando penso em me jogar no sofá, a campanhia toca. O que me enfurece no mesmo instante. Odeio quando meus amigos surgem do nada, sem avisar. Estamos na era da tecnologia, pela amor né ?! whatsapp esta aí para isso.

- Quem é ? – grito me levanto.

- Guto.

- Tinha que ser tu, né peste ? – abro a porta de cara amarrada, para ele vê que não gostei dessa visitinha surpresa.

- Também te amo. – me abraça rindo.

- Que tu quer ? – dou um beijo em sua bochecha.

- Quanto amor. – sai entrando, sem se importar com minha insatisfação.

Fecho a porta, mas apesar de estar de mal humor com essa, não sou tão má assim, não tenho coragem de o expulsar.

- Vim jantar. – avisa se sentando no sofá, com as pernas abertas e o braço estendido nas costas do  sofá. – Qual o cardápio ?

- Cai fora. – me sento ao seu lado. – Não tem janta.

- Bolo ?

- Não.

- Pão ?

- Também não.

- Que merda, cara. Tá sem dinheiro, se soubesse tinha trazido algo pra ti. – me olha preocupado, o que me faz sorri.

Guto é meu melhor amigo, somos vizinhos. Sua casa fica de frente a minha, do outro lado da rua. Vim para o bairro, por insistência dele que dizia que precisava de alguém por perto.
Dias após me mudar, vi que o safado precisava mesmo era de uma casa para comer e dormir, quando ele cede a casa para algum amigo levar mulher.

Mas não esquento, amo a companhia dele e melhor ainda, amo a comida dele. Sortuda será a mulher que casar com ele, o safado sabe cozinhar melhor que muitas vovós por aí.

- Não estou passando fome, relaxa. – tranquilizo. – só estou com preguiça de cozinhar algo.

- Normal. – debocha. – isso explica por ainda ser solteira. Qual o homem quer uma mulher que não cozinha.

- Ei, eu sei cozinhar sim, sabe disso. – me defendo.

- Aham. – inclina a cabeça para trás, apoiando no sofá, ficando assim, olhando para o teto.

- Bem que você poderia preparar algo para nós. – sugiro.

- Não obrigado, como depois. – fecha os olhos rindo.

- Por favorzinho. – amanso a voz.

- Nem vem.

- Por favor, Guto. – me aproximo e beijo seu pescoço. – Em.

- Jogo baixo, isso. – diz rouco.

- Baixo é onde chegarei, se você continuar negando. – aviso passando a mão em seu peito. – Qual vai ser ?

- Me seduzindo para fazer a janta ? – pergunta rindo.

- Te seduzindo para fazer comida, quantidade que dê para hoje e mais dois dias. – esclareço.

- Tu não existe, cara. – abre os olhos.

- Existo sim. – me afasto rindo ao vê que está arrepiado. – Então ?

- Tá, eu faço. – suspira alto. – Mas farei algo rápido para nós agora e depois vejo outra coisa, para os dois dias.

- Tá. – bato palmas animada.

- Preguiçosa. – diz se levantando.

- Nunca falei que não era.

O ajudo na preparação dos pratos, para agora ele faz macarronada com linguiça e para os outros dias, empadão de frango com requeijão.

Troca de FavoresOnde histórias criam vida. Descubra agora