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      Eu me debatia desesperada. Gritava por socorro. Mas parecia que minha voz era muda. Ninguém me escutava. Ninguém ao menos parava pra ir me ajudar naquela imensa escuridão.

      Chorava. Chorava de dor. Chorava de agonia. Chorava de nojo de mim mesma. Eu podia ter impedido. Mas... não impedi. Então, eu também chorava de raiva.

      Parecia que todos os meus esforços eram inúteis. Talvez eu seja uma inútil. Até porque, se eu fosse útil em algo, alguém teria me ajudado.

      Só que ninguém veio.

      E isso me fazia questionar, por que não me matava de uma vez?

       Ninguém vai se importar. Sou mais uma inútil do mundo.

      Ninguém sentiria minha falta.

      Ninguém ao menos se lembrará de meu nome.

      Por que? Por que junto comigo? Eu gritava a mesma coisa. Gritava essas perguntas, mas parecia que minha voz não fazia diferença naquele ambiente. Por favor, pare! Está me machucando! Repetia isso um milhão de vezes enquanto chorava. Mas nem isso ele parava.

      Então...uma hora desisti de tentar. Desisti de querer saber algo. Desisti de lutar. Desisti de viver.

      Eu fui tola. Não deveria ter desistido, mas o que poderia fazer? Estava tão cansada, cansada de chorar, cansada de gritar, cansada de persistir, cansada da dor que sentia, cansada...de tudo.

      E é nisso que me arrependo. Mesmo cansada, eu deveria ter lutado mais, talvez assim, não teria uma cicatriz enorme em meu coração. Mas fui fraca demais e desisti.

      E é desse meu lado que mais odeio. Desse meu lado do meu passado que mais tenho ódio. Por ter sido fraca, uma inútil.

(...)

      Acordei com alguém se remexendo no meu lado. Fiquei meio atordoado no começo, mas quando acendi a luz do abajur e vi a Andy suando, lágrimas escorrendo em seus olhos e se remexendo sem parar, foi dali que despertei de vez.

      Balançava ela sem parar. Pedia pra que a mais nova acordasse logo. Mas nada parecia ajudar.

      Era agonizante ver ela se contorcendo, suando cada vez mais, as lágrimas descendo rapidamente, e sussurrava coisas sem nexo. Totalmente torturante.

- Andy, por favor, acorda!

- P-Para...po-por favor....pa-para! - Sussurrava coisas assim. Queria entender porque ou o que ela pedia pra parar.

- Andy, sou eu, Hoseok! Por favor, acorda! - Balançava ela, desta vez um pouco mais forte. Mas nem assim, a mais nova acordou do pesadelo.

      Por favor Jimin, que esteja acordado! Pensei na minha cabeça.

      Pulei da cama e fui pra sala, pegando o celular da mais nova, fui direto pros contatos e liguei pro irmão mais velho dela. Tentei ligar pra ele três vezes. Só na quarta vez, o Park me atendeu.

- Andy, espero que tenha me acordado do meu sono de beleza par...

- Jimin! Por favor, me ajuda!!

- Hoseok? O que aconteceu?

- Minnie, sua irmã tá tendo um pesadelo. Tentei acorda ela, mas nada adianta! Por favor, me ajuda! - Disse com a voz totalmente embriagada.

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