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Andy dirigia com algumas lágrimas no rosto, foi uma das despedidas mais dolorosas que já teve na sua vida.

Não aguentou deixar seu irmão e o amor da sua vida pra trás, não aceitava esse final, porém, foi o necessário.

      Só esperava que isso acabasse de uma forma rápida, não aguentaria mais tortura na sua vida.

Depois de quase meia hora dirigindo, parou alguns metros longe de uma casa abandonada, desligou o carro, tirou a chave na ignição, trancou o automóvel e andou até a casa. Olhou para aquele local com medo, mas secou as lágrimas e andou em passos pequenos até o portão de madeira antiga.

      Abraçou seu corpo tentando se aquecer, suspirou vendo o ar gelado sair de seus lábios e encarou aquela casa sentindo o coração apertar. Olhou uma última vez para a rua e abriu a porta, para seu azar, estava aberta.

      Entrou no local que estava um breu, tentou ligar a luz, mas as lambadas estavam queimadas. Fechou a porta atrás de si, pegou o celular no bolso e ligou a lanterna.

      Se arrependimento matasse, estaria morta naquele momento.

      Cobriu a boca para abafar o grito e olhou para o local chocada, chorando ainda mais em agonia. O peito se apertava mais e mais quando olhava para todos os lados.

Garotas e mulheres foram assassinadas de forma fria e injustiçadas.

Reprimiu um soluço, tampou o nariz já que o cheiro de sangue estava forte e chorava mais quando via a forma cruel que meninas entre onze e dezesseis estavam, sem as roupas de baixo e manchadas de sangue no peito ou no pescoço, mesma coisa com mulheres que aparentavam ter entre vinte a cinquenta.

      Era horrível a cena, todas as cenas da sua infância passavam na sua cabeça e ficava imaginando o que todas essas mulheres passaram na mão do Jay, literalmente sofreram um inferno.

      Só esperava que agora elas descansassem em paz, que estão em um lugar melhor, sem dor ou sofrimento.

      Mas e as famílias? Principalmente das meninas menores de idade, será que estão procurando as mesmas?

      Se agachou para uma dessas meninas e sentiu uma dor no coração quando viu um colar no pescoço e nela tinha uma foto dela sorrindo junto com os pais e dois garotinhos menores, provavelmente seus irmãos mais novos.

      Olhou ao redor novamente, reprimindo todos os soluços, pois agora não estava lidando com um estuprador e sim um assassino em série.

Ouviu a porta ser aberta, arregalou os olhos e se escondeu atrás do pequeno armário. Desligou a lanterna e tampou a boca para reprimir os soluços.

- E você não a achou mais, senhor? - Escudou uma voz rouca e um pouco fina perguntar.

- Não e aquela vagabunda não chegou até agora! - Fechou os olhos quando reconheceu a voz do Jay.

- Acha mesmo que ela virá, senhor?

- Eu não acho, tenho certeza, pois ela sabe que se não vier, o sangue do maldito do irmão dela estará em minhas mãos e farei questão de fazer um tapete com a pele do namoradinho de merda da Andy.

Fechou mais forte os olhos por escutar tudo aquilo em bom e alto som.

Esse era o trato, Andy ia e poupava a vida do Hoseok e Jimin, ou os dois estariam no mesmo lugar que JungKook e todas essas mulheres inocentes estão.

- Quando o senhor acha que ela vai vir pra cá? - Ouviu a voz rouca perguntar novamente.

- Espero que logo, a minha paciência com essa garota está prestes a acabar.

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