Meus pais sempre foram ótimos pais , meu pai trabalhava numa metalúrgica e minha mãe era professora.
Meu tio marido da irmã da minha mãe trabalha com meu pai na metalúrgica e os quatro eram uma família feliz cada um com sua casa simples na periferia de São Paulo, porém feliz.Um dia papai e titio chegaram em casa super feliz, a empresa ia se mudar para o Rio de janeiro e levaria com ela alguns funcionários mais antigos até para que pudesse ensinar o serviço ao demais funcionários, e eles falaram que pagaria o aluguel por um ano e com isso daria tempo de se estabelecer na cidade.
Mamãe e titia ficaram super feliz, já imaginavam uma vida melhor numa cidade linda e aí foram para uma nova aventura.Porém o destino tem destas coisas quando se pensa agora vai as coisas mudam de rumo sem você esperar ou ter controle.
Meus pais se mudaram para o Rio junto com meus tios eles eram muito amigos e suas mulheres irmãs, para facilitar e como a empresa ia bancar o primeiro ano de aluguel eles doaram ou venderam os móveis, levando somente as roupas e alguns poucos pertences.
Ao chegar a empresa arrumou uma casa de aluguel próxima da onde ia ficar instalada , porém com três meses da mudança veio o golpe Collor e não somente a empresa deles mas muitos empresários faliram , deixando todos de demitidos com uma mão na frente a outra atrás, com nossos pais ficaram sem chão pois nesse meio tempo titia estava para ganhar nenê, minha prima Vanessa estava prestes a nascer a qualquer momento e minha mãe havia contado a pouco menos de um mês que também estava grávida de mim.
E agora o que faremos Maria e Mariana.
Maria : Calma Neto calma Deus há de nós abrir uma porta.
Mariana : Justino aquele amigo que vocês trouxeram aqui em casa o marido de Andréa , lembra ele falou com vocês uma vez de alguns barracos lá no morro.
Justino: Não quero morar na favela
Neto : Querer quem quer? Ninguém quer , mas não temos dinheiro para volta a São Paulo, as meninas grávidas , Mariana sua esposa pode ganhar nenê a qualquer minuto e Maria logo mais vai ter sua hora também. Temos que pensar logo nos expulsam daqui e nem sabemos se vamos receber algo, estamos todos quebrado.
Justino verdade, verdade tenho que ser racional.
E assim começa minha história no morro.
Nossos pais falaram com o dono do Morro, fomos para o Aliança Mineira , o dono de lá lógico era conhecido como mineirinho e concedeu um pedaço para que nossos pais fizessem um barraco, foi construído no meio bem no meio mesmo do morro , ali aonde muitas vezes era alvo de muito confronto entre polícia e ladrão, pois estava no meio aonde afinava para os becos mais estreito e também aonde dava acesso a duas ruas únicas uma que subia e outra para descer, porém isto era algo somente entre os moradores a quem era de fora não sabia por isso em muitas das vezes se entrega porque subia na contra mão ou descia , vice e versa.
Ficava também o ponto de mototaxi , um mercadinho de esquina , algumas lojas de roupas, bijouterias , bolsas e meus tios haviam aberto uma sorveteria , era pequena , porém o movimento era bem legal eles juntaram a casa e na parte da frente havia uma entrada para as casas e do lado direito duas portas de bar que dava acesso a sorveteria , aonde tinham 4 mesas e 16 cadeiras dívididas em quatro nas mesas, 3 banquinhos no balcão , mas tudo muito caprichado, todos conhecia nossos pais e suas sorveteria como Os Paulista.
Mamãe Maria e tia Mariana tiveram ambas meninas Vanessa minha prima e eu Bianca. Nossos pais eram bons a todos e sempre fortalecia a comunidade dando alguns sorvete aos pequenos que sempre por ali ficavam mas não podia pagar, e para ensinar eles a darem valos pedia que ajudasse , limpando uma mesa, tirando o lixo e assim ia.
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Cria do Morro
RomanceO que é isso , o que e isso Bruxo. Ele fecha a cara , nunca chamo ele assim. Você tá me tirando né, poxa na minha frente se esfregando com aquela vagabunda e você quer o que eu sorrindo cheia de dente. Ele começa a gargalha e sai de cima de mim. Bia...