Capítulo 4

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Bruno / Bruxo.

Minha vida nunca foi fácil, tive uma infância feliz, não conhecia meu pai, mas minha mãe era meu pai mãe e nunca me deixou faltar nada.

Sempre me criou com o dinheiro das lavagens de roupa , ela era lavadeira, eu sempre ia na casa das clientes buscar ou levar as trouxas de roupas para ela.

Nasci e cresci no morro, cursei ate a sexta série, porque aos doze anos minha mãe levou uma bala perdida e faleceu. O conselho tutelar quis me levar , mas eu fugi, no começo eu ficava por ali , num beco e no outro, um vizinho ou outro me dava o que de comer, até que um dia uns dos vapores me chamou e me levou para o chefe, ele me contratou e me deu um barraco e assim eu terminei de me criar.

Sempre fui sossegado, acompanhava o chefe em todos os locais , como eu não tinha ninguém , para mim era fácil passar a maior parte na boca, mas diferente de muitos eu não usava, não vou dizer que nunca experimentei , não é isso , não gostei, foi uma vibe que não me conquistou, e assim fui crescendo, todo o dinheiro que eu pegava eu comprava algumas coisa e ia arrumando minha casa, fiz um muro em volta do barraco e fui arrumando aos poucos, hoje eu tinha uma casa bem legal, dois andar , três quartos, sala , cozinha e uma sala de diversão aonde coloquei , mesa de sinuca, pebolim, vídeo game , fiz um barzinho , um canto p se diverti mesmo do jeito que eu via nas revistas. Na minha casa eu não levava mina não, falava que lá era sagrado e somente a escolhida ia entrar la.

Subi fácil, sempre me dei bem com todos, respeitava a todos e sempre pensei , não e porque nós e tráfico que e bagunçado , com esse pensamento segui meu caminho, Mineiro e JL logo pegaram confiança e com o tempo virei o terceiro, eles sempre me consultam, fizemos uma quadra, escola para nossa molecada , no morro tinha de tudo um pouco, mototaxi, mercadinho , tínhamos um prédio no começo do morro para cursos , financiado pelo tráfico mesmo, se o pivete queria estudar ali ele tinha um mínimo de recursos, informática, inglês , violão, dança , culinária, secretariado, coisas desse tipo.

Ainda lembro até hoje quando eu a vi pela primeira vez , ela menina linda, sempre acompanhada do pai ou da Mãe, nunca foi vulgar, mesmo quando colocava uma roupa mais curta ou uma maquiagem, nunca foi pesada ou carregada, olhava ela cresce e não dava bola para ninguém, sempre que eu tinha uma folga eu descia na sorveteria e ficava no canto olhando, ela ajuda seus pais. Ela nunca deu graça para ninguém, sempre a admirei e ela nunca percebeu.

Conforme ela foi crescendo eu ia cuidando dela de longe, um dia sua prima chamou ela para irem na praça, sua prima estava de olho num vapor, chegando lá sua prima arrumou o amigo para ela e na hora ela já cortou sua prima , foi embora deixando Vanessa emburrada. Depois desse dia falei para geral, vou casar com ela , a partir de hoje ela e minha Princesinha, não quero ninguém de graça com ela não. Logo se espalhou e todos respeitaram afinal eu era o terceiro na linha de frente.
No começo ela nem percebeu sempre distraída com seus afazeres, ela só foi perceber um bom tempo depois quando eu comecei a pagar suas coisa , avisei o comércio passe livre , da a ela o que quiser e depois me manda a conta. Mas como ela nunca foi de gastar muito só percebeu quando todos já a chamava de Princesinha. Quando o pai dela pediu para Mineiro deixar fazer as festa no morro da Vanessa e dela Mineiro autorizou , Vanessa quis um baile na quadra , ela não, queria algo simples e neve. Movi mundos e fundos para arrumar uma máquina de neve e os Mc's que ela gostava. No dia da festa de 13 anos dela, tudo foi feito com o maior carinho, eu já havia ido falar com seus pais na hora que ela tava no cabeleireiro que eu queria namorar com ela, falei meus planos e todo meu respeito por ela , seus pais ficaram meio assim no começo, porém abençoando, desde que ela aceitasse , já tava tudo certo, depois da festa eu ia falar com ela , já tinha pedido Claudinho e Buchecha cantar nosso Sonho e só tava esperando a hora

Cria do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora